No Jardim Das Rosas - Capítulo 28
Quando a barriga de Arok começou a crescer um pouco mais, tornou-se difícil ocultá-la sob as vestes. Era uma curva perfeita e grande, levemente inclinada para baixo, que parecia estar preenchida com um bebê.
Embora tenha reduzido as suas atividades externas, estar no nível de confinamento voltou a causar rumores, então Arok organizou uma pequena festa de chá com um número reduzido de pessoas para demonstrar que estava tudo bem com ele. Seu rosto era suave e radiante, bonito como sempre, mas o conde, originalmente esbelto, agora tinha uma grande barriga que não passava despercebida, fazendo as pessoas temerem que pudesse ter um problema de saúde grave. Além disso, os rumores continuavam a se espalhar por todos os lados, principalmente porque todos perceberam que ele estava sendo incomumente amigável com o gerente financeiro, que também residia na mansão.
—O Conde está esperando um bebê?
—Por favor. Ele é claramente um alfa. Estamos saindo com ele desde que éramos crianças.
—Mas, talvez…
—Mas é isso que parece, não é mesmo?
—Ele parece muito fofo, eu diria que sim.
—Meu Deus.
No entanto, toda vez que ouvia tais rumores, Klopp firmemente sustentava a teoria de que ele estava apenas gordo. No início, exceto por pessoas como Wolflake, os nobres pareciam acreditar nisso. No entanto, após sete meses, até mesmo Klopp se sentia tolo ao dizer isso.
—Oh não. Senhor. Ninguém vai acreditar que o senhor Arok está gordinho! Ele acabou de falar com o bebê sem perceber.
Ao ouvir isso, Klopp sorriu. Havia um brilho bastante encantador em seus olhos:
—Tudo bem. Deixe-o fazer o que quiser. Afinal, o que pode acontecer se eles não acreditarem? Que venham falar comigo se não gostarem.— Ele então acrescentou. —Mas continue dizendo que é apenas gordura. Não pare de afirmar isso, tudo bem?
—Entendido, senhor.
Então, sempre que se ouvia: “Escutei que o Conde Taywind está esperando um filho?” As palavras que corriam imediatamente, de forma quase casual, eram: “É gordura abdominal”. E o mordomo e Marta diziam: “Ele logo voltará a se exercitar e recuperará sua antiga forma”, esperando que as pessoas parassem de perguntar sobre isso. No entanto, os rumores cresceram tanto que Arok, preocupado com a situação, seu marido e seus criados decidiram deixar a mansão alguns dias após a festa e se hospedar na cabana que tinham no campo. Era onde Arok costumava passar seu cio. Hugo não pôde acompanhá-los devido às responsabilidades na mansão, mas Marta foi em seu lugar. No entanto, como ela cuidava da casa, os cuidados de Arok acabaram praticamente nas mãos de Klopp.
Desde que Arok engravidou, ele reduziu significativamente seu trabalho, passando seus casos para outros colegas, exceto, é claro, por alguns clientes muito importantes. No entanto, o fundo nacional estava se tornando cada vez mais volumoso, então Klopp ficava ocupado desde manhã até tarde da noite. Ele disse que estava de férias e que tinha assuntos pessoais para resolver fora da cidade, mas os problemas financeiros nunca paravam, então ele tinha que sair a cada poucos dias. Claro, não era uma tarefa fácil manter Arok tranquilo, pois um dia ele se sentia mal, no outro estava chorando alto, e no outro parecia tão feliz que poderia voar. Mesmo depois de cuidar dele e colocá-lo na cama, Klopp levava muito tempo para organizar os documentos, escrever todas as cartas importantes que precisava enviar e selá-las pessoalmente. Ele tinha olheiras do tamanho de uma fatia de batata.
Ele se levantou, despiu-se e foi para a cama. Ele olhou para Arok, que cheirava a sabonete, e beijou-o na testa. “Como esperado, você é o homem mais bonito do mundo.”
