No Jardim Das Rosas - Capitulo 22
Ele chegou à mansão no início da manhã, bem-vestido e mostrando imponência. No entanto, foi guiado até o escritório acompanhado pelas diversas broncas do mordomo. No fim, não pôde nem mesmo apreciar a presença de Arok.
— Coloque o queixo para dentro! Endireite os ombros! Está andando rápido demais!
O mordomo endireitou a postura de Klopp, batendo-o com um pequeno chicote que aparecera do nada e o escondia sabe-se lá onde. Quando ele perguntou, quase gritando, o que diabos ele estava fazendo, recebera um duro golpe nos ombros.
— Se você quer ser parceiro do conde, primeiro aprenda a forma correta de andar!
— Ah… essa é a chamada “classe nupcial aristocrática”?
— Está mais para uma aula para domar um potro.
— …
— Cuidado com sua postura!
Klopp olhou para o mordomo como se quisesse começar a estrangulá-lo ali mesmo, mas o mordomo o endireitou e olhou para outro lugar como se quisesse rir:
— Ande em linha reta. Vamos.
O mordomo ordenou.
E mais uma vez, ele foi forçado a continuar com a lição.
Não só era doloroso ser espancado, como desde que ele havia decidido se tornar um funcionário econômico, sabia que essas lições seriam úteis se ele quisesse entrar nos círculos sociais da corte real. No fim, a educação provida pelo mordomo parecia ser eficaz.
Ele deu um passo para trás, levando mais uma lapada em seu ombro abaixado. O espancamento fazia seu sangue ferver, mas decidiu pensar positivamente sobre.
Então, quando o treinamento matinal de postura terminou e o mordomo disse a Klopp que ele poderia ir à biblioteca, enquanto entregava diversos livros grandes de humanidades em suas mãos.
— Revisaremos o conteúdo amanhã. Por favor, leia tudo.
— Como vou ler isso em um dia!? Isso é demais. Você pelo menos já fez isso?
Embora tenha lido principalmente livros de direito e economia durante a faculdade, era difícil acreditar que o mordomo iria revisar capítulo por capítulo de algo tão grande.
— Claro que não. Mas meu mestre é um especialista no assunto. Amanhã será ele quem fará as perguntas. Tente não o decepcionar.
— Arok é quem vai revisar!?
Com essas palavras, os olhos de Klopp se iluminaram. Ele acenou com a cabeça várias vezes e, sem saber, até lambeu os lábios em antecipação. O mordomo, que limpou o monóculo com um lenço e o recolocou, apenas disse:
— Eu estarei com vocês, então jogue fora suas tolas esperanças de tentar fazer qualquer ação imprudente e se concentre na lição.
Então, sem dizer mais nada sobre, ele deu as costas para Klopp, que segurava os livros, e saiu.
Ele não quis perder tempo. Afinal, queria ser reconhecido por Arok e fazê-lo ver que estava se esforçando. Por nunca ter desistido, ele conseguiu se formar com louvor na universidade e receber o apoio de seus professores, embora fosse um estudante internacional relativamente pobre. Pode-se dizer que era natural que Klopp sempre fazia todo o possível para atingir seus objetivos, custe o que custar.
Do meio-dia ao fim da tarde, ele atendeu clientes e executou seus planos de investimento para o fundo estadual. Era uma área nova que ele não tinha a menor experiência, então havia diversos dados que ele precisava encontrar, além da necessidade de revisar e corrigir os tópicos referentes a “leis internacionais” que ele havia negligenciado até então. Por fim, ao voltar para casa tarde da noite, ele já estava exausto.
— Você parece estar muito ocupado esses dias. E se você ficar doente?
Com ar preocupado, Marta serviu-lhe sopa de legumes, pão macio e suco. Quando Klopp, que comia com pressa, pediu para trazer seu café quando terminasse de estudar, a mulher colocou a mão na cintura e começou a resmungar:
— É bom trabalhar tanto quando se é jovem, mas você também precisa dormir. Se continuar assim, morrerá antes de conseguir uma bela noiva!
— Marta, querida, só estou fazendo isso para conseguir “a noiva”. Chá forte, por favor.
Klopp beijou-a delicadamente na bochecha e foi para o escritório acompanhado pelo livro pesado nas mãos. Ele tirou o paletó, o colete e desabotoou os punhos e a gravata para ficar confortável para a noite que se aproximava. Então, começou a observar os quatro livros que Hugo lhe deu.
