Noite De Caça - Capítulo 205
—Você perdeu sua aliança de casamento, não foi?
Agora que me lembro, foi no restaurante no meio das montanhas que encontrei a aliança enterrada no sangue.
—Sim. Desde que me casei, nunca tirei a aliança. Onde será que eu perdi?
—No restaurante, eu a peguei.
Baek Doha, que estava tomando café, me lançou um olhar fugaz. Assim que percebeu de qual restaurante eu estava falando, ele disse:
—Ah, aquele restaurante? Acho que caiu quando eu estava brigando com Han Mun-woo. Acabei acertando o rosto daquele bastardo com meu punho que tinha a aliança.
—Depois que eu receber alta do hospital, vamos comprar um novo anel. Não sei onde está a aliança que encontrei naquele dia.
Não queria ouvir mais sobre isso, então cortei sua fala.
—Ok. Vamos fazer isso.
Baek Doha também não mencionou mais a história de Han Mun-woo. Enquanto Doha tomava café, avistei um curativo nas costas da mão dele. Era a parte que eu havia mordido antes por causa da dor. Ouvi dizer que a mordida foi tão forte que a carne estava rasgada.
—Sinto muito por morder sua mão. Ainda está doendo?
Agora, só agora, estou pedindo desculpas por isso. Baek Doha colocou a palma da mão enfaixada em minha boca.
—Morda mais. Gosto de ser mordido por você.
—Pervertido.
Baek Doha riu sarcasticamente e eu ri também de forma seca. Não havíamos caminhado muito, mesmo assim eu comecei a sentir falta de ar e dor nas pernas, então me sentei no banco mais próximo. Me sentei primeiro e Baek Doha parecia que ia se sentar ao meu lado, mas de repente ele esparramou no meu colo.
—Por que está fazendo isso? As pessoas estão olhando.
Surpreso, empurrei a cabeça de Baek Doha que estava em cima da minha perna, mas ele nem se mexeu. As pessoas que passavam nos lançavam olhares de soslaio.
—Todo mundo está olhando. —Mas Baek Doha estava descaradamente indiferente a isso. —Estão murmurando.
—Que tipo de bastardo está murmurando?
Baek Doha virou a cabeça ferozmente, olhando para as pessoas que passavam. Os transeuntes que nos olhavam de relance se assustaram e viraram a cabeça rapidamente. Assim que eles passaram, Baek Doha se contorceu em cima da minha perna, procurando a posição mais confortável possível.
Por que esse cara está agindo assim? Bem, se ele estivesse fazendo algo que eu pudesse entender, não seria Baek Doha. Eventualmente, eu desisti de discutir. Ele tinha sido tão carinhoso comigo até agora que decidi encarar esses comportamentos repentinos como um comportamento fofo. Apesar das minhas pernas estarem dormentes, não era nada insuportável.
O sol que caía sobre minha cabeça estava tão agradável que comecei a ficar sonolento. Fechei os olhos por um momento, sentindo seu olhar sobre mim enquanto continuava deitado com a cabeça em minhas pernas. Estava tão fixo em mim que se tornou um pouco desconfortável.
—Yoo Seolwoo.
Um chamado suave do meu nome chegou aos meus ouvidos. Eu estava tão sonolento que mal tinha energia para responder.
—Seolwoo.
—Sim.
Respondi com dificuldade.
—Me desculpe.
Foi um pedido de desculpas inesperado. Eu abaixei a cabeça e olhei para Baek Doha.
—Por que está se desculpando?
—Desculpe. Ainda sou um bastardo cheio de falhas.
Ele até mesmo se depreciou com muita facilidade. Eu ri em voz alta, então Baek Doha estendeu a mão e acariciou suavemente meu rosto. Foi um toque gentil e reconfortante.
—Estou me esforçando muito, mas ainda faço você se preocupar. Se você confiasse totalmente em mim, não teria ido a um lugar tão perigoso para me procurar. Eu sou um marido terrível.
—Por que você está se desculpando? Eu não fiz isso porque não confio em você. Não é nada disso. Eu sinto muito. Nem era um assunto meu mas mesmo assim… eu só não queria que você se envolvesse em algo tão perigoso… sou o único que precisa pedir desculpas.
Seus olhos claros e bonitos me olhavam intensamente. Sua mão acariciando meu rosto era suave e gentil.
—Eu sou um bastardo que cresceu sem a devida educação e caráter, então só consigo lidar com as coisas dessa maneira. Meus pais sempre resolveram as coisas desse jeito quando surgiam problemas, e eu acabei crescendo assim.