Mas duas horas depois, quando abriu os olhos pela manhã, a primeira coisa que Arok disse foi — Estou com muita fome. —E assim que Klopp, exausto pelo trabalho, ouviu essas palavras, ele pulou como um soldado ouvindo uma sirene de ataque aéreo, colocou um roupão e saiu do quarto, ainda esbarrando em tudo. Agora ele podia facilmente encontrar a cozinha da cabana de olhos fechados. Marta, que já estava acordada e preparando a comida, cumprimentou seu mestre e saiu para buscar o óleo. No entanto, o homem, ainda de olhos fechados, encontrou as batatas e a faca e começou a descascá-las como sempre. Ele chegou ao ponto em que poderia até mesmo fazer as coisas meio sonolento sem se cortar.
Habilmente, ele colocou as verduras e as batatas em uma panela e as levou para ferver. Depois as temperou levemente com sal e pimenta enquanto Marta colocava uma farta salada na mesa de cabeceira de Arok, duas fatias de pão torrado, frutas e suco, três fatias de bacon, algumas salsichas e ovos mexidos. No centro, havia uma tigela de barro quente que tinha sido pré-aquecida, então, depois de despejar a sopa fervente lá, ela colocou a tampa e disse ao seu mestre que estava pronto. Klopp, finalmente recobrando o juízo, subiu as escadas com a mesa.
—Está pronto.
Assim que abriu a porta e entrou, Arok já o aguardava na cama. Seus olhos estavam impressionantemente brilhantes. —Obrigado. — Ele colocou a comida na mesa e o ajudou a se levantar. Depois de providenciar muitas almofadas e colocar cinco travesseiros em suas costas, ele serviu a sopa e deixou-o pegar os talheres. Klopp sentou-se aos pés da cama e tentou não adormecer novamente:
—Está delicioso!
— Mesmo?
Ele ficou muito curioso, então provou: Não estava ruim de verdade, mas também não era uma maravilha. Arok estava acostumado com iguarias preparadas com ingredientes de alta qualidade pelo melhor chef do mundo, por isso achava muito fofo ele estar sempre procurando um pouco da sopa de queijo caseira que Klopp fazia. Principalmente porque parecia ser a única coisa que acalmava suas náuseas matinais realmente ruins e seus vômitos violentos. E depois de meses de trabalho contínuo, agora ele havia chegado ao ponto em que realmente podia cozinhar enquanto cochilava.
Arok consumiu toda aquela comida enquanto Klopp tomava uma xícara de chá. Depois, ele acariciou sua barriga redonda como se fosse um balão, de uma maneira que sugeria estar bastante satisfeito com o que havia comido, e deu um gole em seu suco de maçã. Klopp moveu a mesinha, agora muito mais leve, para o lado e massageou as pernas dela quando percebeu que elas estavam inchadas por ficarem na mesma posição durante toda a noite.
—Um pouco mais para cima…
Arok fechou os olhos e emitiu um som agradável. Seu marido costumava cuidar de seus pés à noite, mas sempre tinha esse ritual pela manhã.
No entanto, Arok, que recebia uma massagem enquanto tomava suco de maçã, de repente fechou os olhos e soltou um gemido verdadeiramente estranho. E então, se virou:
—Ah!
—Ele já acordou?
—Ai! Droga…
Ao contrário de seu Ômega, que fez uma careta de dor, o Alfa sorriu e acariciou lentamente a barriga inchada com toda a mão. E enquanto a massageava de cima para baixo, em pequenos e bem definidos círculos, então também sentiu um chute forte no meio de sua palma:
—Hmm…
—Acho que deve doer bastante. Foi um chute forte.
—Você nem imagina, dói muito.
Arok resmungou, semicerrando os olhos. Klopp riu e acariciou sua barriga antes de beijá-lo logo acima do umbigo.
—Como esperado, este bebê é um Alfa.
