Pontos de sutura - Capítulo 06
Graças à operação rápida, Dohan, que começou a fazer as coisas com antecedência, teve mais oportunidade de se preparar para jantar com seu melhor amigo.
Dohan parou na sala de descanso para pegar um avental e um “cartão de identificação de funcionário” e deixou a sala de cirurgia pela primeira vez naquele dia.
O homem, vestido com um jaleco branco sob seu uniforme cirúrgico e usando um cartão de identificação de funcionário, não parecia tão diferente dos outros médicos que se dirigiam para o almoço. Era um avental usado para que ele pudesse sair e evitar a contaminação, mas, para seu azar, quando ele passava pela sala de espera, os pacientes pensavam erroneamente que ele era um médico da equipe e frequentemente perguntavam sobre algo. Dohan, abordado por uma senhora idosa para saber quando ela poderia receber alta do hospital, voltou-se para a enfermeira do posto que a informou de sua situação e, relutantemente, seguiu em direção à cafeteria, apertando os dedos dos pés dentro de seu Crocs. Caminhando pesadamente, como uma vaca rumo ao matadouro, suspirou na frente do elevador e enfiou a mão no bolso do avental. Lá, havia um Jibbitz em forma de coração que Mihee havia deixado em seu armário com um bilhete que dizia “Anime-se”. O apertou dolorosamente na palma da mão e esperou por Kang Hyewon na frente do segundo andar, onde ficavam o refeitório e a área de descanso dos funcionários.
Kang Hyewon, que disse que viria primeiro e esperaria por ele, não estava em lugar nenhum no corredor e, como era incrivelmente normal ele se atrasar, Dohan fez um pequeno treino na frente do elevador, escrevendo um roteiro em sua cabeça para não parecer estúpido na frente do amigo.
Ele havia dito a palavra “suturas”. Esse era o código que eles usavam na faculdade para “ajeitar as coisas” depois das brigas.
— Ahhhh!!!
— O que você está fazendo aqui em vez de está lá dentro?
— Argh! Ei, seu filho da puta, não… não apareça do nada! Quando você chegou? Se você já chegou, me mostre um sinal ao invés de me deixar parado aí, feito um idiota!
Será que estava pensando demais sobre isso? Kang Hyewon, que apareceu de repente, estava bem atrás dele, mas ele nunca o notou e, quando o ouviu falar, Dohan deu um pulo como se tivesse sido atingido por um raio embora a voz do amigo fosse relativamente baixa. O roteiro que ele havia elaborado em sua cabeça voou como uma tese que foi finalizada às pressas. Dohan ficou tão surpreso que gritou com Kang Hyewon, como normalmente faria. Dohan esfregou os braços ao sentir arrepios na pele.
— Ugh… você é assustador.
Enquanto Dohan dava tapinhas em seus ombros, Kang Hyewon simplesmente suspirou e decidiu passar por ele. Contrariando a expectativa que ele tinha do encontro, o homem entrou no refeitório sem dizer uma única palavra sobre isso e Dohan, que estava em pânico, apenas o seguiu. Ele não conseguia nem pronunciar as palavras que havia preparado ou as desculpas que decorou porque, como sempre, Hyewon pegou um pequeno prato e olhou para o cardápio como se nada tivesse acontecido para começar. Dohan, que demorou para perceber a situação, também pegou um pequeno prato e ficou ao lado do médico, olhando para ele.
— Por que pediu para me ver?
Recebendo as guarnições em seu prato, Dohan finalmente perguntou a Hyewon sobre. Mas, novamente, ao contrário do que ele pensava que seria uma briga onde eles acabariam se segurando pelo pescoço ou tendo uma conversa estranha e maluca, era o mesmo de sempre. Dohan ficou em silêncio enquanto observava Kang Hyewon normalmente.
— Bem, para comer. Sempre fazemos isso juntos.
Com a resposta que recebeu, Dohan fez uma expressão atordoada feito um idiota e esfregou a nuca como se tivesse começado a doer do nada. Enquanto ponderava por um momento sobre como responder, Kang Hyewon, que recebeu o resto de sua comida primeiro, se afastou para encontrar um lugar. Dohan apressadamente o seguiu novamente.
