Pontos de sutura - Capítulo 38
Estava morto de cansaço. E tudo por ter ficado acordado a noite inteira, com os olhos tão abertos quanto os faróis de um carro.
Dohan, que foi trabalhar envolto em um silêncio desconfortável que também afetou Hyewon, passou pela cafeteria logo depois de se despedir dele e comprou todo o café que tinham disponível. Estava bem forte e super açucarado porque não só precisava lidar com a sonolência, mas também tinha que fazer algo para se agarrar à pequena parcela de sanidade que ainda tinha dentro de si.
—Nããão, não acho que seja verdade.
—Porque para você, seu melhor amigo ainda é um bastardo.
—Bem, um pouco.
Mi-hee, apoiada na grade, mostrou abertamente todo seu desagrado pelas palavras de Eun-soo. A expressão enrugada e irritada em seu rosto era um pouco engraçada, então Park Eun-soo, que estava na frente dela com os braços cruzados sobre o peito e o pé se movendo como se estivesse prestes a sair correndo, assentiu com uma expressão bastante firme. Talvez fosse porque ela era uma psiquiatra, mas ela estava muito interessada no trabalho das pessoas ao seu redor e parecia gostar de observar cuidadosamente todas as mudanças. Mi-hee apertou a testa e balançou a cabeça diante da determinação de Eun-soo. Então, ela deixou que a mulher lhe desse um tapinha no ombro com um sorriso angelical muito típico dela.
—De qualquer forma, eu não fui útil. Acho que fiz algo errado.”
—Não se preocupe, está tudo bem. Só temos a culpa de nos tornarmos amigas dos homens errados.
—Isso é verdade.
—Mas sabe de uma coisa? Mesmo assim, Mi-hee, é uma operação que precisa de um pouco mais de esforço! Não vamos parar esta operação só porque esses caras são uns idiotas!
—Eu não quero me envolver nesta operação!
Embora Mi-hee tenha dito isso, o sorriso de Eun-soo não vacilou nem um pouco.
Dohan, que foi procurar Mi-hee para conversar com ela, descobriu que as duas estavam discutindo enquanto uma dizia que “não queria” e a outra ria e gritava “Você não tem escolha!” Então Dohan fingiu que não se importava com o que as duas mulheres estavam planejando e se aproximou para dizer um rápido “oi e adeus”.
—Ei, você viu que a cirurgia foi agendada?
Diante das palavras de Mi-hee, Eun-soo sorriu maliciosamente.
—Sim… você ouviu?
—Que cirurgia?
Dohan, que passava por elas duas, parou e perguntou.
—Ele saiu mais cedo, então todo o itinerário foi alterado.
—Como assim? De quem estão falando, Kang Hyewon?
—Sim. Ele disse que não estava se sentindo bem.
E é claro que a notícia despertou a curiosidade de Dohan.
Como assim ele não estava se sentindo bem? Ele estava bem de manhã. Os dois não trocaram muitas palavras porque Dohan estava fingindo estar bem enquanto as texturas e ações da noite anterior continuavam voltando à sua mente, mas pelo menos não pareceu que Hyewon estava indisposto, distraído ou mais estranho do que o normal. Hyewon era o tipo de homem que aguentava muita dor, mas quando lhe disseram que ele acabara de terminar a visita ambulatorial apenas para pegar suas coisas e ir para casa mais cedo, Dohan pensou que então tinha que ser algo que ele não podia suportar. De repente, as palavras de que ele esteve muito doente durante os três anos em que desapareceu vieram à mente, e o rosto de Dohan ficou incrivelmente sério.
Ele correu para casa.
Do hospital até o apartamento, embora fosse uma distância curta, Dohan, que não havia parado por um único momento, estava respirando como se o oxigênio não estivesse mais chegando a ele ou como se não pudesse mais continuar. Ele estava muito, muito preocupado com o amigo, mas era muito tímido para mostrar isso, e seu orgulho inútil o impedia de agir naturalmente mesmo diante desse sentimento. Com o olhar fixo na porta principal, de onde não vinha nenhum barulho, Dohan soltou um suspiro bem fundo e então arrumou o cabelo. Como ele tinha corrido sob o sol escaldante, teve que limpar o suor com as costas da mão para tentar não mostrar seu esforço, mas, mesmo assim, seu rosto estava completamente vermelho agora. Ele se deu alguns minutos, se acalmou, respirou fundo e ergueu levemente os cantos da boca para depois abrir a porta principal com a expressão mais casual do mundo. Na verdade, estava muito silencioso dentro da casa, então se não fosse pelos sapatos que Hyewon havia cuidadosamente removido e colocado na caixa, ele pensaria que não tinha ninguém ali.