O primeiro volume foi <Tipos de Pecado>: um romance básico que a classe dominante tinha a obrigação de ler para conhecimento geral. No entanto, Klopp, que nunca se considerou um membro da classe dominante, começou a ler uma vez na escola por questão de bom senso. Ele só podia suspirar com a ideia de ler todos esses livros fúteis, mas estava determinado a surpreender seu futuro parceiro e abriu o livro no primeiro capítulo, sentindo que não seria capaz de encostar um dedo sequer em Arok caso recuasse.
Ele leu dois livros até o amanhecer, mas não mais que isso. Tinha a sensação de que Arok falaria com ele para se aprofundar em <Tipos de Pecado>, então ele se concentrou nesses dois. No entanto, ele folheou os outros dois rapidamente. Essa atividade fez com que Klopp ficasse acordado a maior parte da noite. Adormeceu e acordou de manhã cedo ao som de Marta arrumando a bagunça da noite anterior. Aparentemente, ele havia dormido de bruços em sua mesa. Se dirigiu para o quarto e dormiu mais um pouco. Foi a primeira vez que ele ficou acordado a noite toda fazendo dever de casa após se formar na faculdade. Por sorte, após a breve soneca, não se sentia mais tão cansado. Resolveu tomar um banho revigorante e, enquanto estava debaixo da água quente, Klopp ficou animado com a ideia de finalmente se encontrar com Arok. Mesmo nessa situação e sem dormir direito, apenas pensar nele era o bastante para fazer com que sua parte inferior se manifestasse. A ereção matinal, normal para todo e qualquer homem adulto, também teve seu peso. Como resultado, Klopp teve que se conter para não gemer enquanto praguejava sussurrando. Por fim, só restou a revolta.
Por que eu tenho que fazer esse tipo de coisa, quando eu já tenho um ômega?
Se sentiu miserável, mas se livrou do pessimismo rapidamente. Afinal, a recompensa por todo esse esforço o estava esperando. Finalmente, Klopp terminou de se arrumar e saiu de casa rumo ao seu destino. Mas quando ele entrou na mansão, foi justamente o mordomo de sempre que saiu para recebê-lo. Já Arok, infelizmente, estava fora de alcance.
O mordomo o guiou mansão adentro, o levando até o escritório. Mas mal haviam entrado, e as reprimendas começaram.
— Ombros retos! Se você não passar no meu exame inicial, não verá o Conde hoje. Este é um teste para confirmar seu aprendizado e atenção! Vamos!
Klopp assentiu e tentou andar como havia aprendido ontem. Felizmente, o homem tinha um cérebro impressionante e parecia mostrar uma grande capacidade de aplicar o que aprendeu no dia anterior. O mordomo, que estava observando atentamente para encontrar qualquer falha no rapaz, pigarreou e levou a mão ao queixo, como se estivesse desapontado por vê-lo andar decentemente.
— Espere um momento.
O mordomo, que saiu do escritório, logo voltou com mais alguns livros nas mãos e Arok ao seu lado.
Em um instante, Klopp pulou da cadeira. Vestido com uma roupa elegante e o cabelo loiro bem penteado, Arok entrou no escritório com um sorriso fino emoldurando seu rosto. Klopp correu em sua direção como se tivesse sido chamado. O conde trajava um traje elegante que parecia uma vestimenta formal, tinha os cabelos loiros escuros bem penteados para trás e um leve sorriso no rosto fresco e jovem. Era visível que por trás daquele sorriso, Arok estava nervoso.
Quando Klopp estava prestes a se mover, estendendo as mãos para tocá-lo, o mordomo tossiu alto. Assustado-o, Arok rapidamente endireitou sua postura e acenou com a cabeça. Klopp, que acabara de abrir os braços, esperando que seu amado corresse em sua direção, suspirou e abaixou a cabeça.
Arok se aproximou graciosamente e estendeu a mão, mas Klopp a agarrou e o puxou para um abraço, beijando os lábios que tanto desejava com orgulho. Arok, que estava petrificado, arregalou os olhos pela surpresa, e arrependimento quando o beijo chegou ao fim.
— Como tem estado?
— Argh… Você… Bom dia.
Enquanto trocavam cumprimentos, Klopp o abraçou novamente, dessa vez com leveza, e beijou seus cabelos dourados.
