No Jardim Das Rosas - Capítulo 19
E lá estava Klopp, novamente, soterrado em trabalhos.
Preciso juntar dinheiro para encarcerar Arok…
Oh… Isso parece uma loucura…
Klopp, que acabara de escrever um documento relevante para Arok Taywind, simplesmente largou a caneta, afastou a folha e suspirou pesadamente. Há dois meses que não via Arok e, a verdade é que, já não sabia se acabaria por morrer de frustração ou devido aos seus repugnantes e frequentes vômitos de sangue. Klopp, ocasionalmente, começou a passar uma ou outra noite com ômegas, mas não adiantava em nada. Eu estava com sede, mas era como beber água salgada. Por fim, ele não aguentou mais. Vestiu o paletó e saiu do escritório carregando sua bengala.
Era tarde da noite. O caminho para casa era longo, mas não ao ponto de não conseguir ir a pé. Além disso, gostava de andar para refletir: nada melhor que uma mudança de ares para acalmar uma mente perturbada.
[N/Rize: Pra colocar suas ideias no lugar só levando uma tijolada na cabeça🖕]
O escritório ficava no centro e sua casa na periferia. Entre eles haviam becos escuros, bordéis e, em algumas esquinas, áreas residenciais e comerciais lotadas. A maioria das pessoas evitava essas regiões desamparadas, mas Klopp achava ser um atalho conveniente, então simplesmente continuou seu caminho, com a mão junto da bengala adaptada com uma lâmina interna. Após entrar em um beco escuro e fedorento, se viu cercado de prostitutos de todos os gêneros e, especialmente, ômegas drogados. Mal iluminados por suas lamparinas a óleo, homens bonitos com as pernas levantadas e mulheres com seios bem expostos se exibiam como mercadoria. Mas, para Klopp, toda aquela cena não passava de uma visão deplorável. Olhando para seus olhos sem vida, algo parecia vir à mente. Algo desagradável, que o deixou de cabelo em pé: um terrível dejá-vu.
Durante todo o caminho, ele tentou descobrir de onde se lembrava daquele olhar ou por que pareceu tão familiar. Era como se um selo tivesse sido rompido em sua cabeça, e, quanto mais ele buscava, mais distorcida a informação parecia.
Klopp estava tão acostumado a ir direto para casa e tão absorto em seus pensamentos que suas pernas, que se moviam por conta própria, acabaram levando-o por um caminho que ainda não conhecia.
… Onde estou?
Klopp franziu a testa. Não havia lanternas nos becos profundos das favelas e era imprudente seguir sem rumo por aquela região. Por sorte, viu uma padaria em ruínas do outro lado da calçada. As luzes estavam ligadas, o que significava que provavelmente ainda estava aberta. Porém, ao se aproximar para obter informações, duas pessoas que pareciam ser alfas, ficaram de frente para Klopp, “atordoadas” com sua presença. Era o esperado: eles estavam vendo um estranho andando por uma rua escura, vestindo roupas bastante bonitas, aparentemente bem endinheirado… Mas ao perceber que Klopp portava uma bengala, desviaram o olhar e abriram o caminho, se afastando.
O padeiro estava prestes a fechar as persianas quando Klopp chegou com passos sutis. Ao impedir que a porta se fechasse colocando sua bengala entre a madeira e a parede, o proprietário de aparência feroz fez um comentário que soou rude:
— O quê? Estou fechando já.
— Preciso de ajuda. Que caminho devo seguir para chegar à margem do rio?
Tirou algumas moedas do bolso, perguntando. O dono da padaria rapidamente as aceitou, e, enquanto contava, balançou a cabeça dizendo: — Ali.
Ao ver o beco para onde o padeiro apontava com o queixo, Klopp olhou para a vitrine para agradecê-lo. Mas os dois homens de antes agora estavam sentados em uma pequena mesa dentro do local. Embora eles estivessem no canto oposto, a loja era pequena e os arredores eram silenciosos, então ouvi-los era inevitável:
— Aquele ômega apareceu de novo?
— Sim, ele veio buscar remédios.
— Como um nobre rico que parece nunca ter vindo aqui na vida sabe exatamente que tipo de drogas são vendidas aqui?
— Não sei. Pelo que ouvi, ele mandou os criados descobrirem.
— Isso não é perigoso? Pode ser uma armadilha. Talvez ele trabalhe com a polícia ou algo assim.
— Eu acho que não. Ele parecia desesperado demais para estar fingindo. Eu estava até pensando… a gente podia checar pra ver o quão ruim está o cio dele, sabe?
— Hmm…
Ao ouvir isso, o dono da padaria olhou para Klopp, que não havia saído do lugar, e perguntou: — Tá atrás de mais alguma coisa?
Nesse momento, os que estavam à mesa fecharam a boca.
— … Não. Agradeço pela ajuda.
Ele sorriu e se virou.
O dono da padaria, ao ver Klopp se afastando, imediatamente fechou as persianas e gritou para os dois, que pareciam ser seus colegas:
— Onde está o ômega? Também quero provar uma delícia dessas, ora.
Klopp estava um pouco cansado e queria muito ir para casa. No entanto, ele não queria deixar um ômega abandonado quando sabia muito bem o que aqueles homens fariam com ele.
Quando ele começou a caminhar em direção a sua casa, atravessando pelos breus do subúrbio, Klopp era agressivo apenas com quem ousava atacá-lo. Em pouco tempo, espalharam-se rumores de que o robusto alfa de classe alta que, ocasionalmente, aparecia armado e tinha grandes habilidades de luta. Assim, o melhor era agir de forma prudente ao passar por ele. A princípio, o desejo de lhe dar uma lição os levou a tentar atacá-lo em grupos. Depois, começaram a esperá-lo em grupo com paus e pedras, até que, finalmente, pararam. Logo, porém, aqueles que perceberam que se não brigassem e apenas passassem pelo homem em completo silêncio não eram atacados, começaram a parar de se preocupar em serem punidos e voltaram a fazer suas sujeiras sem o menor sinal de preocupação ou medo. E como tudo naquele lugar envolvia drogas, prostitutas e álcool, Klopp realmente não se importava com o que eles faziam ou não, desde que não tivesse nada a ver com ele.