— Mas Dohan… tem algo que eu queria falar com você mesmo. É sobre sábado.
— …
— Você me deixou sozinho e foi embora.
Dohan, envergonhado com a frase de Hyewon, pareceu ficar em branco.
— Está dizendo que ficou incomodado com isso?
— Por que você foi embora?
— Você está realmente perguntando isso?
— O que há de errado em perguntar isso?
Dohan e Hyewon ficaram de boca fechada quando descobriram que apenas perguntas iam e vinham, sem respostas. Por um momento, a cabeça de Dohan começou a girar mais rápido do que o normal e então até seu peito começou a palpitar. Era uma situação em que ele não podia ter certeza de nada, então, por um momento ele sentiu que precisava de uma explicação vinda de Hyewon primeiro para estabelecer as bases para a sua resposta. Dohan segurou o prato e franziu a testa.
— … Não sei.
Enquanto Kang Hyewon dava mais um passo em direção à mesa, Dohan o seguia de perto pela terceira vez. Então Dohan, colocando o prato na frente de Hyewon, que havia decidido se sentar perto da janela, considerou fazer uma pergunta bastante simples:
— Por acaso você se lembra do que aconteceu no sábado?
— …
Hyewon, que estava prestes a pegar os talheres, parou e olhou para ele. Estava tão nervoso com isso que o breve silêncio que durou apenas alguns segundos pareceu ter durado mais de 10 minutos. Esperando pela resposta de Kang Hyewon, Dohan engoliu em seco e tentou ler sua expressão, embora se encarassem sem dizer uma palavra. Pensando bem, quando eram mais jovens, mesmo quando os dois brigavam, Dohan sempre era quem chorava. Ele nunca viu Hyewon fazer algo assim. É por isso que eles criaram a palavra-chave para começar: para evitar o estresse. A voz baixa de Hyewon agarrou Dohan, que havia perdido a cabeça por um momento, e o arrastou por um caminho diferente:
— … O que você diria se eu dissesse que não me lembro?
— Você não lembra?
— Me diga o que você diria.
Como se tivesse se tornado um grande traçador de perfis, Dohan começou a se concentrar na pessoa à sua frente para determinar a autenticidade de suas palavras. À medida que a tensão em seu corpo musculoso diminuía, as costas de Dohan pareciam ficar um pouco mais retas e largas.
— Você e eu bebemos na sala e subimos para o quarto do hotel.
— E depois?
Ao ouvir a pergunta de Hyewon, Dohan pensou que ele havia realmente se esquecido e soltou um suspiro de puro alívio.
— Ufa, isso é bom.
Mas, sem perceber, Hyewon franziu as sobrancelhas diante da ação desgarrada de Dohan, que tinha uma expressão de cachorrinho no rosto e agora estava sorrindo como se estivesse realmente feliz por um momento ruim ter passado. Quer dizer, ele achava que isso era bastante razoável. Originalmente, Hyewon não era um homem que bebia até ficar inconsciente, portanto, ser obrigado a fazer isso possivelmente afetou suas memórias.
Dohan olhou para trás e viu os momentos fragmentados daquele dia. Ambos estavam exaustos, tanto fisicamente quanto mentalmente. Beberam tantos drinques fortes que parecia lógico que eles estivessem tão perdidos. Aquela noite, eles estavam quase… como zumbis.
Dohan, que considerou as circunstâncias antes e depois em sua cabeça, assentiu com a resposta “razoável” que lhe ocorreu. Ele tinha apenas uma pequena parte do cenário, e lá estava Hyewon, com um rosto particularmente vermelho e olhos muito diferentes do habitual. Quando Dohan fez uma expressão séria e acenou novamente com a cabeça, Hyewon largou a colher.
— … Você não se lembra?
— … Não de tudo. Pelo menos eu me lembro que deixei você no quarto do hotel.