A expressão do mordomo, que observava ao fundo, era indescritível. Klopp sorriu, triunfante, enquanto alisava as costas do conde com as mãos. Fazia bastante tempo que não o via, então sussurrou:
— Senti tanto a sua falta, pensei em você todo o tempo…
Como resultado, Arok o encarou com um sorriso genuíno.
O mordomo, então, começou a tossir desenfreadamente, como se sofresse de algo. Como se sua sanidade retornasse, Arok empurrou Klopp, fazendo com que ele cambaleasse. Em seguida, o conde se sentou. Klopp correu para sentar ao seu lado, mas o mordomo foi mais rápido. Como resultado, Klopp foi obrigado a sentar-se em outra poltrona, do lado oposto, enquanto encarava o mordomo como se fosse matá-lo. Faíscas voavam entre os homens, enquanto Arok sorria constrangido.
Foi, então, que começaram as perguntas. Conforme alertado pelo mordomo no dia anterior, as perguntas foram conduzidas por Arok. Assustadoramente, Arok era capaz de ser mais intimidador do que seu mordomo, fazendo com que Klopp, que nunca havia reprovado em uma prova oral na vida, ficasse perplexo e sem reação.
— Poderia desenvolver melhor sua resposta?
Essa foi a pior pergunta de todas.
Ao ser questionado “Qual o motivo da classe dominante ter consideração pela classe baixa, além de suas obrigações éticas?”, Klopp respondeu que era “devido a estabilidade da classe dominante” e, como resposta, ouviu a temida frase citada anteriormente, quando não, era respondido com “justifique sua resposta”.
Essas eram táticas comuns usadas por alguns professores para constranger deliberadamente seus alunos e observar suas reações.
Originalmente, ele teria reunido todos os tipos de tópicos pedantes para virar as palavras de seu oponente contra ele mesmos e ganhar vantagem, mas era inútil tentar derrotar Arok daquela maneira: sabia que a derrota era algo inevitável através dos métodos tradicionais. Então, buscando escapar da situação, esticou as pernas debaixo da mesa e começou a deslizar os pés junto às pernas de Arok. Enquanto o acariciava lentamente, enquanto fingia refletir sobre a resposta, um rubor se espalhou pelo rosto branco de Arok, que mordeu os lábios e abaixou a cabeça. Klopp, fingindo inocência, seguiu acariciando as pernas do loiro aumentando gradualmente a intensidade e ousadia.
— É o suficiente…
— Hum, mas já?
Quando ele riu, Arok abriu a boca para dizer algo, quando percebeu o mordomo parado atrás dele. Atordoado, seguiu o teste:
— … Vamos passar para outra questão.
E abriu outro livro.
Felizmente, Arok não fez mais perguntas incisivas ou difíceis, e Klopp conseguiu responder calmamente a cada uma delas com bastante seriedade.
— Parece que você leu tudo.
— Eu disse que li tudo. Eu não minto, diferente de certas pessoas.
— Er… Terminamos por hoje.
Arok rapidamente se levantou de seu assento. O mordomo, que observava de longe, pareceu um pouco surpreso por ter terminado antes do esperado, sem saber o que havia acontecido. Klopp riu, enquanto Arok se levantou de seu assento. Se dirigiu até a porta, ordenando ao mordomo:
— Entregue a ele os livros para o próximo teste. — Em seguida, virou-se para Klopp e disse — Nos vemos novamente em dois dias.
— Está bem.
Depois que ele saiu, o mordomo lhe entregou mais quatro livros em suas mãos.
Ao recebê-los, seus olhos saltaram.
— Isso é sério?
— Sim. Algum problema?
— Não, não. Não há problema algum.
Estava claro que o mordomo nunca havia lido esses livros. Klopp sorriu para ele quando saiu da mansão e entrou na carruagem. Durante todo o caminho até a porta, teve que suprimir a vontade de perguntar ao mordomo se aquilo ali era uma piada. Entre os livros que recebeu, três eram de humanidades e outro romance chamado <A História do Sofrimento>. A julgar pelo título, pensou que seria um livro religioso comum ou de história, mas essa obra era dessas que não se pode julgar pela capa. O romance retratava a história de uma garota ômega, de uma família aristocrática, que de repente foi amaldiçoada a ponto de só conseguir sobreviver por meio do sexo com um alfa. Era algo erótico, extremamente explícito e com um conteúdo tão vergonhoso que o fez entrar em colapso.