Sua voz calma e tranquila fluía docemente.
—Ainda assim, até agora, você só tinha caçado animais, não pessoas.
—Até agora, ninguém nunca te tocou.
Baek Doha soltou um riso ao final de suas palavras.
—Que tipo de grandessíssimo idiota iria me desafiar na vida? Nunca vi nada de ruim acontecer em minha vida, então não precisei machucar ninguém. Mas essa é a verdade, eu sou esse tipo de bastardo.
—Não. Você não é esse tipo de bastardo.
Mal terminei de falar e me arrependi. Eu deveria ter suavizado minhas palavras um pouco.
—Então, que tipo de pessoa sou?
—Você é um bastardo, francamente, um verdadeiro bastardo, mas não saí por aí machucando as pessoas. Não é como os outros Alfas Reais, aqueles lixos humanos. Sabe como são os outros Alfas Reais, desgraçados totalmente incorrigíveis. Tem muita gente que anda por aí sem se importar se é ou não um cretino, mas você é um bastardo que está tentando mudar.
Baek Doha riu alto. Foi um som de risada gostoso de se ouvir.
—Isso é um elogio ou um insulto?
—De qualquer forma, você é diferente dos outros Alfas Reais.
—Então é um elogio, certo?
—Sim.
Baek Doha envolveu seu braço em volta do meu pescoço e me puxou para perto. Nossos lábios se encontraram sob o sol quente, nossos lábios se tocaram levemente enquanto nos beijávamos senti a textura da sua língua úmida. Foi um beijo agradável. Nossos lábios se separaram, e bem na minha frente, pude ver os olhos de Baek Doha que me encaravam. A distância era tão pequena que eu podia ver tudo, desde as pupilas brilhantes até os cílios longos e denso nas pontas das pálpebras.
Não era como se eu nunca tivesse visto esses lindos olhos antes, mas de repente fiquei emocionado de novo.
—Sempre que eu faço merda, você me salva. Como desta vez.
—…Não foi merda. Você estava me protegendo.
—De qualquer forma, se eu fizer qualquer outra coisa que você simplesmente não possa tolerar, me impeça. Afinal você vai viver o resto da vida olhando somente para mim, então como vamos viver se toda vez que olhar para o meu rosto você quiser me esbofetear? E mesmo que você me odeie tanto ao ponto de querer me bater e me matar, eu não vou te deixar ir, nem quando eu morrer.
Seus olhos claros brilhavam com um sorriso enquanto ele dizia isso. A expressão em seus olhos eram completamente diferentes de quando ele vagou pela floresta segurando uma arma. Era difícil acreditar que pertenciam à mesma pessoa.
—Desculpe.
Quando olhei para ele e pedi desculpas, Baek Doha de repente levantou a cabeça como uma cobra pronta para atacar e morder meus lábios com força.
—Ah!
Gritei de dor. Doeu e também me assustou, então, instintivamente, inclinei minha cabeça para trás, mas Doha segurou meu pescoço, forçando minha cabeça a voltar para a frente. Ele tentou morder meus lábios novamente, então eu empurrei desesperadamente seu rosto para longe.
—O que você está fazendo? Pare!
—Se você pedir desculpas mais uma vez, eu vou te atacar. Sexo ao ar livre, seria algo diferente e excitante, não é?
—Você está louco.
—Da próxima vez, não peça desculpa. Nem diga obrigado.
—Mas você…
Antes que eu pudesse continuar, ele rapidamente cobriu minha boca com a mão.
—Não diga nada.
Fiquei tão irritado que mordi a mão de Baek Doha, que estava cobrindo minha boca. Mesmo quando o mordi, Doha sorriu como uma criança, como se fosse divertido para ele. Claro, ele era o tipo de pessoa que fazia como bem entendia, sem se importar com o que os outros pensavam, mas eu fiquei extremamente preocupado. Empurrei a cabeça de Baek Doha que estava deitada em minhas pernas e me levantei rapidamente, peguei minha jaqueta e entrei apressadamente no hospital.
—Vamos embora amanhã.
Baek Doha me alcançou rapidamente e ficou ao meu lado enquanto caminhávamos. Eu apenas o olhei de relance e acima da camisa de gola alta, pude ver a ponta do curativo que cobria o ferimento em seu pescoço.
—A ferida?
—Que ferida?
—No seu pescoço.
Só então Baek Doha levou a mão ao redor de sua própria garganta, dizendo.