Na verdade, não muito tempo atrás, ele viu dois alfas estuprando uma ômega que, aparentemente, sempre viveu nas ruas. O crime que ele mais odiava era ver pessoas como ela sendo manipulada por cachorros raivosos nojentos. A situação apenas piorou quando ele percebeu, no momento em que seus olhos se encontraram, que ela não conseguia nem chorar direito. Quando Klopp voltou a si, sua navalha estava coberta de sangue pegajoso, e a mulher, ajeitando suas roupas imundas rasgadas, ficou apavorada e tremeu como se tivesse visto o próprio Lúcifer. Naquela época, Klopp se sentiu confuso e foi embora rapidamente.
Deixando para trás a preocupação de Marta ao ver o estado que o homem havia chegado em casa, se deitou após se lavar. Aquela mulher o fez recordar do conde. Mas que associação irracional… ver uma prostituta miserável sendo estuprada em um beco e pensar em Arok Taywind, que ocupava uma posição elevada na sociedade e se sustentava com comida, roupas e acomodações luxuosas o tempo todo…
Deve ter algo errado com meu cérebro.
Klopp se escondeu no escuro e observou a padaria, colocando sua bengala debaixo do braço enquanto calçava as luvas. Depois de um tempo, os três homens saíram, se dirigindo para algum lugar e sempre olhando para os lados enquanto Klopp, como esperado, os seguia em completo silêncio. Eles foram muito cuidadosos, deslizando entre os mais diversos becos até que, finalmente, se dividiram em três para seguirem caminhos separados e, sem surpresa, não demorou muito para que Klopp finalmente os perdesse de vista.
Sentiu uma raiva muito grande por ter falhado. Uma ansiedade incontrolável tomou conta de sua mente até perder o controle de suas ações.
Eu tenho que encontrá-los logo ou…
Klopp vasculhou os becos sem pensar em diminuir a velocidade. Quando percebeu, já estava correndo. No entanto, eles não estavam em lugar nenhum e logo começou a pensar que, talvez, ele estivesse andando em círculos.
Quando o nervosismo atingiu o auge e seu coração começou a bater terrivelmente em sua garganta, Klopp atingiu o centro da favela. Um lugar miserável e sujo que não se comparava nem com a cidade onde ficava seu escritório, embora fosse igualmente amplo e imitasse perfeitamente cada um dos postes de luz das esquinas. Ali, ele finalmente encontrou um grupo de homens bebendo álcool barato em uma mesa ao ar livre. Ele estava prestes a ir até eles e perguntar se eles não tinham visto o padeiro e alguns caras estranhos perseguindo um ômega quando, ao longe… viu um rosto familiar. Foi surpreendente encontrá-lo aqui. Teve uma terrível sensação de incongruência, mas logo percebeu que realmente era ele. Estava sentado arrogantemente em uma cadeira de madeira, ouvindo o que os outros diziam. Ao perceber a presença de Klopp, abriu seus olhos prateados em surpresa, como se também não pudesse acreditar no que acabara de ver.
Era definitivamente o marquês Wolflake.
— … Klopp?
❖
Após conversarem, o marquês decidiu se juntar a Klopp em sua caçada. Tanto um subordinado quanto outros homens que pareciam “criminosos” pegaram suas lanternas e caminharam rapidamente pelos becos, sem rumo.
— Podemos seguir por aqui?
Quando perguntado, um homem apenas acenou com a cabeça. Sua aparência era rude, mas, de alguma forma, passava certa confiança. Ele não fazia ideia de como essas pessoas e o marquês haviam se conhecido. O mais incrível de tudo é que ele ajudou Klopp em seu trabalho de encontrar o ômega desconhecido sem dizer uma palavra rude sobre isso.
— Também não gosto desse lugar.
O marquês comentou em desagrado, mas foi excessivamente cooperativo, embora já tivesse demonstrado uma hostilidade incompreensível em relação a Klopp anteriormente. Era estranho que o homem conhecesse tão bem essa parte do subúrbio, mas isso não importava para Klopp agora. Por agora, caçar aqueles cachorros raivosos era mais importante.
— Ali deve estar a pessoa que você está procurando.
O homem apontou para um beco bastante estreito.
Quanto mais perto eles chegavam, mais altas eram as vozes acompanhadas de risadas e palavras hostis. Klopp viu Wolflake sacar uma faca.
— Vou ficar de retaguarda, te esperando aqui. Eles provavelmente vão tentar fugir por aqui.
O beco estava muito escuro e mal era possível distinguir as silhuetas de quem estava ali. Alguém correu em direção à parede sem saída e os homens, rindo distraídos com a presa que estava a frente, não perceberam a presença que estava logo atrás.
A pessoa acuada, usando um capuz, virou-se ao perceber que não tinha a menor chance de escapar.
— Ei, ômega. Me disseram que só preciso de 3 moedas de prata para pegá-lo, é verdade?
Os caras riam e falavam piadas. O homem chamado “ômega” ficou parado, sem dizer uma única palavra.
— Parece que você está no cio. É para isso que servem os remédios, certo? Não precisa tomar isso, amor. Eu vou cuidar de você. Assim que eu te foder, seu cio não será mais um problema.
— Ouvi dizer que os ômegas reais, de alta classe, são tão suaves e deliciosos que experimentar um desses é como alcançar os céus. Como você é fofo… fazendo uma boa ação para essas pobres pessoas que vivem no fundo do poço.
Conforme os alfas diminuíam a distância, o ômega de repente correu para a frente. Parecia que ele estava tentando fugir, mas era tarde demais. As mãos dos alfas foram rápidas. Taparam sua boca e agarraram seus braços e pernas, tentando deitá-lo no chão para abaixar as calças.
— Tire suas mãos dele.
Assustados com o aviso arrepiante vindo de trás, os três alfas lentamente se viraram. Enquanto isso, aproveitando a confusão, o ômega se levantou e tentou fugir dali o mais rápido possível. Ele estava muito assustado, trêmulo e até parecia incapaz de olhar na direção dele por mais de dois segundos inteiros. Em vez disso, abaixou o capuz ainda mais e acelerou, o que fez com que ele esbarrasse em Klopp inadvertidamente.