— Estou realmente ficando louco…
No livro, havia linhas e mais linhas de gemidos e falas provocantes:
[Então, a mulher disse: —Mal posso esperar para que você faça amor comigo, embora eu te odeie tanto.]
Eles não se tocavam há semanas e agora era obrigado a ler um livro incrivelmente obsceno que o lembrava de Arok. Como ele poderia esperar mais dois dias se não conseguia deixar de se excitar por um segundo? Como esse ômega é astuto!
Passaram-se dois dias e Klopp se esforçou para ler os outros três livros, mas após ler com relutância <A História do Sofrimento>, Klopp esperou com ânsias o dia seguinte.
Cumprimentou Marta, que serviu o desjejum, bebeu café preto levemente quente e saiu de casa como se estivesse em fuga.
Ao entrar na mansão, fingiu desinteresse. No entanto, foi recebido por outro servo, e não pelo mordomo.
— Olá, senhor. O mordomo saiu por ordem do conde. Me acompanhe, por favor.
Klopp, surpreso, seguiu o servo.
Reclamou internamente por que não andavam mais rápido, e ficou incrivelmente nervoso ao perceber que não estavam indo nem para o escritório, nem para a biblioteca, mas para a sala de estar favorita do conde. Não era o quarto dele, como ele esperava, mas era um lugar bastante privado que muitos nobres costumavam usar justamente para outros ‘propósitos’.
Incapaz de se acalmar, ele bebeu do chá entregue pelo lacaio. Depois de um breve período de aflição, a porta se abriu e Arok entrou. Ao ver Klopp, ele o cumprimentou com um leve sorriso. Em seguida, se virou e trancou a porta. Após isso, foi até a única janela que iluminava a sala e olhou para fora.
Klopp observou seu corpo, durante o processo: as costas e a cintura fina, sob uma jaqueta fina acolchoada e as calças apertadas, revelando seu quadril e coxas bem tonificados… o homem estava sem palavras. Arok, após observar pela janela por um tempo, estendeu a mão e puxou a cortina pesada, deixando o ambiente escuro. E, antes mesmo que seus olhos pudessem se ajustar adequadamente à ausência de luz, um cheiro doce e ligeiramente amargo atingiu seu nariz. Fechou os olhos por um momento, e quando os abriu pôde observar Arok se aproximando, enquanto jogava a jaqueta no chão.
Meu Deus… Eu vou morrer.
— Você leu todos os livros que eu te dei?
— C-claro…
Arok se aproximou, encaixando os braços em volta do pescoço de Klopp carregando um sorriso sutil no rosto. A excitação de Klopp parecia visivelmente dolorosa, fazendo-o suspirar. Ele, então, passou os braços em volta da cintura de Arok e tentou beijá-lo, mas o conde apenas virou a cabeça para evitá-lo e riu. Então, encaixou as pernas entre os joelhos de Arok, fazendo com que o loiro abrisse suas pernas, enquanto roçava os lábios no pescoço e atrás das orelhas do rapaz.
— A <História do Sofrimento>, você leu?
Era um livro tão erótico e enlouquecedor que Klopp quase chegou ao clímax apenas o lendo.
— Ah… sim… eu memorizei quase tudo… — respondeu, mordendo o pescoço perfumado do loiro.
— Você trabalhou tudo em sua lição de casa… acho até que merece uma recompensa.
— E o q-
Antes que ele pudesse responder à provocação, Arok beijou seus lábios. Embora estivesse meio consciente da carne lisa e macia roçando junto ao seu corpo, ficou tão absorto pelo beijo de seu companheiro que sua mente se esvaiu. Começou a desencaixar a camisa de Arok. Em seguida, encaixou uma mão em seu quadril, enquanto a outra acariciava as costas e cinturas do companheiro, fazendo-o roçar no inchaço de sua calça.
Enquanto isso, Arok desabotoou o paletó de Klopp, tirou o colete e desamarrou também a gravata. Tentando despi-lo, continuaram a beijar-se enquanto o casaco, que Marta engomou com cuidado pela manhã, era amarrotado, ao ser atirado ao chão. Arok desabotoou a camisa de Klopp lenta e ousadamente o suficiente para fazer com que o parceiro gemesse devido à irritação.
— Pra que tantos botões?