E foi só depois de Dohan tirar os sapatos e cruzar o limiar que começou a se ouvir barulho na casa onde antes havia completo silêncio.
Houve o som de seu casaco caindo no chão, o som de uma porta se abrindo, e a voz completamente descarada dele fingindo não saber de nada.
—O que há de errado, Kang Hyewon? Por que saiu cedo do trabalho?
E então ele abriu a porta do quarto de Hyewon com um forte impulso.
—…
Mas assim que fez isso, deparou-se com um corpo que era mil vezes mais brilhante que a luz do sol. Sua pele parecia branca e suave como mármore, e seus músculos fortemente definidos e ombros largos fizeram-no pensar que possivelmente ele malhava secretamente.
Dohan ficou sem palavras por um momento, até mesmo seu queixo caiu ao chão.
Como se aquele homem tivesse acabado de sair do chuveiro, a parte de cima do seu corpo estava cheia de gotículas de água e a parte de baixo estava apenas coberta por uma toalha.
Dohan corou e fechou a porta com força.
—Desculpe!
E segurando a maçaneta com ambas as mãos, bateu a testa na madeira enquanto se dizia “Estúpido!” Como eu pude não ter boas maneiras de bater na porta primeiro? Que atitude tão descarada foi essa!? E não é como se eu nunca tivesse visto o corpo do meu melhor amigo, é só que… CARALHO! agora parece um pouco diferente.
Através da porta, ouviu o som de roupas sendo ajustadas e depois a voz de Hyewon dizendo: —Pode entrar.
—Tudo bem…
Dohan empurrou a porta novamente.
No quarto, Hyewon estava de pé com uma camiseta de pijama confortável e uma calça.
—Eu só… Por que você saiu do trabalho antes de mim?
—Não estou me sentindo bem.
—Você estava bem de manhã.
—Sim, mas depois comecei a ter dor de cabeça e sinto como se estivesse resfriado.
—Resfriado?
Dohan se aproximou de Hyewon e colocou a mão em sua testa. Parecia ter um pouco de febre, mas na verdade a diferença de temperatura era muito leve. Ele arqueou levemente as sobrancelhas e olhou para Hyewon até que o homem ficou vermelho.
Era verdade que ele não se sentia bem, mas não estava tão ruim a ponto de ir para casa mais cedo. Na verdade, quando a confusão que teve com Dohan duas semanas atrás foi esclarecida, sua tensão também diminuiu drasticamente e sua condição física melhorou. E enquanto estava sentado no escritório, percebeu que estava completamente distraído com Dohan, seus lábios e a temperatura corporal que sentiu sobre a cama na outra noite. Mesmo tendo pacientes para os quais precisava tomar decisões perigosas, ele estava tão envolvido em seus pensamentos que chegou à conclusão de que cometeria um grande e horrível erro se continuasse agindo daquela maneira, então foi para casa.
O calor do homem aqueceu tanto seu coração quanto o fato de ele parecer tão terrivelmente preocupado com ele.
Hyewon escondeu sua alegria:
—Não é para tanto.
—Mas eu acredito que você está doente. Seu rosto está de outra cor.
—Hmm…
—Então… Por agora, descanse e durma um pouco. Ainda tem muitos pacientes para atender amanhã, então não seria bom se você morresse. Tenha mais cuidado.
—Vou fazer isso. Prometo.
Diante da preocupante aflição de Dohan, Hyewon assentiu como uma criança tentando ser gentil com seus pais. Foi tão fofo que Dohan começou a rir. Embora não fosse o momento de ficar tão encantado com ele quando não sabia quão grave era sua condição física.
—Você tomou algum remédio?
—Não, na verdade só tive tempo para tomar banho.
—Entendi. Quer saber? Tenho um remédio para resfriado no meu quarto.
Dohan observou o rosto ruborizado de Hyewon, com um olhar cheio de preocupação, e caminhou em direção ao seu quarto enquanto lembrava do remédio para resfriado que havia comprado há algum tempo. Quando Dohan, que não tinha tirado os olhos de cima dele nem por um segundo sequer, saiu, Hyewon, que não conseguia controlar a ansiedade, o seguiu como um animalzinho perdido.