Ele estava prestes a cair para trás, quando, reflexivamente, Klopp o segurou pela cintura. No entanto, um cheiro doce começou a escapar pela capa esvoaçante. A sensação daquelas curvas contra a mão do alfa era tão familiar que o fez perder a respiração.
Não.
Impossível.
Disseram-me que estava numa vila da família. Não havia razão para ele estar nesse lugar imundo e perigoso, sendo perseguido por esses vermes.
Mas seus instintos diziam o contrário.
A pessoa capturada por seus braços, aquele ômega, com certeza era…
Klopp rapidamente tirou o capuz, encontrando aqueles olhos azuis tão familiares e repletos de medo.
— Arok?
O homem ficou tão surpreso que não conseguiu entender a situação… Ele não podia acreditar, mesmo o vendo bem em frente de seus olhos.
Nenhuma palavra saiu de sua boca.
Arok também ficou horrorizado ao ver Klopp. Olhou fixamente a pessoa que o abraçava, até que recobrou o juízo, colocando toda a sua força nas pernas e se moveu, tentando se soltar. Klopp acordou do transe percebendo que ele estava prestes a fugir, apertando ainda mais o agarre para impedi-lo de escapar.
— Me solta!
— Se fugir, você vai morrer.
Ele advertiu friamente, ao ponto de seus próprios lábios congelarem ao dizer isso.
Arok tremeu enquanto Klopp agarrava sua cintura com as duas mãos. O conde tremeu, olhando em volta, e finalmente parou de se debater. Ele relaxou, respirou fundo e aceitou sua situação.
Um doce aroma voltou a se espalhar por seu corpo através de seu toque, e o desejo de mantê-lo pressionado aumentou de intensidade devido ao quão frágil ele parecia. Seu instinto de alfa se intensificou, aumentando o ódio que sentiu nesse momento. A raiva, o choque e a dor se tornaram insuportáveis no segundo em que percebeu que também queria morder seu pescoço. Ele não conseguia entender por que o conde, que sempre foi visivelmente um alfa, parecia um ômega.
Mas, antes que ele pudesse fazer qualquer outra coisa, os bandidos que ainda estavam presentes se aproximaram.
— O quê? Esse ômega é meu! Pois agora que você o tocou, vai ter que me pagar 5 moedas de prata pelo prejuízo!
Eles riram alto, pegando suas adagas. Sem abrir os lábios, Klopp pegou o saco de moedas de prata que sempre carregava consigo e o jogou no chão. Moedas de prata deslizaram do bolso aberto, onde havia aproximadamente 30 unidades.
Eles lamberam os lábios. Com os olhos brilhando devido à ganância, o que parecia ser o líder disse:
— Foi um prazer fazer negócio com você.
Mas antes que Klopp e Arok se retirassem, um dos homens fez uma expressão estranha e sussurrou algo para o dono da padaria que o fez soar como se conhecesse Klopp. Os homens trocaram olhares e riram.
— Espera aí. Quero te perguntar uma coisa.
Klopp colocou um pouco mais de força na mandíbula, segurando a bengala com força enquanto abraçava o conde estúpido com a outra mão. O homem acabara de pegar o saco de moedas quando Klopp perguntou, com um sorriso cortês:
— O quê?
— É minha esposa, mas eu comi ela poucas vezes, então o buraco dela ainda está muito apertadinho, sabe? Então acho que você deveria nos pagar mais para deixar essa bundinha linda pronta para você. Você sabe, com um bom treinamento você pode ter certeza que…
Incapaz de terminar sua frase, os olhos do homem se arregalaram ao ver a enorme lâmina alojada no centro de seu estômago. Olhou para o cabo da bengala com a lâmina pingando sangue, enquanto o pulso começou a girar a mão enluvada que a segurava. O homem, em choque, ergueu lentamente a cabeça, observando o rosto de Klopp, que sorria:
— Pode repetir, por favor. Quem é a esposa de quem?
Moedas de prata caíram de suas mãos trêmulas.
Quando o corpo caiu no chão, inerte, os outros dois entraram em desespero.
— Assassino!
Eles sacaram suas próprias adagas novamente e começaram a atacar aleatoriamente. Klopp levantou a arma e empurrou Arok pelo beco. Como esperado, não importa quão precisos fossem os movimentos daqueles delinquentes, ou quão selvagens eles se mostrassem, suas habilidades eram infinitamente inferiores às de um homem que estudara por anos esgrima formalmente. Com um movimento certeiro, Klopp acertou o braço daquele que estava mais perto balançando sua adaga. O homem, agora ferido, se desequilibrou, tropeçando no corpo do camarada morto e, antes que ele pudesse gritar, sua garganta foi perfurada com um golpe reto e certeiro. Vendo isso, o último sobrevivente, sendo ele o dono da padaria, logo largou a adaga e tentou correr em direção à entrada do beco. No entanto, quando estava prestes a sair, foi atingido na nuca por uma arma que apareceu do nada logo que estava para virar a esquina. Ali estava o marquês. Os subordinados do marquês apareceram em seguida, entrando pela pequena passagem do beco e observaram os cadáveres sem expressão.
Klopp se aproximou de Arok, que estava do outro lado do beco. Chocado, não pôde tirar os olhos dos outros cadáveres que começara a ser arrastados pelos homens do marquês. Ao ver Klopp chegar perto, deu dois passos para trás e o encarou com os olhos azuis repletos de puro terror.
O estômago de Klopp, onde parecia ter se acalmado nos últimos isas, voltou a revirar novamente, causando dores agonizantes. O gosto de ferro atingiu sua garganta. Ele tentou sorrir para acalmar o outro, mas foi em vão. Afinal, era natural que Arok tivesse medo dele: o homem estava empapado de sangue e com uma espada ensanguentada nas mãos. Mas as coisas não podiam continuar assim.
Eu não posso desistir.
Klopp estendeu a mão. Sua mão fria e o tom duro acabaram escapando de seu controle.
Se ele não o tocasse naquele instante, sentiu que iria desmaiar naquele mesmo lugar.
— Venha aqui.
Arok, completamente pálido, olhou para a mão estendida e, em seguida, encarou novamente Klopp. Sua expressão era complexa. Medo, dor, tristeza… Onde foi parar a arrogância e o sarcasmo de antes? O que o preenchia era uma dor tão profunda que nem se atrevia a descrevê-la com palavras.