Arok tomou os lábios de Klopp novamente, retirou as abotoaduras de seus pulsos e abriu sua camisa sem nem mesmo desabotoá-la. Quando seus peitorais firmes foram expostos, Arok os acariciou com as duas mãos, enquanto roçou os lábios na nuca de Klopp e o derrubou no comprido sofá.
— Ah…
Enquanto Klopp franzia ligeiramente a testa, tentando se endireitar, Arok deixou a camisa, mas começou a tirar suas próprias roupas. De pé e com os olhos fixos em seu amante, ele tirou os sapatos e as calças e subiu na cintura de seu alfa. Então tirou as meias, o resto do terno e se encaixou no Alfa com o pênis meio erguido.
— Hmmm!
Klopp, que jogou a cabeça para trás com o ato repentino, respirou fundo. Tocou os cabelos loiros e recebeu um belo sorriso como resposta, fazendo-o quase chegar ao clímax.
Ao descer a mão e agarrar a cintura da pessoa elegantemente sentada sobre ele, Arok também desceu as mãos e acariciou a barriga de Klopp. Cada vez que aqueles dedos levemente frios roçavam seu abdômen inferior, Klopp queria derrubá-lo e empurrá-lo com força, mas se forçou a se segurar. Afinal, era uma benção ver Arok o beijando e se despindo para ele.
Arok, que havia finalmente superado as dificuldades e conseguido o que queria, ergueu os olhos para encarar Klopp. Suas mãos frias seguraram o membro ereto que tocava suas nádegas. Atordoado, com os olhos cheios de lágrimas, Klopp parecia que a qualquer momento começaria a implorar para ser cavalgado.
— Está quente.
— … É sério, Arok?
Arok olhou para baixo e avaliou sua posição. Em seguida, inclinou a cabeça, pensativo. O ato inocente fez com que Klopp entrasse em desespero.
Mas que diabos! Esse homem quer realmente me matar!
Vendo a reação do outro, Arok franziu a testa um pouco e, em seguida, sorriu como se tivesse notado algo. Começou a mover a mão velozmente, arrancando gemidos do homem que parecia ser consumido pelo desejo crescente.
— Está gostando?
— Vai… Devagar…
— Não tenho muito tempo. O Hugo estará de volta em breve. — comentou, enquanto posicionava o pênis de Klopp em sua entrada.
Finalmente, Arok baixou os quadris em um movimento rápido. Sua entrada úmida engoliu o órgão do parceiro em um movimento certeiro. Como esperado, não foi possível colocá-lo por inteiro de imediato, então apoiou as mãos junto ao peito de Klopp para ajudar no impulso.
— Oh…
Sentindo a pressão em seu ventre, Arok revirou os olhos. Klopp mal conseguia respirar admirando aquele olhar estranho, perdido e brilhante do parceiro, exalando o hálito quente pelos lábios entreabertos. Ele, então, agarrou sua cintura e o ajudou a sentar-se.
— Uh, hum… ha…
Quando estavam perfeitamente ligados, Arok soltou a respiração que estava segurando todo esse tempo. Um pênis de cor erótica começou a surgir entre a bainha aberta da camisa do loiro. Toda aquela cena fez com que Klopp quase perdesse a cabeça. Tentou colocar a mão ali, mas Arok deu um tapa em sua mão.
— Não me toque sem minha permissão.
— …Arok…
Arok, que não tinha forças para discutir, agarrou a mão de Klopp, que estava olhando para cima com os olhos completamente perdidos, e a colocou em sua coxa. Em seguida, colocou a mão no abdômen robusto do Alfa, se apoiando, e lentamente moveu seu corpo.
O ar seco na pequena sala logo se tornou úmido.
O hálito quente exalado pelos dois elevou a temperatura do ambiente, e a camisa de seda de alta qualidade usada pelo conde começou a encharcar de suor e grudar em sua pele.
No momento em que viu as pequenas protuberâncias rosadas em seu peito, Klopp não aguentou e se levantou, se sentando no móvel. Arok, como resposta, o abraçou pelo pescoço e respirou fundo, sem parar de se mover. Ele ergueu as sobrancelhas, franzindo a testa, reagindo ao prazer, e deixou a grande mão do Alfa percorrer seu corpo. Por fim, puxou para trás o cabelo castanho escuro, fazendo-o inclinar a cabeça, e o beijou intensamente.
