Pontos de sutura - Capítulo 11
Era um pouco cedo, mas os três deixaram a sede do Hospital Universitário Deokwon e se dirigiram ao local prometido no carro dirigido por Hyewon. Quando chegaram ao restaurante que haviam reservado, o sol começou a se pôr e então uma cor vermelha bastante bonita começou a brilhar. Achou que eles haviam chegado muito cedo, mas quando se dirigiram para o lugar na mesa que reservaram com antecedência, a mãe de Hyewon já estava lá com os braços estendidos:
— Oh, Dohan! Querido.
— Oi, tia!
Diferentemente da maneira como tratava o pai, Dohan abraçou a pequena mulher de meia-idade, de cabelos chineses, com um sorriso bonito iluminando todo o seu rosto. Era como se uma brisa fresca tivesse subitamente passado por ele enquanto estava ao lado dela.
— Meu Deus. Nosso Dohan ficou mais bonito com o tempo. Você parece um ator e tanto.
— Não é? Acho que escolhi a carreira errada.
— Devíamos ter feito de Dohan uma celebridade!
— Você ainda pode.
— Você acha? Vamos fazer compras juntos mais tarde e você me conta?
Ela e Dohan agiram como se fossem amigos de longa data. Ela o elogiou por cuidar bem de seu corpo, apesar de estar tão ocupado, deu um tapinha em sua bunda, sorriu de brincadeira e finalmente olhou para Hyewon. O jovem inclinou a cabeça em sua direção, mas isso foi tudo. Dohan costumava pensar nisso o tempo todo. Como parecia que a criança nascida dos pais de Dohan era Hyewon, e a criança nascida dos pais de Hyewon era Dohan. Talvez eles os tenham negociado. A mãe de Dohan era uma mulher inteligente e apaixonada, mas não era do tipo carinhosa como a mãe de Hyewon. Por outro lado, os pais de Hyewon eram opostos a ele e tinham personalidades muito amigáveis e alegres. As pessoas que conheceram Hyewon pela primeira vez às vezes se perguntavam se ele era tão apático porque tinha um histórico familiar sombrio, origem pobre, família descomprometida ou que talvez eles fossem uma porcaria para o pobre garoto. Mas a casa de Hyewon era muito harmoniosa, pacífica e rica. O homem era assim porque queria ser assim.
Depois de um tempo, toda a mesa estava cheia. O pai de Hyewon, que era lindo e genial, sua mãe fofa e sorridente, a mãe de Dohan, que era uma mulher quase tratada como uma heroína em todos os hospitais da região, e um papai que falava até pelos cotovelos. Seis pessoas que se encontram em um só lugar depois de um ano.
Todos compartilharam uma refeição com seus dois meninos, que agora eram homens bonitos, e foi exatamente por isso que eles tiveram os dois como assunto de conversa.
— Eu sempre odiei o fato de que meu Hyewon se tornaria um médico.
— Porque?
— Eu estava tentando fazer do meu filho uma celebridade.
— Kang Hyewon uma celebridade?
Dohan riu das palavras da mãe de Hyewon. Era um trabalho que realmente não combinava com alguém como ele. Claro, havia muito pelo que se apaixonar em termos de aparência, mas Robodoc não podia ser uma celebridade. Dohan quase engasgou ao pensar em Hyewon, parado como um manequim no set de filmagens.
— Seu rosto é a única coisa que vale a pena.
Dohan bebeu meio gole do vinho em seu copo e olhou para o rosto de Hyewon.
— Ainda me lembro quando eu era pequeno e ele veio me dizer que queria salvar as pessoas com você. Ele era tão fofo.
— Ele disse isso?
— Ah, sim. Ele até escreveu seu objetivo na parede. “Ser um médico excelente no futuro.”