… Por que… Por quê? Por que eu me sinto assim por ele? No fim, sei que vou ser rejeitado novamente, então por que estendi minha mão?
Era claro que aquela bela criatura se cansaria de sua natureza violenta e se afastaria dele, assim como seu antigo namorado. Antes do encontro casual de hoje, ele negou encontrá-lo de maneira veemente. A queimação em seu peito era terrível. A dor no estômago e na cabeça aumentava de intensidade e ele começou a se sentir tão tonto que suas forças começaram a se esgotar antes que ele pudesse reagir.
Mas quando sua mão começou a descer lentamente, Arok deu um passo à frente, indo de encontro a Klopp.
O alfa nem mesmo era capaz de se mexer. Sentia que o conde tentaria fugir se ele o fizesse. Mesmo no escuro, aqueles olhos azuis que brilhavam como jóias se moveram até a altura de seu nariz e logo desapareceram entre suas pálpebras. O cabelo loiro, tão macio quanto em suas lembranças, tocou em seu queixo. Ao sentir o perfume do corpo que tanto sentia falta, Klopp abraçou a pessoa que veio até ele.
━━━━━━ ◦ ❖ ◦ ━━━━━━
Klopp o abraçou forte. No entanto, ele não poderia voltar para casa com Arok assim. A emoção do assassinato e o alívio de finalmente tê-lo em seus braços, além do aroma único que emanava de seu corpo, fizeram com que Klopp não pudesse se mover de maneira apropriada, devido à ereção involuntária.
— Não se preocupe com as consequências. Vamos dar um jeito aqui. Vá embora. — um dos subordinados comentou, enquanto os dois eram conduzidos para fora do beco.
Embora as palavras tenham saído de maneira bruta, o homem teve a gentileza de abrir pessoalmente a porta da carruagem para eles entrarem. Mas ao agradecer, o servo simplesmente disse:
— Agradeça ao senhor, e não a mim. — provavelmente, se referindo ao marquês Wolflake.
Aquele homem era, no mínimo, excêntrico e carregava um ódio estranho contra Klopp sem motivo, mas nunca imaginou que o marquês lhe ajudaria um dia dessa forma. Pensando bem, ele jamais imaginou por um momento sequer que Arok estaria vagando por aqueles cantos, que se encontrariam por acaso, que o encontraria prestes a ser estuprado… e que agora ele estaria ao seu lado, apoiado em seu ombro como se estivesse cansado.
A ideia de vê-lo ser estuprado causou um arrepio terrível na espinha de Klopp. Suas mãos e pés tremiam. Eu não devia ter matado eles com tanta sutileza. Devia ter aberto eles lentamente e derramado ácido sobre seus órgãos expostos. Se não fosse por Arok e Wolflake, eu poderia ter feito isso.
Mas agora só restava o arrependimento.
Klopp fechou os olhos, exausto, e enterrou o nariz nos cabelos macios, enquanto abraçava o homem encostado em seu ombro.
A carruagem chegou na frente da casa em menos de vinte minutos. Ele não queria acordar o conde, que agora estava enrolado em seus braços, então ele apenas puxou a capa que estava usando, enrolando-a em volta de si. Pegou Arok com cuidado no colo e saiu sem dizer mais nada. No entanto, embora ele tentasse se mover o mais cuidadosamente possível durante todo o caminho, Klopp logo ouviu uma voz sonolenta.
— Hm… onde estamos? Não é a mansão…
— Na minha casa.
— O quê?
De repente, Arok começou a lutar com todas as suas forças. Quando o colocou no chão antes que ele caísse, Arok passou a mão pelos cabelos com um olhar decepcionado.
— Chame a carruagem. Preciso voltar para casa.
Mas ele não tinha nenhuma intenção de fazer isso.
Bateu na porta da frente, chamando por Marta, enquanto segurava o homem pelo pulso enquanto ele tentava escapar. A mulher saiu, tentando repreender o mestre, que apareceu apenas tarde da noite, mas quando viu Arok ser arrastado para dentro, ela se calou. Olhou para Klopp e, sem dizer uma palavra sequer, se afastou, abrindo caminho para a escada.
— O senhor vai descansar amanhã…? — Marta perguntou, enquanto subiam as escadas e Klopp assentiu.
— Entre em contato com o escritório e diga-lhes para adiar todos os meus compromissos para os próximos dois dias. E não suba. Não me incomode também. Se eu precisar de alguma coisa, eu desço aqui.
Com isso, Marta cobriu a boca e acenou com a cabeça. Arok, que ainda estava sendo arrastado, gritou:
— O quê…? O que você vai fazer!? Seu selvagem! Me solte!!
Gritou e tentou fugir, mas estava claro que Klopp não tinha a menor intenção de soltá-lo.
— Se não quiser apanhar aqui mesmo no corredor, cale a boca e me siga.
Como gado sendo abatido, ele o arrastou para o quarto central do segundo andar.
[N/ MiMi: EU SABIA! Eu sabia que a primeira vez ia ser essa merda! Tô puta.]
━━━━━━ ◦ ❖ ◦ ━━━━━━
Ao ser repreendido por ser um selvagem, Klopp decidiu se tornar um. Tirou a capa e jogou Arok na grande cama.
— O que você está fazendo!?
Embora estivesse gritando, Klopp não o respondeu. Trancou a porta para que ninguém os incomodasse. Decidiu ser, inclusive, cuidadoso o bastante para guardar a chave no bolso do paletó, pois assim, seria impossível para Arok escapar dali facilmente. Em seguida, fechou as janelas, puxou as cortinas e, finalmente, se aproximou da cama.
Arok, vendo o outro se aproximar, tentou sair correndo da cama. Mas, ao agarrá-lo e jogá-lo de volta no colchão, o conde, que caiu de costas e olhou para Klopp com um olhar de terror que nunca lhe lançara antes, pareceu compreender imediatamente que não havia nada que ele pudesse fazer. Klopp, então, soltou um breve suspiro e começou a tirar o casaco de Arok. Agarrou suas pernas torcidas, tirou os sapatos e jogou-os para fora da cama.
— Klopp… Por favor… Por favor, espere um segundo…
— Cale a boca. Ou eu juro que vou te matar.