Quando a coisa quente que entrou em seu corpo tocou em uma determinada área, ele imediatamente engasgou e seu corpo estremeceu forte o suficiente para que até suas pálpebras tremessem. Arok se levantou por puro reflexo, mas Klopp o agarrou pela cintura com força para impedi-lo.
— Klopp…!
Um gemido lamentoso irrompeu, e a parede interna ao redor do pênis de Klopp o apertou intensamente, como se estivesse em convulsão. Segundos depois, algo quente começou a encharcar a parte inferior de seu abdômen e o forte odor corporal mais uma vez invadiu a sala. Consequentemente, no momento em que o ômega atingiu o pico, Klopp não suportou e liberou toda sua essência naquele corpo insuportavelmente quente e erótico à sua frente. Os feromônios de ambos se misturaram e suas línguas se uniram em comemoração.
Mas uma vez não foi o suficiente. Klopp empurrou Arok para trás e tentou colocar uma de suas pernas fracas sobre o ombro. O conde rapidamente o afastou com o pé.
— Meu mordomo estará de volta em breve… ah…
Mas Klopp não o ouviu. Como Arok não o deixava penetrá-lo, ele se acomodou: chupou seu pescoço e sacudiu seu pênis, que não havia encolhido, e começou a esfregá-lo com força contra a pele de sua barriga. Arok, sem palavras, se sentiu desnorteado com a ação. Seu pênis, que havia encolhido um pouco após a ejaculação, estava rígido novamente. O órgão masculino, que começara a escorrer algo pegajoso e branco da ponta, chamou a atenção de Klopp. Por um instante, pensou no quão apetitoso aquele órgão parecia, mas havia algo mais importante em mente, então se segurou. Juntou ambos os pênis e começou a acariciá-los intensamente.
— Arok, ah… ah.
— Seja paciente. Vai acabar logo.
— Ah… não… ah…
Arok se agarrou a Klopp com os olhos trêmulos e chorosos. Vê-lo desnorteado, como se nunca tivesse sido acariciado ali, fez com que ele parecesse extremamente vulnerável ao prazer. Mas isso apenas serviu de combustível para o alfa, que estava queimando de luxúria, até fazer o ômega estremecer.
Finalmente, o alfa atingiu seu segundo clímax, expelindo uma substância espessa sobre seu corpo e o ômega finalmente agarrou a mão do alfa que segurava seu pênis com as duas mãos e o empurrou, ejaculando tardiamente.
— Ha… ha… ah…
Com uma respiração pesada, Klopp desabou sob Arok.
Arok, incapaz de fechar as pernas, fechou os olhos e soltou um longo suspiro igualmente pesado. Segurou o alfa contra o peito por um tempo. Queria aproveitar o tempo juntos e a sensação pós-orgasmo, mas como dito anteriormente, eles não tinham muito tempo.
Klopp se levantou, beijando Arok na bochecha.
— Vou ser recompensado na próxima aula se me esforçar? E o que eu ganho se memorizar todos os livros da biblioteca? — sussurrou, saboreando o lóbulo da orelha avermelhada do loiro.
N/ Rize: MDS! Totalmente domado com um chá de c*bem dado 😂
Arok inclinou a cabeça na direção de Klopp e esfregou sua bochecha. Então duas mãos trêmulas deslizaram sobre os ombros de Klopp.
— Conheci melhor o visconde de Derbyshire na semana passada.
— Que…?
Ele estava gostando da atmosfera, mas quando o nome do visconde surgiu de repente, sentiu o prazer subitamente cessar. Klopp ergueu os olhos, sério e ligeiramente chateado. Já Arok, ao contrário, olhava para ele com o sorriso fino de sempre.
— Ele comentou que conhecia um belo ômega e perguntou se eu poderia te convencer a conhecê-lo.
A maneira do visconde de se intrometer em sua vida pessoal era algo incômodo, mas aceitável até o momento. Mas, agora estendeu-se demonicamente a Arok. Klopp franziu a testa.
— O que você disse a ele?
— Eu disse que pensaria sobre.
— Quê?
Ele pulou no lugar. Ao se levantar abruptamente, Arok torceu o corpo com um pequeno som de dor. Em seguida, olhou para Klopp com os olhos lacrimejantes e, finalmente, juntou as pernas. Não importava o quão erótico fosse ou o quão agradável era a parte inferior de seu corpo. Nada disso importava agora.