—Ah. Não é nada, vai cicatrizar logo.
—Se você acabar com uma cicatriz, apague-a. E quando for fazer isso também trate a cicatriz que tem no seu braço.
Eu sabia que ele provavelmente ia dizer que não, então olhei para Doha e continuei rapidamente.
—Eu sei que você não quer.
Baek Doha mostrou um sorriso.
—Você não vê que eu fico nervoso e preocupado toda vez que vejo essas cicatrizes surgirem no seu corpo? Então, apague-as completamente.
—Tudo bem.
—Não responda como se não se importasse.
—Está bem.
Sua resposta de alguma forma não parecia clara. Mas desta vez, mesmo que eu tivesse que arrastá-lo pelo pescoço, eu estava determinado a levá-lo ao hospital para remover as cicatrizes.
—Se vamos viver juntos para sempre, não me faça ficar preocupado com isso. Eu também não consigo viver sem você, e não quero ficar ansioso toda vez que ver suas cicatrizes.
Baek Doha, que caminhava enquanto me puxava pelo braço, virou a cabeça e olhou para mim.
—Se você me chamar de ‘amor’, eu vou imediatamente ao departamento de dermatologia deste hospital para removê-las. Se não me chamar assim, não as removo.
Franzi a testa. Era irritante, mas ao mesmo tempo, ver um homem grande como ele fazendo ameaças de maneira tão infantil era divertido. Aquele comportamento também era adorável. Eu não tinha palavras para responder a não ser o que ele havia pedido.
O que havia de difícil em chamá-lo de ‘amor’? Eu queria fazer isso, já que era o que ele queria.
— Meu Amor.
Ao ouvir isso, Baek Doha parou abruptamente. Reunindo coragem, eu finalmente consegui dizer as palavras que não conseguia expressar enquanto estava convulsionando e gemendo de dor.
—Eu também não consigo viver sem você. Muito obrigado por me proteger, eu te amo. Vamos continuar vivendo juntos para sempre. Até agora você sempre e sempre será meu Alfa.
O rosto zombeteiro de Baek Doha repentinamente ficou sério. Ele estava envergonhado. De repente ouvimos uma criança chorando por não querer tomar uma injeção, o choro era tão alto que meus ouvidos doeram. Na verdade, chamá-lo de meu amor, não era algo para se dizer no corredor do hospital.
Era algo para se fazer num local com uma bela vista em um ambiente perfeito. Mas também não era uma confissão de amor que seria feita uma vez e esquecida. Eu posso fazer isso agora, posso me confessar amanhã e mais uma vez depois de receber alta do hospital, em um lugar agradável, enquanto tomamos coquetéis ao ar livre.
—Vamos entrar. Estou com frio.
Comecei a andar de novo, arrastando a bolsa intravenosa no lugar de Baek Doha.
—Diga de novo.
Baek Doha me seguiu e insistiu.
—O quê?
—Diga de novo o que você disse antes.
—Não quero.
—Só me chame de ‘amor’ mais uma vez.
—Eu disse que não.
—Só mais uma vez, por favor?
Ele é persistente. Será que gostou tanto assim? Mas era embaraçoso demais para mim repetir isso depois do que aconteceu. Ele continuou pedindo para eu repetir até entrarmos no quarto do hospital, Doha era mais insistente do que Doyun.
—Você realmente gosta quando eu te chamo de amor?
—Eu adoro.
—Então peça para outra pessoa te chamar assim.
—Você está louco? Só é bom quando é você quem diz.
Chegamos em frente ao quarto. Relutantemente, repeti mais uma vez.
—Meu amor.
Eu estava com medo do que poderia acontecer se eu repetisse essas palavras. De repente, Baek Doha me abraçou pela cintura e me ergueu no ar, segurando o soro intravenoso com a outra mão, e então ele correu para o banheiro do quarto e trancou a porta. Fiquei chocado.
—Você está louco? Não, não. Eu ainda não estou normal.
—Eu sei. Eu sei, merda. Estou prestes a explodir, apenas me toque com as mãos.
Enquanto ele me abraçava pela cintura, com uma mão ele desabotoou apressadamente seu cinto e puxou as calças para baixo. Seu pênis inchado e pegajoso saltou para fora. Um aroma masculino e forte de feromônios tomou conta do ambiente. Fiquei tonto, minha respiração de repente ficou pesada e difícil.
—Toque.
°
°
Continua…
Tradução: Rize
Revisão: Ana Luiza