Foi surpreendente. Não conseguia nem imaginar. Mesmo quando jovem, Hyewon sempre foi quieto e indiferente a tudo ao seu redor. Quando conheci Hyewon, ele não tinha nada em particular que quisesse fazer ou mesmo o menor interesse em melhorar em alguma coisa. É por isso que seus colegas o odiavam. Ele parecia uma pedra o tempo todo, então mesmo que as crianças na escola saíssem para brincar ou mesmo que o convidassem para comer, ele dizia “Não estou com vontade” “Não estou com vontade” e agia o mais amargo possível, então ele já foi tão fofo quanto sua mãe disse que ele era? No entanto, os pensamentos de Dohan sobre o Hyewon da escola não duraram muito. Foi porque a animada mãe de Hyewon trouxe outro tópico.
— Por causa disso, ele conseguiu entrar na universidade.
— Ha.
— E ele ficou com raiva por um longo tempo porque você não estava lá.
— Mãe…
— Oh, não fique envergonhado com isso.
Não havia sinal algum de constrangimento, mas era assim que ela o chamava. Hyewon ainda tinha uma expressão fria no rosto, mas Dohan olhava para ele com o queixo apoiado na mão e um sorriso um tanto malicioso na boca. Hyewon, que nem estava tentando comer, estava com uma cara tão vazia que parecia mais uma “cara de louco” do que de constrangimento. Na verdade, ele se lembrava que eles tinham feito uma promessa boba de se tornarem médicos juntos. Como em um filme de desenho animado para adolescentes. Eles juntaram os dedinhos e as testas e disseram: “Vamos nos encontrar no topo”.
Hyewon estava sempre lá, onde Dohan estudava. E quando Hyewon uma vez lhe perguntou por que ele não ia brincar com as outras crianças da vizinhança, ele olhou para ele e disse:
‘Eu tenho que me tornar um médico, então não tenho tempo para jogar.’
E, embora a concentração do rapaz não durasse muito tempo, pelo menos ele tinha Kang em sua mesa todos os dias, observando atentamente para ver como ele estava estudando. E assim, Hyewon, que também parou de sair, puxava uma cadeira, sentava-se ao lado dele e, quando se virava para ver o que ele estava fazendo, descobriu que ele estava estudando anatomia. E, embora Hyewon literalmente tenha pulado no sonho de outra pessoa para torná-lo seu, era verdade que ele parecia ter muita motivação para estudar.
Algumas pessoas diziam que estudar é um talento. Algo que exige persistência e muita concentração. E, compreensivelmente, algumas crianças careciam desses elementos importantes e apenas sentavam-se em uma mesa sem realmente realizar nada. Mas Hyewon se destacou terrivelmente nesta arte. Ele não olhava em volta quando entrava em seus livros e era tão responsável em tudo que fazia que chegava a ser um pouco assustador.
E um dia, simplesmente desapareceu.
Hyewon, que sempre foi apegado a ele, saiu em algum momento sem dar uma palavra ou explicação. Sem sequer ligar para ele. Ele não conseguiu contato com o homem por muito tempo e quando foi até a casa dele, encontrou-a completamente vazia.
Sempre presumiu que eles fariam tudo juntos. Que ele se formaria no ensino médio com Kang Hyewon e eles iriam para a mesma universidade. Portanto, mesmo que se casasse no futuro, tinha como certo que o tempo que teria ao lado dele e seus pais continuaria sem se mudar. Mas foi muito diferente de como ele imaginava. Desde que conheceu Hyewon, sempre houve um lugar para Dohan em sua vida. Era tão natural quanto respirar. Portanto, o sentimento de perda naquele momento nem poderia ser expresso em palavras normais. Ele fingiu estar bem e passou um tempo com seus colegas como de costume, mas uma sensação de traição e perda preencheu o lugar vago de Kang Hyewon na escola. Dohan, que estava sempre tendo aulas com Hyewon no horário programado, perdeu toda a motivação para continuar com isso quando ele desapareceu. E como não havia com quem estudar, ele sentiu que não tinha mais nada a arriscar e sua vida deu uma pirueta um pouco maior do que no início. Ele apenas fez sexo e sexo e sexo e, como tal, as notas de Dohan gradualmente começaram a cair até que tivesse apenas 0 em seu boletim escolar. Nada estava indo bem.
E Dohan, que enfrentou um período de fúria tardia e vendavais, foi um caos total até chegar ao último ano do ensino médio.