—Não. É um Ômega! Meu filho é um ômega.
Arok sempre afirmava que o filho que esperava era um ômega. Marta, que tinha experiência em partos, também afirmou que era um alfa porque sua barriga era em formato de pêra. No entanto, sua crença infundada por seus sonhos não parecia mudar em nada, então, como esperado, todos os produtos para o bebê foram preparados de acordo com o tamanho do corpo de um ômega. (Embora Klopp estivesse secretamente comprando produtos para um bebê alfa.)
—Ele vai ser um Ômega. Ele… Ele tem cabelo loiro e olhos azuis claro. — Então ele olhou para Klopp: —Você não vai parar de dizer que ele se parece com a mãe…
Diante de suas palavras, que muitos pensariam ser sobre ele, Klopp riu.
—Sim, você está certo. Tenho certeza de que ele vai nascer um ômega bonito e encantador que se parecerá com a mãe.
Quando terminou de falar, Klopp beijou seu adorável marido nos lábios.
—Eu sou a mãe… Certo?
—Quem mais seria?
Não deveria exagerar, mas seguindo o conselho de Marta de que “ficar na cama o tempo todo prejudicaria sua saúde”, Arok fazia uma caminhada pelo pequeno jardim da vila todas as manhãs e tardes. Ele usava suas roupas de maternidade de tamanho grande, um chapéu de abas largas e botas de chuva, então parecia muito engraçado. Além disso, Marta teve a audácia de vesti-lo com um suéter rosa porque não queria que ele pegasse vento nas costas e também amarrou um tecido sob o chapéu para proteger suas bochechas do sol. Klopp, observando de trás, riu. E por isso mesmo, foi atingido na canela por Arok, que estava irritado com sua aparência e descontou nele.
—Não ria de mim!
—Não ri de você, ri porque você está bonito.
—Não diga nem mesmo que estou bonito!
Depois de gritar, Arok saiu da varanda da vila para não ter que falar com ele novamente. Mas ele caminhava como um filhote de urso desajeitado que não conseguia manter o equilíbrio, então Klopp riu mais uma vez.
Entediado, Arok pegou uma pá pequena e um balde, e se agachou em um canto do jardim para começar a cavar. Parecia que já estava muito difícil para ele se sentar, mas ele ainda queria plantar flores.
—Onde você aprendeu jardinagem
—Qualquer aristocrata educado tem conhecimento básico sobre tudo. Você também deveria aprender algum hobby em vez de apenas brincar com seu horrível ábaco.
—Bem… Eu sei jogar xadrez. Quando criança, tinha uma mesinha que parecia um tabuleiro enorme. Eu a colocava no jardim, então me lembro de usar pedrinhas como peças.
Foi apenas um comentário casual, mas Arok virou a cabeça e olhou para Klopp de maneira bastante surpresa. Então deu de ombros e virou a cabeça de volta para começar a plantar.
—E você… Sabe jogar?
Arok, que geralmente estava absorto em suas plantas, simplesmente se levantou sem sequer pegar sua pá.
—Arok? Está tudo bem?
—… O clima não está bom hoje. Vou cuidar dos bulbos mais tarde.
Klopp olhou para o horizonte.
—Eu acho que o tempo está bom. Está bem ensolarado.
—Vai chover.
Não importava o quanto ele olhasse para longe, não conseguia ver uma única nuvem escura, mas Arok entrou na casa e deixou Klopp sozinho. Ele parecia mal, como da vez em que teve um ataque de pânico.