Ele foi sincero. Se ele parasse ali, sentiu que mataria Arok e depois cometeria suicídio. Arok, ainda sobrecarregado pela força viciosa, empalideceu por um momento, e, então, decidiu manter a boca fechada. Ele estava resistindo ao outro, mas tinha plena noção de sua fraqueza. Sabia que não poderia correr e lutar fisicamente naquele cenário era impossível. Caso arriscasse, aquela definitivamente não seria uma luta justa. Cobriu o rosto com o braço e mordeu o lábio, resignado.
Enquanto olhava para o corpo trêmulo, Klopp sentiu como se um vento frio soprasse em seu peito, como um alerta de que ele estava cometendo todos os erros possíveis, mas naquele momento o homem de mechas escuras estava tão excitado que decidiu ignorar o aviso. Ele sentiu que morreria se não o tornasse seu naquele instante.
Enquanto Klopp tirava o colete e desabotoava a camisa de Arok, o cheiro do corpo do conde começou a se transformar em um tremendo caos. Ele não sabia como explicar. Exalava um cheiro terrivelmente obsceno e espesso: um rastro de alfa e ômega que se misturavam, resultando em uma mescla, no mínimo, promíscua. Ele já havia sentido esse cheiro antes, mas desta vez a concentração era diferente. Klopp tremeu, ainda segurando a camisa. Não importa o quanto ele tentasse segurar, no fim, o homem acabou explodindo de raiva.
[N/MiMi: Isso que ele estava se segurando… Imagine se não estivesse.]
— Com quem você saiu? Foi com aqueles caras?
Arok, que estava escondendo o rosto com os braços, virou-se desesperadamente quando Klopp perguntou com uma voz penetrante. Levantou a cabeça e balançou.
— Não.
— Então você pagou uma prostituta?
— Nunca.
— Então por que você estava lá!? Você fede como uma prostituta!
Os rugidos de Klopp deixaram Arok visivelmente assustado. Aflito e com os olhos cheios de medo, ele tentou abrir a boca e dizer algo, mas acabou desistindo. Ao ver que o menor se afastava dele, Klopp o encarou.
— … Bom, não me importa quem fez o quê com quem. Afinal, podemos garantir que isso não aconteça no futuro.
Com essas palavras, ele terminou de despir Arok, deixando-o completamente nu. O conde não fez nada para impedir, talvez por ter se assustado com os movimentos descontrolados e selvagens daquelas mãos enormes que nem mesmo se preocupavam se suas roupas rasgassem nem evitavam que os botões voassem de suas vestimentas. No entanto, o corpo nu do conde era completamente diferente daquele que seu inconsciente havia criado. Era natural. Ele era um nobre bem alimentado e bem-vestido, com uma figura esguia que não era muito pequena ou muito lisa e exibia músculos impressionantemente bem definidos. Seu corpo não carregava uma única cicatriz ou mancha. Sua pele era sedosa, com uma bela cor perolada. E o que mais se destacava em seu belo corpo eram definitivamente aquelas manchas vermelhas perfeitamente sombreadas. Seus mamilos rosados ficaram levemente erguidos devido a repentina exposição ao ar e sua genitália de cor nada menos que erótica estava aninhada em pêlos púbicos tão macios quanto seus cabelos dourados.
Arok, que sentiu que Klopp o estava comendo com os olhos, virou-se para o lado, tentando puxar o lençol em uma tentativa desesperada de se cobrir novamente. É inútil, mas tão fofo… Então, quando Klopp começou a tirar a roupa, Arok deslizou para a beira da cama e continuou a olhar entre ele e a porta como se ainda estivesse com muito medo.
Klopp não sabia dizer se ele ainda não tinha desistido ou se estava fazendo isso de propósito para estimulá-lo ainda mais, então apenas sorriu.
Arok se encolheu novamente.
Incapaz de aguentar mais, Klopp terminou de tirar todas as suas roupas e caminhou até ele, agarrando suas pernas enroladas no lençol e arrastando-o.
— Por favor… Klopp… Eu sou um…
— Alfa ou o que quer que seja, eu não me importo. Diga o que você quiser, eu vou ter você.
Arok fechou os olhos com força ao ouvir a voz cheia de luxúria e ficou completamente imóvel enquanto era agarrado pelos tornozelos e sentiu suas pernas se abrirem.
De repente, um forte odor corporal fluiu entre aquelas pernas. Klopp, embriagado por aquele corpo, abriu ainda mais as pernas do outro e inseriu o dedo médio entre elas.
— Hmmm!
Arok franziu a testa de dor.
Ele sabia disso desde o momento em que o odor corporal de ômega havia se manifestado desde cedo. Mas, quando as entranhas de Arok começaram a succionar seu dedo com tanta facilidade, a mente de Klopp entrou em chamas devido ao ciúme. Ele deliberadamente moveu sua mão maliciosamente em movimentos retos e nada gentis. Arok, sem conseguir resistir à dor, abriu os lábios, que antes estavam fechados, e torceu o corpo.
— Aaah!
— …Você fez sexo? É por isso? Como você pôde ser tão descarado sendo um alfa…? Você não abraçou um ômega, mas ele abraçou você? Sério!? Você finge ser um nobre, mas se deixa ser comido por um ômega!
Ele tinha ouvido falar que haviam alfas que gostavam de fazer as coisas ao contrário. É por isso que ele cheira tão mal? No entanto, Arok não respondeu nenhuma das ofensas. Em vez disso, ele tremeu e cobriu a boca com as mãos sobrepostas. Ofegava, se debatendo toda vez que Klopp, que agora havia inserido o dedo indicador nele, o esfaqueava violentamente. Ao ouvir um gemido abafado de Arok, se ofendeu novamente:
— Um cara para te comer… Ha… Você gostou tanto de levar por trás que mudou sua orientação?
— Ah… oh… eu… uh…
Klopp parecia estar, no mínimo, doente. Arok balançou a cabeça freneticamente entre gemidos que vazavam de seus dedos, mas isso não pareceu necessariamente uma negação.