Foi assim que ele entrou no Departamento de Enfermagem da Universidade Deokwon, para começar. E se ele não tivesse encontrado Hyewon novamente no campus da faculdade de medicina, estaria ocupado flutuando como uma bóia no oceano.
Dohan suspirou, mantendo os ouvidos atentos à mãe de Hyewon e olhando para ele de vez em quando. Por que ele desapareceu de repente? Agora que pensou sobre isso, ainda não sabia o verdadeiro motivo pelo qual ele repentinamente deixou o colégio e desapareceu.
Dohan apertou o queixo entre os dedos e olhou para ele um pouco melhor. Ele realmente era tão bonito agora quanto havia sido no passado. Lembrou-se de seus ombros e peito brancos como uma estátua de mármore e do formato daquelas mãos que permaneciam em sua memória desde o dia em que se deitaram na mesma cama de hotel. Também se lembrou daquele rosto frio e branco, colorindo cada parte dele de vermelho enquanto ofegava como um animal. E quando ele o beijou, depois franziu as sobrancelhas ao máximo e deixou até mesmo a língua para fora. De que cor eram os mamilos dele? Eram rosados? Ele não conseguia se lembrar. Só se lembrava de como sua respiração calma habitual foi perturbada e como o homem chamou o nome dele enquanto ofegava como se não pudesse suportar.
‘Dohan, ah, ah, Dohan…’
— Dohan?
— O quê? Oh, desculpe.
Meu Deus.
Dohan, que foi despertado de seu delírio pelo chamado de sua mãe, ficou tão surpreso consigo mesmo que começou a se repreender pelo que acabara de fazer. O que diabos havia de errado com ele? Imaginando algo assim agora, pensando no sexo que ele fez com Hyewon enquanto comia com seus pais!
Que idiota!
Ele até sentiu que tinha sorte de a mesa cobrir a metade inferior de seu corpo para não ficar mal na frente deles.
— Estava perguntando se você queria vir trabalhar aqui depois disso.
— Sim.
— De verdade?
— De… que estamos falando?
Dohan, que ficou chocado com suas próprias ações por um momento, finalmente entendeu os detalhes e encarou o questionador. Estava tão perdido em sua própria mente que não a ouviu direito, então endureceu o rosto e corrigiu a resposta com um sonoro e definitivo: — Não.
— Im Dohan, já faz um ano. Só… Estamos preocupados com você. Só isso.
— Não. Pelo menos por enquanto, não pretendo voltar para o escritório principal.
— Dohan-ah.
Neste mesmo dia, no ano passado, Dohan comunicou que não queria mais continuar trabalhando neste local e apresentou seu pedido de demissão para ir para a ala de cirurgia de emergência de um hospital mais distante. A mãe achava que muita coisa estava sendo desperdiçada lá.
— Mas não seria melhor para você ser enfermeiro-chefe aqui no hospital onde está sua família?
— Não. Não tenho intenção de voltar para casa.
— Im Dohan, você prometeu. Você disse que seria por um ano. É por isso que eu o ajudei com o depósito inicial.
Ele não tinha dinheiro guardado para a carreira porque vivia como um playboy e aproveitava tudo o que podia. Além disso, Dohan não tinha intenção de começar uma família como o resto de seus amigos, então ele esbanjou o dinheiro que ganhou em puro entretenimento e prostitutos. Beber álcool caro, hospedar-se em hotéis chiques e andar nos carros estrangeiros de seus amigos, esse era seu passatempo. E como ele tinha pouco dinheiro guardado, sua mãe o ajudou com o depósito do apartamento. Claro que ele disse que pagaria pouco a pouco, mas tinha usado tudo para dormir com os Omegas, então nunca havia dinheiro sobrando em sua conta bancária.
— Se for esse o caso, então a mamãe não pode mais te ajudar.
— Está bem.
Diante das palavras mais duras da mãe do que o esperado, Dohan sentou-se torto na cadeira e assentiu. Dohan já sabia que ela diria a ele para voltar ao escritório principal, mas ele não esperava que ela cortasse seu apoio assim do nada. Estava um pouco envergonhado, mas não ia ceder. Em vez disso, parecia que ele não se importava.