— Você deveria ter recusado!
— Por quê?
— Porque tenho você!
Klopp estava sem palavras. Após exalar algumas baforadas, passou as mãos no rosto em frustração. Por fim, suspirou profundamente quando percebeu que seu ômega louco estava o observando como se não tivesse feito nada de errado.
— Deixa eu ver se entendi. Você acabou de me seduzir e agora diz que quer que eu me case com outro ômega? Esse livro, essas aulas de postura, tudo isso… é uma piada? — perguntou, com a voz cansada.
— Não foi você que disse que não vai se casar com um ômega, que não tem intenção de casar com ninguém? Eu não tenho intenção de ficar brincando com alguém que quer viver sozinho pelo resto da vida, mas não se importa de abraçar pessoas que não gosta e passar o cio com elas.
— O quê?
— Isso não é certo. De que adianta dizer que vai ficar na frente de um padre na presença de sei lá quantas pessoas, falar sobre ter filhos e tudo ser da boca pra fora…
Havia uma mágoa profunda na voz de Arok, que murmurava em voz baixa. Klopp observou toda a cena assustado. Seus olhos se encontraram, e era visível que Arok estava zangado, mas depois virou a cabeça. Klopp, que finalmente compreendeu do que ele estava falando, respondeu estupefato:
— Mas até onde todos sabem, Arok Taywind diz ser um alfa.
Ao ouvir a resposta afrontosa, Arok se levantou do sofá e tentou escapar, mas Klopp o empurrou de volta e deitou sobre ele novamente, o envolvendo. No entanto, Arok lutou contra, indicando que sua raiva ainda não tinha sido resolvida.
— Você disse algo ao visconde?
— Claro que não!
— Então, homem… Pense bem.
Os olhos azuis que encaravam Klopp passavam uma sensação de indignação. O canto de seus olhos tremeram ligeiramente, enquanto ele mordeu os lábios como se estivesse segurando suas lágrimas.
Como lidar com isso? Como pode esse conde mesquinho, astuto e… absurdamente adorável conseguir brincar comigo assim?
— É difícil dizer que estamos juntos publicamente, já que você é conhecido como um alfa. Você sabe muito bem disso. Estou tentando o meu melhor para fazer você o meu noivo. É por isso que leio todos esses livros detestáveis, todas as manhãs sou açoitado feito um cavalo e estou reaprendendo a andar como é exigido. Acha mesmo que eu faria tudo isso só para sustentar uma mentira?
— Então o que você disse ao Visconde de Derbyshire não é verdade?
— Eu não tenho intenção de me casar com outro ômega. Há uma boa chance de eu permanecer legalmente solteiro, mas… se você me aceitar, farei o que estiver ao meu alcance.
— … Eu estava te entendendo mal?
— De agora em diante, converse comigo antes sobre, sim? Se bem que, se você me seduzir sempre que tiver um mal-entendido como hoje, posso até te perdoar.
Enquanto beijava os lábios entreabertos do Conde, como se quisesse marcá-los, Arok piscou, envergonhado. O homem tinha uma figura encantadoramente sexy e adorável, o que fez com que ele não resistisse à tentação de continuar provando seus lábios.
Apesar disso, é engraçado pensar em toda essa confusão, mas ainda não entendi por que ele me seduziu de repente.
— Mas o que você estava pensando para me tentar assim?
— … Que?
Ele o persuadiu a revelar tudo, chupando seu pescoço, clavícula e esterno até tocar seus mamilos. Felizmente, funcionou melhor do que o esperado:
— Estou cansado de você brincar comigo. Então, resolvi assumir o controle da situação.
Klopp estava chupando o seu mamilo quando o ouviu e, inadvertidamente, o mordeu.
— Ai! Isso dói!
Klopp sorriu para ele ao sentir como o empurrou.
— Como pode alguém ser tão rude e adorável ao mesmo tempo? Não faz sentido…
Envergonhado, o rosto de Arok corou e ele empurrou o homem que ria para longe. Levantou e cerrou os punhos com força, tremendo.
— Não ria! Seu… babaca!
Ele gritou, mas Klopp não o ouviu porque estava muito ocupado, observando algo escorrer entre as coxas de Arok. Sentindo seus olhos, o rosto de Arok ficou ainda mais quente do que o normal. Pegou a jaqueta de Klopp, que havia caído por perto, e jogou em sua direção.