Os dedos, que agora eram três, entraram no corpo de Arok com relativa facilidade. Desceram, então, pela parede interna e pressionaram uma área que aparentava estar inchada. A primeira vez que isso ocorreu, Arok pareceu atordoado: prendeu a respiração, engasgando, e em seguida soltou um gemido fraco. Uma quantidade gigantesca de fluidos saiu, tornando desnecessário o uso de alguma lubrificação artificial. Os olhos enfurecidos do alfa estavam hipnotizados por aqueles mamilos que se erguiam em seu peito e a imagem de um pênis endurecido que pingava líquido.
Decidiu, então, que não tinha mais tempo para se preocupar com preliminares.
Klopp retirou os dedos, com raiva, abriu as pernas que ainda lutavam para se retrair, e enfiou seu pênis terrivelmente ereto até sua raiz.
— Klo…! Ah…!
Ao ser perfurado pela genitália masculina do outro, Arok soltou um gemido lamentável, tremendo. O desespero verteu de seus olhos azuis, enquanto observava estático o oponente se aproximar, buscando uma união mais profunda.
O quarto foi invadido pelos sons de respiração pesada e movimentos descoordenados. Se não fosse pelo colchão de qualidade, a cama complementaria a poluição sonora com rangidos ensurdecedores. Os dois corpos nus, encharcados de suor e fluidos corporais se entrelaçavam.
— Oh… oh… Klo…
— Hm…
Os gemidos ofegantes aumentaram de volume. Klopp abraçou o corpo pálido com força como se fosse partir sua cintura e o ergueu abruptamente da cama, deixando o quadril dele pendurado no ar. Quando o alfa começou a tocar a área inchada, a parede interna ficou mais grossa e escorregadia, envolvendo seu pênis e o apertando.
Por um instante, os olhos de Klopp escureceram e sua mente parou, diminuindo o ritmo das estocadas. Ele, então, fez uma pausa breve, respirou fundo e se levantou, mas sem interromper a penetração. Segurou a cintura de seu adversário, que estava caído como uma boneca quebrada, e o apoiou em seu corpo. O loiro, cujos braços e pescoço pareciam pendurados, foi puxado com força pelo tronco na direção de Klopp, fazendo com que sua cabeça se inclinasse para frente. Em seguida, sentiu que os braços dele poderiam quebrar, então moveu suas mãos da cintura para as costas lisas. Posicionou os braços dele na direção de sua omoplata e o abraçou, enquanto os braços brancos pairavam naturalmente sobre seus ombros.
O rosto suado de Arok se revelou através de seu cabelo desgrenhado. Suas bochechas coradas eram adoráveis. Ao observar aquele belo rosto, Klopp inclinou a cabeça em sua direção e beijou os lábios entreabertos de Arok. Era doce e macio. A mandíbula do outro se abriu de acordo com sua vontade quando ele inseriu sua língua.
Como um homem sem livre arbítrio, Arok era liderado pelas ações de Klopp. Sempre que o homem que conduzia o ato, involuntariamente, refletia sobre, uma dor ardente surgia em seu peito.
Depois de um beijo profundo e longo, percebeu que Arok o observava antes mesmo que ele notasse. Mas em seus olhos azuis, o reflexo que Klopp viu não diferia do reflexo dos homens que ele havia matado.
Um sentimento de auto-aversão invadiu seu corpo. Os lábios doces que não podia resistir, os braços úmidos que se inclinavam sobre seus ombros e as paredes internas que apertavam calorosamente seu membro, eram coisas que ele havia explorado à força.
Qual é a diferença entre eu e aqueles homens? O que me fez ter o direito de tomá-los? Foi meu status insignificante? O fato de ser um conhecido? A única real diferença entre mim e eles é que ele grita meu nome num momento de desespero em uma cama limpa enquanto eu o estupro…
Sua mente entrou em pânico.
— Arok, eu…
Klopp entrou em desespero. Acabara de perceber o terror que havia causado. Imaginou como Arok o encararia a partir dali… Provavelmente nunca mais o veria. Naquele instante, um pensamento suicida tomou conta de Klopp. Seu estômago se manifestou e uma sensação de vômito o invadiu.
Não sei onde eu errei…
Engolindo em seco, encarando novamente seu reflexo grotesco junto às pupilas azuis.
— Klopp.
O espelho no qual ele se olhou foi escondido por pálpebras e depois revelado novamente a ele. Em seguida, Arok fechou os braços em volta do pescoço dele e abaixou a cabeça, enterrando o rosto na nuca de Klopp.
— Não para.
O pequeno sussurro invadiu seus ouvidos. Essas poucas palavras foram como um raio de luz divina que veio para perdoar os pecadores que haviam caído junto ao inferno.
A partir desse instante, o que começou com um estupro violento, se tornou uma cena de amor. Ao não ser mais rejeitado por Arok, o ciúme e a raiva que conduziram Klopp até aquela situação desapareceram, sendo substituídos por uma afeição infinita. Abraçou aquela existência tão piedosa e adorável que estava agarrada a ele e enterrou seu rosto no peito molhado. Arok, como resposta, abraçou carinhosamente a cabeça do outro.
[N/ MiMi: Arok é piedoso ou só é trouxa mesmo? Façam suas apostas!]
Seus lábios tocaram naturalmente a pele macia, enxugando as pequenas gotas de suor que escorriam em sua pele elástica e lisa, e não tão macia como a de um ômega, mas infinitamente mais agradável.
— Hmmm…
Ao ouvir um som nasal, Klopp fechou os olhos e o beijou várias vezes ao longo do esterno e da clavícula de Arok. Virou o rosto para o lado e seguiu explorando com beijos o peito ligeiramente aerodinâmico.. Ele sentiu o cheiro de sua carne e chupou cada pequena protuberância que se ergueu verticalmente. Aqueles maravilhosos mamilos rosados não eram nada menos que um delicioso festim.
Klopp estava animado e realmente queria mordê-los, mas resistiu, apertando-os com os lábios delicadamente. No mesmo instante, Arok pareceu perder o fôlego. Os esfregou um pouco, sentindo o toque elástico com os lábios. Por fim, não resistiu a tentação: roçou os mamilos levemente com os dentes para evitar arranhões enquanto os provava com a língua.