Ele pensou que seria um grande problema se as coisas voltassem ao normal entre os dois depois da briga que tiveram, mas agora que se viu recebendo atenção de Dohan, ele se sentiu tão feliz que quase começou a rir.
Hyewon se apoiou na soleira da porta, observando Dohan como se nunca o tivesse visto na vida. E toda vez que ele se abaixava para olhar dentro da gaveta, suas coxas grossas ficavam mais proeminentes e suas calças começavam a apertar como se estivessem prestes a estourar em certas áreas, pressionando seus quadris fazendo sua bunda parecer ainda mais redonda do que o normal. Claro que cada contorno do corpo dele capturou toda a atenção de Hyewon, ao ponto em que ele teve que sentir o calor de seu estômago com toda a palma da mão.
—Onde eu coloquei isso? Tenho certeza de que deixei aqui.
Depois de sofrer de gastrite, Dohan começou a tomar alguns medicamentos regularmente, então tinha uma caixinha especial para isso. Hyewon, que estava observando o diálogo interno de Dohan, recobrou o sentido imediatamente e endireitou sua postura para não mostrar o que estava pensando sobre ele. Além disso, era um pouco descarado olhar para a bunda de seu melhor amigo quando ele aparentemente tinha intenções tão puras de ajudá-lo.
Era até estúpido que ele estivesse tão ansioso para fazer amor com o homem.
Seu rosto ficou quente até o extremo, e justamente por isso ele podia sentir o calor subindo até a ponta de suas orelhas. Hyewon se aproximou lentamente de Dohan, se perguntando se ele podia ouvir o som de seu coração batendo loucamente.
—Você não deixou na cozinha?
—Não, eu trouxe pra cá. Tenho certeza.
Depois de procurar nas gavetas, ele finalmente encontrou uma caixa cheia de vários medicamentos no canto da mesa, atrás de uma pilha de livros de anatomia e na frente de sua maleta.
Hyewon sorriu e o ajudou a tirar a caixinha de entre todas as folhas, dizendo coisas como “você deveria ser um pouco mais organizado no futuro se não quiser perder a cabeça depois”. Dohan riu, disse que “começaria a fazer isso” e pegou o que Hyewon lhe estava dando. No entanto, em vez de segurar a caixa, ele a puxou rapidamente quando sentiu a pele de Hyewon encostando na sua. Na verdade, graças a esse movimento, sua mão começou a arder como se estivesse em chamas. Foi como ser eletrocutado.
—Ah… O-Obrigado.
Dohan, que recebeu a caixa, estava tão desconcertado que mexeu bruscamente no interior. Foi tanto que até um envelope de medicamento, que tinha sido empurrado para o fundo da caixa, caiu aos pés de Hyewon e se espalhou pelo chão. Era aquele pacote que Hyewon tinha visto antes. No dia em que discutiu com Dohan por causa de um mal-entendido.
Hyewon se inclinou, pegou a bolsa de medicamentos que tinha caído, e lentamente leu o nome que estava no envelope. Era um medicamento para depressão, e um para tratar disfunção erétil.
—Te receitaram Cialis…? Desde quando você tem disfunção erétil? Quero dizer, o alprazolam eu entendo, mas…
—Não!!! Não é o que você está pensando! Me dê isso!
Dohan, com o rosto pálido, rapidamente arrancou o envelope de medicamento da mão de Hyewon. Surpreso pelo nome da droga que acabara de ler e pela reação repentina de Dohan, Hyewon arregalou os olhos muito mais do que no início. Dohan estava bem vermelho.
—Dohan, você…
—Cala essa boca…, está tudo errado! Não é o que você está pensando.
—Bem… —Hyewon endureceu um pouco o rosto de vergonha. Ele não conseguia pronunciar as palavras com facilidade, mas acabou dizendo:—Eu já estava achando estranho você tão tranquilo esses dias…
—Kang Hyewon, é sério, não é…
Quando estava prestes a falar, ele percebeu que Hyewon estava olhando entre suas pernas:
—Tem algum problema com seu pênis?
—Não tem nenhum problema! Não me olhe desse jeito, idiota.
—… É por minha causa?