Hyewon estava olhando para Dohan como se estivesse prestes a perfurar seu rosto. Dohan hesitou por um momento sobre o que responder, mas ele havia falado sobre isso na esperança de que fosse verdade que Hyewon também tivesse perdido a memória, assim como ele. Afinal de contas, se Hyewon se lembrasse de cada coisa que ele havia dito ou da maneira como o havia beijado… ele o perderia. Eles deixariam de ser amigos e tinha muitas evidências para comprovar isso. Felizmente, Hyewon não respondeu e apenas acenou com a cabeça, então teve a sensação de que ele estava dizendo que “entendia completamente” e que ele “não precisava falar mais nada”.
Toda vez que ele balançava a cabeça, a luz do sol refletia em seus óculos transparentes.
— Por que você mudou seu turno?
— Porque eu estava de ressaca.
A atitude de Hyewon era a mesma, mas Dohan não conseguia deixar de lado suas dúvidas facilmente, então ele continuou hesitando em suas palavras. Sua mente era complicada, então chegou à conclusão de que, se ele se lembrava apenas de fragmentos, havia a possibilidade de que o mesmo tivesse acontecido com o seu amigo.
— Ei, Kang, você realmente não se lembra?
— … Você deveria comer.
Mas não conseguiu tirar suas dúvidas porque o outro não o respondeu corretamente. Dohan agarrou a ponta da mesa com as mãos e se esticou um pouco mais em sua direção. O homem mergulhou a colher nervosamente na sopa, olhou para Dohan, que disse isso e aquilo e depois o atacou com um:
— Só estou curioso. Nem você, nem eu somos do tipo que perde a memória facilmente.
— Ha…
— Embora eu esteja feliz por não morrer naquele dia. Bebemos pra caralho…
Dohan continuou a conversar com ele sobre a situação, mas Hyewon pareceu se concentrar apenas na comida. E à medida que a conversa entre os dois se esvaía, a carne e as batatas também começaram a desaparecer rapidamente. Dohan colocou os rolinhos de ovo na boca e pensou se deveria sair do escritório após o horário comercial normal ou passar a noite no trabalho de plantão. Por alguma razão, parecia que tudo estava relativamente quieto hoje, então era possível dizer que ele não estava muito preocupado com seu próximo movimento. Ponderou por um momento e então novamente fez contato visual com Kang Hyewon. Queria perguntar de novo se ele realmente não se lembrava da noite de sábado, mas também estava preocupado de que pudesse estar contribuindo para a recuperação de memórias embaraçosas para alguém que estava calmamente vivendo em meio a ignorância. Por fim, Dohan decidiu ficar calado sobre o assunto porque sentiu que esse homem não precisava ficar chateado com a lembrança de ter sido beijado pelo seu melhor amigo.
Eu ia fingir que nada aconteceu de qualquer maneira.
Após comer, os dois pararam no café do primeiro andar, onde definitivamente não viriam em um dia comum. Era um café famoso por seus deliciosos croissants e rosquinhas de chocolate, mas Dohan e Hyewon não conseguiam se lembrar de ter comido lá alguma vez.
— Um copo de café americano gelado e… o que você quer?
— Ah… um desses também.
— Certo.
— …
— …
— Você não vai… pagar?
— Ah, eu tô sem dinheiro. – o médico comentou, casualmente.
— O que quer dizer com não ter dinheiro, seu maluco?
— Bem, eu não tenho nenhum.
— E por que você pediu café se não tem dinheiro!?
— Porque eu quero?
— Você deve estar brincando… quer saber, foda-se, sai do caminho.
Dohan, que se viu cara a cara com o caixa perplexo, estalou a língua e entregou seu cartão de crédito. Na verdade, o salário de Hyewon, um médico em tempo integral, não era muito diferente daquele que praticava rodízio de turnos. Felizmente, Dohan estava ao lado dele antes que o acusassem de ser um ladrão. A maioria dos médicos que ficavam como bolsistas estavam lá para se tornar professores em hospitais universitários ou para praticar um pouco mais antes de ir para outro lugar. Os salários lá não eram muito bons, então a maioria deles abria suas clínicas particulares para ganhar uma boa renda e, de fato, apenas aqueles que, como Kang Hyewon, não se importavam se ganhavam menos ou mais dinheiro, sobravam para servir ao hospital. Portanto, Kang Hyewon frequentemente sofria com esse tipo de situação porque tinha que pagar o apartamento e o carro. Seu salário era baixo e ele não queria depender dos pais. Embora fosse enfermeiro, o salário de Dohan era mais alto do que o de Hyewon.