Klopp não sabia o que causou sua dor, mas ele era o culpado por tê-lo engravidado e não podia deixá-lo enfrentar isso sozinho. Arok estava cansado e dolorido e certamente está grávido não era tão confortável como imaginara. Klopp seguiu de perto Arok e toda vez que seus olhos se encontravam, ele sorria e dizia “Eu te amo muito” ou “Você é perfeito.” Mas Arok apenas sorria, um pouco desconfortável, e lentamente virava a cabeça para o lado, evitando falar com ele. Por algum motivo, parecia terrivelmente sozinho, então, incapaz de suportar mais, ele se aproximou, como se estivesse correndo, o abraçou com força e o beijou no rosto, na testa e nas bochechas também. Mesmo assim, Arok não disse nada. Não respondeu ativamente ao beijo, como antes, e até parecia um pouco nervoso. No entanto, não o rejeitou, então Klopp sussurrou pacientemente que o amava repetidas vezes.
—….
Arok, meio enterrado nos braços de seu Alfa, falou com voz tranquila:
—Também te amo.
Seus lábios pareciam rachados e a carne macia que envolvia seu queixo antes delicado estava agora ligeiramente redonda devido ao peso que ele ganhou com a gravidez. Klopp repetiu:
—Te amo, estou apaixonado por você.
Era um tom desconhecido, mais próximo de uma declaração do que de uma confissão. No entanto, suas palavras sempre pareciam um pouco fora de lugar.
—Você me ama?
—Uhum.
—Está tudo bem? Você se sente melhor?
Arok assentiu e se inclinou para Klopp.
Foi um pouco difícil segurá-lo cara a cara por causa do bebê que cresceu tão rápido em seu ventre, mas Klopp o envolveu mesmo assim, levantou um pouco o queixo dele com uma mão, fez com que Arok olhasse para ele e então o beijou diretamente na boca. Os braços de Arok estavam envolto na cintura de Klopp, como se estivesse lutando para manter o equilíbrio, depois ele o apertou com força e disse:
—Obrigado.
━━━━━━━ ⟡ ━━━━━━━
Arok era uma pessoa obstinada que preferia guardar silêncio em vez de falar sobre o que estava errado consigo mesmo. Às vezes, parecia muito triste por razões desconhecidas, mas, geralmente, quase toda semana, o tempo ao seu lado decorria doce e pacificamente.
E um dia, quando o clima parecia especialmente fresco e ensolarado, finalmente chegou o sinal que estavam esperando desde o primeiro dia.
Arok estava suando frio.
—Ah, Klopp. Não chame o médico. Espere um pouco.
Enquanto segurava a barriga e tentava sorrir, Klopp o segurou pelos ombros e perguntou:
—Você está brincando, homem!? Esperar o quê!? Ver a cabeça dele saíndo!
Na verdade, já tinham tido várias falsos alarmes muitas vezes, e em todas elas ele fez um escândalo bastante vergonhoso. Agora, Arok dizia para ele se acalmar porque certamente era outra contração falsa, mas Klopp não o ouviu:
—Como você pode saber se é falso ou não!? Você nunca teve um bebê!!
Ele ficou irritado e chamou o médico, mas o médico negou com a cabeça mais uma vez e disse para esperar. Arok se aproximou:
—É uma dor e só. Como das outras vezes. Ainda não vai nascer… Ah. Ah, meu Deus!
—Ah, meu Deus!?
Depois disso, Klopp teve que correr para Arok, que parecia prestes a desmaiar, e o segurou pelos ombros enquanto o via abrir a boca sem pronunciar uma única palavra:
—Ah, ah… Tenho certeza desta vez. Vá em frente, chame o médico! Agora ele vem!
Mas ele não podia deixar Arok assim e sair correndo. Quando tentou tirar as botas sujas e colocá-lo na cama, Arok ficou assustado e disse:
—Não! Não quero dar à luz na cama! Me coloque no sofá. No sofá! Prefiro ficar sentado lá.
Ao dizer isso, Klopp rapidamente o sentou no sofá, colocou um monte de travesseiros em suas costas e, então, correndo como louco, foi chamar Marta. — Marta, Me ajude!— Provavelmente com o grito mais alto que já deu em toda a sua vida.
Marta, que acabara de sair da cozinha, viu Klopp descendo as escadas correndo e, em seguida, caindo no último degrau.