— Ah… Klopp… É bom…
Arok, mais sensível ali do que em outros lugares, endireitou as costas, ergueu o corpo e tentou prender um pouco a respiração, buscando evitar os gemidos, enquanto o movimento das mãos fincadas no cabelo de Klopp aumentavam em vigor. Ao estimular o outro mamilo com o polegar, uma voz estridente surgiu. Recebendo o estímulo, Klopp intensificou os movimentos no órgão que estava em sua boca, fazendo com que Arok jogasse a cabeça para trás, tremendo, como se não pudesse suportar tanto estímulo. Klopp, então, o deitou na cama e lambeu o mamilo que antes havia sido estimulado com os dedos.
Dedos rígidos arranharam os ombros largos e suados de Klopp, deslizando para os lençóis. Arok apertou forte o tecido, imerso em prazer. No momento em que seus dedos embranqueceram devido a força, pré sêmen começou a verter da ponta de seu pênis, alertando que ele chegaria ao clímax antes que pudesse se conter.
Mas o outro não podia deixá-lo se sentir sozinho assim.
Klopp agarrou as pernas que estavam abertas à sua frente e as posicionou em sua cintura. Então, conforme ele se aproximava cada vez mais, o vínculo que era superficial até alguns momentos atrás se aprofundou novamente, fazendo com que Arok inclinasse o pescoço para trás, suplicando para Klopp com uma voz fina.
— Me… me segura…
Ele agarrou os braços que vagavam no ar e os colocou em volta de seus ombros novamente. Ao mesmo tempo, Arok aumentou o aperto das pernas em sua cintura, como um convite para ir mais fundo. Em seguida, suspirou, cerrando os olhos ao chegar junto ao limite do falo daquele homem. Klopp, perdido de amores por aqueles olhos azuis em lágrimas, sobrepôs seus lábios aos dele e começou algo profundo e extremamente emocionante que o fez se contorcer.
Embora suas partes inferiores estivessem interligadas e seus corpos estivessem nus, Arok virou a cabeça aos poucos, como se tivesse vergonha dos beijos e não quis ceder seus lábios com facilidade, causando incômodo em Klopp, que o perseguiu incansavelmente. Com os corpos pressionados um contra o outro com força, Arok soltou um longo suspiro antes de aceitar os beijos intensos de Klopp novamente. Aproveitando a situação, o homem se moveu novamente, beijando Arok com tanta intensidade que parecia querer tomar cada suspiro que o conde soltava e cada aroma que aquele corpo exalava.
Por fim, Arok franziu a testa, fechando os olhos com força, mas não devido à dor e sim por conta do puro e lamentável prazer e satisfação. A medida que as pernas em volta da cintura de Klopp se apertavam e afrouxaram repetidamente em sincronia com o outro, o pênis de Arok roçou entre os fortes músculos abdominais de ambos, fazendo com que pré-sêmen banhasse seus estômagos.
Arok, que atingiu o orgasmo primeiro, endureceu seu corpo e apertou sua parede interna um pouco mais forte. O tempo de ejaculação de Klopp longo devido ao tempo sem aliviar-se, então não apenas a quantidade de sêmen foi grande, como a pressão devido ao inchaço do órgão desde a raiz fez com que seus olhos revirassem.
— Ah… hah… Nossa…
— Klopp… dentro de mim… tá apertado…
Arok, exausto pela longa atividade, piscou preguiçosamente como um ômega que acabara de ser amado. Ao vê-lo reclamar da pressão que sentia por dentro, com os lábios entreabertos, bochechas coradas e franzindo levemente a testa, o pênis de Klopp começou a inchar ainda mais em vez de encolher. Arok, sentindo a pressão aumentando, esfregou os olhos com a mão trêmula, abriu as pernas um pouco mais e chamou o homem com uma voz que soava incrivelmente áspera.
— Klopp?
Mas não havia muito que ele pudesse fazer agora. Antes que ele estivesse completamente inchado e incapaz de se mover, ele levantou seu tronco, movendo uma das pernas de Arok para o lado. Juntou-as e o deitou de lado, se encaixando em suas costas. Enquanto Klopp passava os braços em volta da cintura do loiro e o puxava para perto, Arok perguntou, gaguejando:
— Ah… vo… você n-não vai tirar..?
— Não dá pra tirar agora.
Arok tentou virar a cabeça para trás, como se não pudesse entendê-lo, até que percebeu o que acontecia. Ficou assustado e em pânico, num misto de vergonha e descrença. As orelhas diante dos olhos de Klopp ficaram vermelhas como se estivessem em chamas.
— Como…
— Eu também não sei. Devo ter reagido ao cheiro do ômega com quem você se deitou.
Klopp estava satisfeito o suficiente, mas não tinha a menor intenção de deixá-lo ir. Não comentou aquilo de maneira sarcástica… a verdade é que ele realmente não tinha a resposta. Pensando sobre, apertou Arok pela cintura, o que fez com que sua ansiedade desaparecesse. Já Arok, prendeu a respiração e não disse nada. Na verdade, ele nem tentou.
O medo de Arok tentar fugir era grande, então Klopp brigou ferozmente contra o sono que começara a se manifestar, quando ouviu uma vozinha baixa e suave dizendo:
— Isso dói…
Klopp, então, sorriu. Colocou os lábios junto à nuca de Arok, onde o odor do suor se misturava com o perfume doce e ligeiramente amargo daquele corpo.
Por fim, acabou adormecendo primeiro.
Naquela noite, Klopp dormiu tranquilamente e sem pesadelos.
❖
Já era início da tarde quando Klopp acordou. Sentia uma satisfação inexplicável. Respirou pesadamente. Recentemente, se sentia constantemente cansado, mas dessa vez definitivamente não era o caso. Abriu os olhos ligeiramente e, mesmo que as cortinas estivessem fechadas, pôde ver uma sombra aconchegante ao seu lado. Piscou um pouco mais e sentiu como se uma luz dourada ofuscasse seus olhos. É como ver o sol deitado na minha cama… Sorriu estupidamente, enquanto observava aquele com quem havia passado a noite.
Arok.
Para não acordá-lo, ele o beijou no alto da cabeça e abraçou seu corpo adormecido. Embora tivesse dormido em outra posição, Arok agora estava deitado de frente para Klopp, como se estivesse completamente relaxado: dormia confortavelmente, imóvel. Passou o polegar pelos cílios dourados de suas pálpebras pacificamente fechadas, fazendo Arok franzir levemente a testa em protesto, mas ainda não acordou.