— Ei.
— Dohan.
Depois de tomar um gole de café, os dois se chamaram ao mesmo tempo.
— Diga primeiro.
— Não, você fala primeiro.
— Não, pode dizer.
— Não, você.
Quando os dois homens adultos ficaram cara a cara, murmuraram como se fossem um par de crianças tímidas. Foi como se eles ainda fossem alunos do ensino fundamental em seus últimos anos. Brincaram que deveriam fazer um ou outro primeiro e então Hyewon, que não tinha muito tempo para tomar café, trouxe o assunto principal primeiro:
— Já que estamos falando de dinheiro, queria perguntar sobre o que vai acontecer com seu apartamento.
— Ai! Você tem razão…
Dohan ligou a tela do telefone para verificar a data em resposta à voz preocupada de Hyewon e, talvez alguns segundos depois disso, ele finalmente colocou a mão na testa e suspirou com toda a força. Por que diabos o tempo estava passando tão rápido? A data de vencimento do aluguel do apartamento em que ele morava estava se aproximando perigosamente. Se Hyewon não tivesse falado sobre o assunto, ele teria ficado sentado ali como um idiota e não teria nem mesmo pensado sobre o assunto. Era óbvio que ele iria esquecer.
— Por que você não aproveita e procura uma casa perto do hospital?
Hyewon estava certo. Quando ele chegou à filial, o hospital não estava muito lotado e, nos primeiros dias, estando na unidade de terapia intensiva, ele podia dizer honestamente que não havia muitas cirurgias de emergência e tinha muito tempo livre para descansar depois. Naquela época, não havia casas adequadas perto do hospital, então ele encontrou uma que ficava a uma hora de distância de ônibus.
— Você acha que seria melhor?
— Sim. Você nem sequer tem um carro.
Ao contrário de Hyewon, que tinha seu próprio carro, Dohan não comprou um imediatamente porque sempre dizia que não adiantava nada se, no final, ele nunca saísse do hospital.
— Bom, gostaria de morar comigo?
— Com você?
— Sim. Não há muitas opções por aqui e nenhum de nós fica muito em casa de qualquer jeito.
Por sugestão de Hyewon, Dohan ergueu as sobrancelhas. Na verdade, não era uma oferta ruim. Pelo menos, não se ele não tivesse dormido acidentalmente com Kang Hyewon alguns dias atrás. Era verdade que não havia quartos individuais perto do hospital e a maioria deles eram unidades familiares com um custo bastante inflacionado. Além disso, nenhum dos dois ficavam muito para casa, então certamente era um desperdício. Se os dois morassem juntos em uma casa um pouco maior, o fardo seria aliviado de várias maneiras e ele pararia de se sentir tão frustrado sobre como sobreviver decentemente. Dohan ativou a calculadora em sua cabeça por um momento.
— Vou pensar um pouco.
— Muito bem.
Era uma oferta tentadora, mas Dohan reteve sua resposta por enquanto. Ele não sabia como as coisas poderiam mudar no futuro, mas achava que seria bom esperar um pouco mais. Ainda tinha algumas semanas até que o aluguel de sua casa expirasse, então seria melhor não aceitar a proposta imediatamente para ter certeza que Hyewon realmente não se lembrasse de nada daquela noite.
— Bem, que tal discutirmos sobre este fim de semana? — Hyewon perguntou, aproveitando a deixa.
— Por que no fim de semana?
— … É o aniversário do seu pai.
— Por que você sabe quando é o aniversário do meu pai?
Na verdade, Dohan sabia bem disso. Era como se Hyewon quisesse conversar um pouco mais com ele. Afinal, o que havia entre os dois era tão natural quanto a água que corre em um rio.
— Porque seu pai me chamou.