—Ah!
—Jovem mestre!
—Marta! O bebê está prestes a nascer agora!
—Não são contrações falsas desta vez?
—Não, não são. Vamos!
—Claro!
Marta entregou a Klopp uma bolsa de suprimentos de maternidade, que já havia sido preparada anteriormente, e começou rapidamente a ferver água. Enquanto isso, Arok desceu do sofá, abraçou uma almofada, jogou a parte superior do corpo sobre o móvel e abriu as pernas o máximo que pôde. Ele tirou as calças como pôde e a roupa íntima, enterrou o rosto no travesseiro e engoliu metade do terrível som que estava gritando. Marta subiu imediatamente, examinou Arok, abriu a bolsa de maternidade e preparou uma toalha limpa para colocar sobre ele para secar o suor.
—Respire, jovem mestre. Va logo, senhor, chame o médico rapidamente!
—Claro, claro.
Alertado pelos gritos de Marta, Klopp saiu correndo para chamar o médico. Cavalgou como o vento, como se tivesse aprendido a montar a cavalo para esta ocasião, mas o caminho, embora não fosse longe do centro, parecia três vezes mais longo do que o normal.
Assim que encontrou o consultório do médico, bateu na porta para pedir que viesse imediatamente para sua casa, mas, infelizmente, ele não estava lá. Em vez disso, a secretária se assustou e disse que o médico tinha ido visitar uma criança do bairro que quebrou a perna enquanto brincava com uma bola. Klopp, que imediatamente a ameaçou para que lhe desse seu endereço, montou novamente no cavalo, entrou na casa sem sequer desce do animal, e arrastou o médico puxando seu casaco:
—Esse menino não vai morrer por ter quebrado uma perna, mas meu marido vai morrer se você não o ajudar a dar à luz! Mais do que tudo, você vai morrer se não vier comigo! Agora!
—Mas…
—Agora!
Ele jogou o homem de meia-idade sobre o cavalo, como se fosse uma bagagem, e imediatamente montou na sela e puxou as rédeas novamente. O poderoso animal relinchou e correu em direção à casa de campo onde Arok estava prestes a dar à luz.
—Já coloquei o gesso! Tudo que você tem que fazer é esperar secar!
Com as mãos manchadas de gesso, o médico, que tinha sido sequestrado e não podia se sentar direito, segurou o cavalo pelas ancas e gritou para a mãe do menino com a perna quebrada ao longe.
Klopp então levou o médico até a cabana. E assim que desceu do cavalo, ouviu um grito terrível vindo do segundo andar e uma maldição de Marta. Pensando na morte de seu ômega e de seu pequeno bebê, Klopp sentiu arrepios por todo o corpo e suas pernas tremeram a ponto de quase desmaiar no pátio. Então ele agarrou o médico pelo pescoço e o arrastou até o segundo andar sem permitir que o homem tocasse o chão.
—Arok! Não morra, querido! Eu trouxe o médico!
Quando chutou a porta, viu Arok deitado no sofá, cercado de almofadas e gritando com toda a sua força. Seu pijama branco já estava uma bagunça, com líquido amniótico e manchas de sangue, e ao ver isso, o médico rapidamente se soltou de Klopp, foi para o lado do sofá e sentou-se ao lado de Marta. Arok gemeu novamente, ofegando por ar, e apesar de o grito que soltou ter sido abafado pelo travesseiro e não ter saído direito, foi tão assustador que os membros de Klopp tremeram tanto que ele parecia prestes a chorar a qualquer momento.
—Bem, o parto está progredindo muito rápido.
—Isso é ruim!?
Ele olhou para o médico como se fosse matá-lo, o homem balançou a cabeça:
—Não há problema. O parto está correndo suavemente como manteiga. Ele é um ômega masculino muito habilidoso, como se já tivesse dado à luz três ou quatro crianças antes…
—…
—É apenas figura de linguagem, senhor.