— Vista-se logo!
Enquanto Arok recolhia rapidamente as roupas espalhadas pelo chão, Klopp veio por trás dele. Passou os braços em volta de sua cintura e o beijou na nuca, dizendo:
— Você está flertando comigo de novo? Hm?
— Chega!
Mas enquanto pensava em como derrotar o orgulho de Arok, que estava prestes a acertá-lo no peito, de repente ouviu uma batida na porta:
— Meu senhor, você está aqui?
Era a voz zangada do mordomo.
— … está tudo bem? Me disseram que o senhor dormiu até tarde. Está passando mal?
Arok ficou pensativo, quando de repente empurrou Klopp, pegou suas roupas e fugiu pela porta dos fundos.
— Argh…
Enquanto isso, Klopp se apressou em vestir a camisa, enfiou-a para dentro da calça o melhor que pôde e encaixou o cinto.
— Mestre?
Klopp se apressou em vestir o colete, mas não encontrou a gravata. Se virou e felizmente a viu abandonada embaixo da mesa. Ele correu rapidamente, pegou-a, colocando no pescoço, amarrou-a grosseiramente e, quando estava prestes a fechar os punhos e abotoar o colete, o mordomo abriu a porta com a chave mestra:
— Me…stre?
— …
— …
— … Arok não está aqui. Disse estar cansado.
Encostado na janela, fingindo estar bastante relaxado, Klopp falava com uma voz leve que não deixava transparecer seu nervosismo. Mas o mordomo imediatamente franziu a testa e olhou para ele da cabeça aos pés. A ponta de seu nariz se contraiu, como se sentisse algo, mas o homem olhou ao redor da sala sem dizer nada, então se afastou. No entanto, quando ele estava prestes a sair, algo prendeu no pé do mordomo. Quando ele deu um passo para trás, os dois olharam para baixo ao mesmo tempo e lá estava o sapato de Arok.
Oh senhor… esse conde é o personagem principal de um conto de fadas por acaso?
Klopp cobriu os olhos com a mão, descendo para a boca, enquanto o mordomo abaixava para pegar o sapato com as mãos trêmulas, quando disse:
— É tarde, vá embora.
— Ah, obrigado.
Deixando uma saudação inútil, Klopp rapidamente pegou sua jaqueta e estava prestes a sair, quando o diabo gritou por trás:
— Vejo você amanhã cerca de duas horas mais cedo que o normal.
— Ahaha… Sim, senhor.
Sentindo um olhar aterrorizante perfurar suas costas, Klopp desapareceu dos olhos do demônio enfurecido antes que pudesse lhe fazer algum mal.
❖
No dia seguinte, Klopp foi brutalmente torturado sob o pretexto de treinamento físico. Mesmo após obrigá-lo a fazer trabalhos de jardinagem, algo que nada tinha a ver com a cultura aristocrática, obrigou-o a lavar toda a mansão e deu-lhe apenas um pão duro e duro como recompensa. Ele o mandou para a biblioteca e o fez ordenar tudo conforme o sistema decimal de Dewey. Apenas. Sem qualquer ajuda.
Mesmo que ele tivesse tirado um dia de folga do trabalho, as lições do mordomo acabavam tarde da noite. E como já era madrugada, teve que pedir carona. O cocheiro do conde, então, abandonou o homem exausto em frente à casa e partiu sem dizer mais nada.
— Oh, uau… que tipo de tortura eles estão fazendo você passar naquela casa? Olha como você está! Você gosta tanto assim daquele ômega?
— Essa é uma luta em que eu infelizmente estou em desvantagem.
— Tem tanta gente que se interessariam por você. Não entendo seu gosto.
Depois disso, Marta não disse mais nada. Ela guiou Klopp para a cama, tirou seus sapatos e o cobriu com um lençol.
— Me acorde cedo. Tenho dados para revisar…
— Tudo bem. Descanse por enquanto, sim?
— Obrigado, Marta.
— Se continuar assim, meu mestre vai morrer. Espero que essa família que o senhor tanto quer fazer parte seja muito boa, viu…?
Marta murmurou e, então, se retirou, soprando as velas ao sair.
Naquele momento, Klopp pensou que poderia lidar perfeitamente com Hugo… Mas ele adormeceu logo antes de comentar sobre.
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Continua…
Tradução: MiMi
Revisão: Rize