— Ah, claro…
E, logicamente, ele fez isso porque sabia que Dohan não mostraria o nariz no aniversário de seu próprio pai a menos que Kang Hyewon o pegasse e o levasse para Seul. Seu pai era uma boa pessoa em muitos aspectos, mas Dohan sempre teve dificuldade em passar um tempo com ele.
Dohan suspirou e acenou com a cabeça para a cena óbvia que se desenrolava diante de seus olhos como um vídeo que ele assistiu dezenas de vezes e, então, do nada, ele se lembrou de algo:
— Ah, eu… Você conhece Kim Jung-ah? A anestesista?
Hyewon não pareceu entender de imediato, mas Dohan continuou de qualquer maneira. Como esperado, o homem tomou outro gole de café e balançou a cabeça como se pedisse para ele ser mais exato. Kang Hyewon não costumava demonstrar muito interessa nas coisas que o cercavam no dia-a-dia.
— Mihee me disse que Kim Jung-ah comentou que ela estava interessada em você.
— Entendi…
— Você é muito popular.
— Talvez você devesse levá-la também. — de repente, Dohan não sabia exatamente o porquê, mas uma febre desconhecida subiu para sua cabeça como se o sangue estivesse correndo para seu cérebro.
Por dentro, ele estava com medo de mostrar uma expressão aborrecida, mas Kang Hyewon facilitou para ele, acenando com a cabeça para as palavras de Dohan como se estivesse acostumado a ouvir esse tipo de elogio e proposta.
Ele tocou no assunto primeiro, isso era claro, mas não esperava receber esse tipo de resposta positiva. Parecia que o feromônio ômega, que o deixou repentinamente enjoado, esfregou sob seu nariz e seu estômago começou a doer.
— Ei… Hahaha… Não estou dizendo para você concordar. Eu só… Foi só fofoca. Se você não gosta, é só dizer não. Você não precisa ser legal com ela.
— Quem disse que eu não gosto?
A expressão de Hyewon, que se levantou de seu assento, com o café na mão, olhando para o relógio, não era de desgosto nem de alegria, era… apenas ele.
— Bem, você vê ela todo dia, né? Nem sequer parecia interessado alguns segundos atrás. E agora você vai convidar ela?
— Bem, e quanto a você?
— Como assim “e quanto a mim”?
— Por que você encontra ômegas todos os dias se não parece estar interessado neles?
— Porque eu… porque…
— Aha.
— Porque eu só faço isso por causa sexo. É diferente.
— Claro, isso é óbvio.
As palavras de Dohan pareceram machucá-lo pela segunda vez, então Hyewon ergueu levemente as sobrancelhas e ergueu os óculos sem perceber que estava fazendo isso. Ergueu tanto que Dohan notou que os óculos de armação prateada foram colocados bem acima da ponte alta do nariz branco. Hyewon parecia um tanto inconsequente naquele momento.
— Bem, eu também quero sexo.
— … O que você disse?
Dohan olhou Hyewon de cima a baixo, como se tivesse acabado de ouvir uma piada engraçada. Quando Hyewon estava na escola pré-medicina, ele parecia tão confinado em seu estudo que ignorava todas as jovens que se aproximavam dele. Até as namoradas que ele teve desde aquela época sempre reclamavam que ele só as via duas vezes por mês e, por isso, todas se separaram.
— Você não pode estar falando sério.
— Ora, por que eu não posso?
— Porque você não… porque…
— …
— Não, é só que…
— Excelente argumento. Estou indo. Tenho mais uma cirurgia em poucos minutos. Vejo você a noite.
Hyewon tomou mais alguns goles de seu café americano e colocou o copo sobre a mesa. Dohan, que tinha muito tempo livre até a próxima cirurgia, ficou parado no mesmo lugar.
— Espere… Ei!
— O quê?
— … Se eu me lembrar de mais alguma coisa daquele dia, vou contar tudo, ok?
— … Até mais, Dohan.
As pontas das sobrancelhas afiadas de Kang Hyewon subiram um pouco mais, mas não passou disso.
°
°
Continua….
Tradução Rize
Revisão MiMi