— Não é como se eu fosse um mendigo. Além disso, vou começar a viver com Kang Hyewon a partir de agora.
— … A sério?
Sobrancelhas escuras, semelhantes às de Dohan, ergueram-se até as alturas. A mãe de Dohan era mais dura do que seu pai amoroso, já que passou toda a sua vida em obstetrícia e ginecologia, que diziam ser um caminho realmente difícil.
— De qualquer forma, não tenho intenção de voltar para a matriz no futuro. Vou ficar na sucursal pelo resto da minha vida.
— Dohan!
Quando Dohan articulou claramente o que queria dizer, as sobrancelhas de sua mãe se ergueram ainda mais e ela gritou seu nome repetidamente, como fazia quando ele era pequeno.
Os dois estavam tendo uma briga intensa quando o telefone tocou. E ao som de seu toque, que era uma sirene de ambulância, todos no lugar olharam para o celular com muita atenção.
— Vamos, atenda. Deve ser uma emergência.
— Isso não acaba aqui, jovenzinho.
— Não, mamãe. Já acabou há muito tempo.
O som do toque do celular dela, em uma reunião de pessoas que estavam acostumadas a receber chamadas de emergência, foi o som perfeito para sacudir o corpo de todos. Diante das palavras de Dohan, ela apontou o dedo para ele e o ameaçou e, assim que apertou o botão “atender”, suspirou ao ouvir uma voz chamando-a: “Chefe!” pelo telefone. Talvez o debate de hoje realmente terminasse ali.
Enquanto falava, a mãe de Dohan pegou sua bolsa, embora ela dissesse que não iria embora até que o conflito terminasse. Claro que ninguém na sala ficou triste com isso. Se todos tivessem recebido o mesmo telefonema nas mesmas circunstâncias, teriam corrido sem pensar em ninguém além do paciente.
E quando ela, que havia ameaçado Dohan, acenou com a mão e sumiu, o diretor do hospital resolveu continuar a conversa:
— Dohan-ah, o motivo de sua mãe se comportar assim é porque ela está triste por você não estar aqui. Ela sente sua falta.
— Sim, Dohan. Sua mãe e seu pai estão muito sozinhos. Você está muito ocupado, então eles não podem nem mesmo ver o seu rosto com frequência.
Os pais de Hyewon também ajudaram o homem a vencer a batalha, então Dohan engoliu o máximo de grosseria possível. Ele queria evitar o carinho excessivo dos dois, que estavam preocupados com ele como se ele fosse um garotinho prestes a cair em uma piscina funda. E, embora Dohan soubesse que essa afeição era algo pelo qual deveria ser grato, era tanto excesso de amor e proteção que se tornava um problema.
Incapaz de falar diretamente, Dohan manteve a boca fechada.
— Quanto a Hyewon, provavelmente há casos mais interessantes aqui, então por que você não volta também?
— Sinto muito, senhor. Mas minha resposta é não.
Quando Dohan fechou a boca, a flecha voou na direção de Hyewon. Na verdade, ele era o único que tinha mais motivos para voltar ao escritório principal. Era como o chefe havia dito. Seul tinha uma variedade muito maior de casos do que a província, e a qualidade do equipamento era maravilhosamente superior. Além disso, ao contrário dele, que tinha seus próprios motivos, Hyewon não tinha nada que o impedisse de ter um futuro melhor. Mas ele expressou sua recusa com mais firmeza do que Dohan.
— Por que diabos nossos filhos são tão teimosos?
— Será que você tem uma namorada na sucursal?
O pai de Dohan balançou a cabeça e deu de ombros, como se não quisesse estragar ainda mais a atmosfera em um bom dia. A mãe de Hyewon, olhando para os dois garotos que disseram que ficariam na filial, abriu os olhos a princípio e perguntou sobre sua vida privada. Talvez fosse porque estava curiosa sobre seu filho. No entanto, Hyewon fingiu não ouvir e zombou enquanto tomava uma colher de sopa.
— Dohan, Hyewon tem namorada?
— Não que eu saiba. Além disso, você acha que alguém tão chato como ele iria a encontros?