Ao ver a expressão irritada do pai, o médico imediatamente parou de falar e se dirigiu a Marta:
—Senhora, vá buscar uma tesoura esterilizada, água morna e uma toalha. Vai nascer a qualquer momento.
Quando Marta saiu, o médico ordenou autoritariamente:
—Tranquilize-se, senhor. Pare de parecer um cavalo encurralado porque está me deixando nervoso. Sente-se ou vá embora.
—... Vou me sentar.
Ele fechou a boca e foi se sentar em uma cadeira, no canto do quarto, pensando que mataria todos se algo desse errado. Estava nervoso e suas pernas tremiam. Arok soltou outro grito bastante violento.
—Um pouco mais de força. Só precisa fazer mais uma vez, está indo muito bem.
Seguindo as ordens do médico, Arok exalou pesadamente e então fez força.
Com os cabelos loiros grudados na testa, seja por suor ou lágrimas, o homem gritou novamente e então soltou um suspiro curto e áspero enquanto olhava na direção de seu marido aterrorizado. Naquele momento, Klopp teve vontade de se ajoelhar e chorar por não poder tomar o lugar do seu sofrimento e ter o bebê no lugar dele. Enquanto isso, o médico apenas olhou entre as pernas de Arok e disse:
—A cabeça saiu! Empurre um pouco mais. Um pouco mais e estará tudo acabado.
Arok soltou um último grito, tremendo por todo o corpo.
E depois de um tempo, com um choro sufocado que parecia que estava prestes a morrer, o conde afundou na poltrona como se algo dentro dele tivesse sido arrancado e, ao mesmo tempo, um coágulo de sangue vermelho se espalhou entre suas pernas.
No momento em que Klopp viu isso, o mundo que já estava tremendo ao seu redor girou como um pião. Ele deu alguns passos, mal mexendo as pernas dormentes, e descobriu que seu bebê estava ali, olhando para ele com seus enormes e perfeitos olhos castanhos. Porém, Klopp ainda não conseguia respirar em paz porque Arok era mais importante, e não sabia se ele estava bem ou se algo havia acontecido:
—Arok?
Ele mal o chamou com uma voz trêmula, mas felizmente Arok estava ileso. O conde respirava pesadamente, mas estava bem. O médico cortou o cordão umbilical, fez o umbigo do bebê e o entregou para Marta. Ela habilmente limpou o bebê, o envolveu em um pano muito macio que havia preparado antecipadamente e o entregou para Klopp, com um sorriso radiante que gritava que ela não podia mais conter a emoção. No entanto, Klopp, que ainda estava olhando para Arok, voltou à realidade apenas quando o bebê começou a chorar.
—Olhando para o tamanho desse belo bebê, posso dizer que é um Alfa. Ele é enorme. Seus cabelos escuros e brilhantes são como os do pai. Parabéns, senhor!
Como se estivesse segurando um floco de neve, algo que derreteria ao tocar, Klopp segurou o bebê com cuidado e olhou para baixo. Embora tenha nascido com tantas dificuldades, o bebê estava saudável, com o rostinho vermelho e mais bonito do que qualquer coisa que já tinha visto antes. Não, sua mãe era mais bonito.
O médico limpou o resto enquanto Klopp segurava o bebê nos braços, depois se levantou, lavando as mãos na água que Marta tinha trazido, e disse:
—Tudo correu muito bem, não acho que precise me chamar no futuro. Uma parteira é suficiente para o seu segundo e último bebê. Além disso, quero evitar um novo sequestro. Obrigado.
Ele tocou no ombro de Klopp, que estava congelado, e se afastou. Enquanto isso, Marta tirou as roupas sujas de Arok, o limpou com uma toalha molhada em água quente e lhe deu suco de laranja para se hidratar.
—Não fique parado, me ajude com o senhor! Ele acabou de ter um bebê, sabia?
Naquele momento, Klopp despertou.
—Claro!
°
°
Continua..