Levantou o queixo do homem adormecido e beijou aqueles doces lábios. Em seguida, seguiu beijando-lhe a ponta do nariz, subindo para os belos cílios, para a testa e em todos os outros lugares que ele conseguia alcançar, voltando a dormir em seguida.
❖
Já era fim da tarde quando acordou com a sensação de alguém se mexendo em seus braços. A julgar pela cor e ângulo da luz do sol que entrava pelas cortinas, ele supôs que poderia ser a hora do chá, talvez até um pouco mais tarde. Klopp tocou a testa com a mão, ligeiramente atordoado, quando notou haver um homem lutando para sair de seus braços. Aparentemente, o plano do loiro era desaparecer silenciosamente sem acordá-lo. Era um plano obviamente inútil, mas Klopp achou fofo vê-lo franzir a testa e lutar para se soltar, o fazendo rir. Foi um som tão sincero que acabou fazendo com que Arok levantasse a cabeça e olhasse para Klopp, incrédulo.
— Para com isso…
O corpo de Arok ainda estava preso junto a Klopp, e mesmo que estivesse ordenando ser solto, não havia medo em sua voz. Então, Klopp se ajoelhou em cima dele, apoiando sua parte superior do tronco com um braço, e com a outra mão, ele acariciou lentamente a bochecha rosada com as costas de sua mão.
— Arok…
Quando ele o chamou, com uma voz rouca e carente, Arok imediatamente desviou o olhar como se tivesse sido atingido por um raio. Ele ficou tão surpreso ao vê-lo agir dessa forma que esfregou os ombros trêmulos. Arok, então, sussurrou com uma voz moribunda enquanto recebia beijos em seus ombros, clavícula e queixo:
— Você pode fazer isso de novo, se quiser. Você não tem que fingir ser tão amigável.
[N/ MiMi: Ai…]
Ele, então, respirou fundo. Foi como se a força de seu corpo fosse drenada para os lençóis e abriu bem as pernas para que Klopp pudesse ocupar aquele lugar. Mas, embora estivesse severamente agitado pela tentação de ter aquele corpo nu, ele sentiu aquelas palavras o atingirem onde mais doía. Respirou fundo. Em seguida, aproveitou a posição do conde, se deitando sobre ele. Ao sentir algo duro e quente tocar em sua entrada, que estava em cores vivas, Arok abriu um pouco mais as pernas, enquanto sua respiração se tornou mais áspera.
— Por que você está agindo como se eu fosse um idiota?
— Porque você é.
Klopp pareceu um pouco zangado com a resposta. Era como se o único instante no qual agiam como verdadeiros amantes fosse exatamente o momento em que dormiram juntos ontem. Seu estômago estava incomodando de novo.
Queria agarrá-lo e fazê-lo suplicar com os olhos cheios de lágrimas. Mas tudo bem, a noite vai ser longa.
Decidido, beijou o conde.
— … Klopp… Para…
Foi um apelo desesperado, acompanhado de uma voz chorosa. Mas o homem o ignorou.
Deitou Arok de bruços, deixando-o com o quadril ao vento e o rosto enterrado no travesseiro, enquanto tremia.
❖
Após tomarem banho no banheiro anexo ao quarto, Klopp jogou Arok novamente de bruços na cama, lambendo e tateando a entrada do outro com os dedos. A área secreta, de cor clara, logo ficou vermelha e quente. Quando ele raspou os dedos na carne interna em um movimento circular, a área se tornou suave e os dedos deslizaram livremente, como se mel tivesse sido aplicado ali. Cada vez que as dobras da entrada se contorciam, um som molhado podia ser ouvido. Ao esfregar a parte externa com o polegar, o pênis de Arok que estava escondido, aninhado entre as pernas fechadas, ficou rígido e um líquido claro começou vagarosamente a escorrer da ponta.
Klopp se alinhou, agarrando o membro de Arok e o apertou, controlando sua força. O conde gritou histericamente, tremendo. Seu ânus se contraiu e suas coxas enrijeceram. Toda vez que Arok tentava se afastar, Klopp segurava sua bunda e o lambia, até finalmente obter o que desejava.
— Por favor, oh… por favor…
— Por quê? O que quer que eu faça?
Quando questionado, como se o outro não soubesse, embora fosse óbvio, Arok mal conteve o gemido e sussurrou:
— Coloca…
— Por que eu deveria entrar em um buraco desgastado como esse?
[N/Rize: MDS! Que vontade de dar um murro bem no meio do nariz desse homem.]
Quando ele respondeu friamente, Arok finalmente começou a chorar. Continuou a marcar a cintura fina com beijos até finalmente ouvir o que tanto queria.
— Você é meu único alfa. Não pode ser outro senão você, então, por favor… me abraça…
— Muito bem.
Klopp virou o rosto de Arok e beijou as bochechas molhadas, lambendo em seguida. Depois, enfiou as mãos sob as axilas do loiro e o fez se recostar nas almofadas e travesseiros que decoravam a cama. Segurou os joelhos de Arok, abrindo bem suas pernas e o obrigou a observá-lo entrando em seu corpo. Os olhos de Arok se arregalaram ao ver o órgão de Klopp pela primeira vez. Com a ereção em mãos, posicionou seu pênis junto a entrada lubrificada.
— Você é muito grande! Vai… vai rasgar!
— Eu trabalhei duro para não te machucar. Além disso, eu já entrei aí antes.
— Mas…
— Mas o quê?
Quando ele empurrou para dentro, as rugas se alargaram e engoliram a parte mais grossa do pênis com facilidade. Arok, vendo a cena da forma mais crua possível, ficou vermelho e cobriu a boca com a mão.
— Olha, nada está rasgado. Agora pare de falar besteira, até porque você já me engoliu muitas vezes até agora….
Ele bufou, enquanto se enfiou até o limite. Arok, como resposta a provocação, apenas cobriu o rosto com as duas mãos.
Vê-lo envergonhado assim era irritante, então Klopp o provocou, o estocando até fazê-lo gritar e implorar por ajuda.
°
°
{Fim do Vol. 2}
°
°
Continua…
Tradução: MiMi
Revisão: Rize