— Tem razão.
— Ainda assim, há muitos médicas que gostam dele.
Dohan acrescentou, lembrando-se dos rostos de Kim Jung-ah e das médicas que haviam marcado consultas particulares para se encontrar com Hyewon.
— Então, o que acha disso?
— Estou sempre ocupado.
— Um filho só pensa em foder e o outro está focado em continuar sendo um santo.
— Papai!
Seu pai abaixou completamente os ombros e ficou em silêncio.
— Agora, se você está tão preocupado comigo, faça algo para aumentar o número de enfermeiras e se esforce para melhorar o bem-estar do pessoal. Ajude-nos com recursos e aumente o salário.
— Que poder você acha que o seu pai tem para fazer isso?
— Você não é o diretor?
Então Dohan olhou para Lee Kang-soo ouvindo-o limpar a garganta tão do nada. Assim como Hyewon ao se concentrar, ele ergueu os óculos e disse:
— Seu pai não tem poder para isso. Dohan-ah.
— Ah, isso mesmo. Há pessoas acima de você também.
Ele sabia perfeitamente bem, mas disse assim mesmo. Ele era o diretor do Hospital Universitário Deokwon, mas, excluindo o homem, havia outros 10 diretores e um CEO. Sabia que ele não podia controlar os recursos à vontade, mas era uma vingança trivial por repreendê-lo por nada.
Depois de terminar de comer, Dohan entrou no carro, virando as costas para os pais e ignorando todas as vozes que lhe diziam para “parar e ir para casa”. Era feriado para Dohan e Hyewon, mas em vez de aproveitá-lo, eles queriam voltar uma hora mais cedo para tomar banho.
— Eu vou dirigir para você, descanse enquanto isso.
— Estou bem, não se preocupe. Além disso, não vou confiar minha vida a alguém como você.
E ouvindo as palavras de Dohan, que seriam aterrorizantes para alguns de seus pacientes, Hyewon apenas suspirou, tirou os óculos e esfregou os olhos com a mão que parecia bastante cansada. Era evidente que ele ainda estava morrendo de sono.
— Então, quando posso ir para sua casa?
— Você realmente quer morar comigo?
Dohan parou por um momento com a pergunta de Hyewon. A mão no volante afrouxou e seus olhos encontraram os do homem.
— Então você estava me enganando sobre a proposta?
— Não. Pergunto porque tenho medo que você se sinta desconfortável.
Dohan coçou a cabeça com força suficiente para fazer um barulho estranho, então assentiu com uma voz irritada, como se suas palavras estivessem apertando sua carne agora. E quando ele limpou a garganta e finalmente disse que “faria”, Hyewon recostou-se na cadeirinha como se estivesse satisfeito com isso.
A casa tinha um quarto, um quarto de hóspedes, um closet, dois banheiros, uma sala de estar, uma sala de jantar e uma cozinha. Não era muito grande, mas dava para os dois. Dormir e tomar banho eram os principais usos de qualquer maneira, e Hyewon passava mais tempo no hospital e Dohan em um hotel fazendo sexo. Então os dois acenaram o assunto com a cabeça ao mesmo tempo.
Essas duas pessoas, que pareciam ser diametralmente opostas, na verdade estavam unidas por pensamentos comuns que revelavam o quão bons amigos eles realmente eram.
Assim que a conversa acabou, Hyewon recostou-se no assento de couro e tentou dormir na mesma posição de quando chegou a Seul. Dohan então olhou para o rosto dele. A pele dele era tão pálida que pensou que se ele fizesse um exame de sangue, provavelmente iria apontar uma deficiência severa de vitamina D. Ele parecia a porra de um vampiro.
— Você não pode parar para descansar por pelo menos uns três dias?
— Não… tenho um paciente que me preocupa.
Ele não disse mais nada, mas pensou que definitivamente seria bom se ele tirasse um dia de folga de qualquer maneira. Mesmo que fosse só até o meio-dia. No entanto, Hyewon recusou.
Quando a caminhonete começou a descer a estrada, ele fingiu estar dormindo, fechou os olhos e respirou fundo.