—O quê? —Os olhos de Dohan se arregalaram diante da pergunta cuidadosa de Hyewon.—O que você disse?
—Estou te perguntando se é por minha causa…
Dohan levantou a mão e tocou a testa. O homem talvez tenha percebido que sua disfunção erétil era devido a uma ligação mental entre eles, mas num instante ele negou com a cabeça novamente. A menos que tivesse dito a Hyewon, não havia como ele saber. Então Dohan não entendia do que ele estava falando ao perguntar se era por sua causa. Quando Hyewon abriu a boca e viu Dohan tão confuso, reformulou a pergunta:
—Por não ser do seu gosto?
Sem fazer contato visual, Dohan pôde sentir os olhos escuros o encarando através dos óculos. O rosto de Hyewon estava cheio de preocupação, mas ao mesmo tempo, também havia muita vergonha.
Dohan soltou um longo suspiro. Em parte alívio e também por frustração. Afinal, ao ouvir as palavras de Hyewon de que “ele certamente não estava ficando duro porque não gostava do homem”, Dohan tornou-se incapaz de chorar, rir ou dizer qualquer coisa. No entanto, depois de alguns segundos, ele finalmente falou:
—Nós fodemos três vezes.
—…
Diante dos comentários descarados de Dohan, Hyewon olhou na direção do chão como se não quisesse encará-lo. No entanto, quando os olhos de Hyewon, que estavam vagando pelos mosaicos, voltaram a se fixar na parte inferior do corpo de seu melhor amigo, Dohan abriu a boca e gritou:
—Porra! Não olha para o meu pau! Quando fizemos sexo, ele não estava duro?
—Ah… Sim.
—Estava ou não estava ereto?
Os olhos de Dohan estavam realmente inflamados. Enquanto mantinham uma conversa tão constrangedora, Dohan estava mais determinado a esclarecer esse mal-entendido do que a mostrar timidez. Ele pensou que se Hyewon descobrisse isso, ficaria tão envergonhado que poderia morrer, mas o que o homem acabara de dizer o deixou mais irritado do que qualquer outra coisa.
—Droga! É ridículo que eu tenha que explicar isso! Quando você estava me tocando, em todas as vezes que nós transamos, não dava para ver que eu estava gostando? Meu pau não estava duro?
—… Estava sim. Mas…
—Então é isso! Não tem nenhum problema com meu penis! Sou um alfa perfeitamente normal e saudável.
Mas apesar da explicação de Dohan, o olhar de Hyewon ainda vagava entre suas pernas. Na verdade, quanto mais Dohan enfatizava a saúde da parte inferior do seu corpo, mais sentia que o mal-entendido de Hyewon estava se aprofundando. Dohan colocou a mão na testa novamente, sem ter uma resposta sensata para dar e respirou fundo. ‘Idiota. Não é por sua causa que eu preciso de medicamentos, mas é verdade que você tem muito a ver com isso!’ Claro, Dohan conteve o que queria gritar. No que diabos ele estava pensando para chegar à conclusão de que eu não estava gostando? Ele não se olha no espelho?! Quer dizer, era super óbvio que ele sabia exatamente que tipo de homem era na cama ou como suas expressões eram perfeitas quando estavam se divertindo. Deus, só de imaginar, fazia com que seu estômago se retorcesse.
—Então, por que te receitaram isso?
—… Você não precisa saber.
O olhar de Hyewon se fixou na bolsa de medicamentos na mão de Dohan. Mas diante da resposta do homem, que foi incrivelmente vaga e suspeita, Hyewon olhou para ele como se estivesse pedindo “por favor”. Algo suplicante, como um filhotinho de cachorro. Dohan, percebendo o significado por trás daqueles olhos, gritou novamente:
—Está bem…, olha, seu idiota, meu pênis só fica duro com você.
Meu Deus. Foi ainda pior quando saiu de sua boca. O que quer que ele tenha dito, não foi nada mais do que suicídio. Mas se ele fosse se autodestruir de qualquer maneira, pensou que seria melhor ser um pervertido sem escrúpulos do que um cara com disfunção erétil.
Mas diante das palavras de Dohan, as orelhas de Hyewon ficaram levemente vermelhas. E como se Hyewon também não estivesse esperando por isso, ele cobriu a boca com a mão e tossiu.
—É isso…
—Seu rosto… Sempre foi meu favorito. É a única coisa que consigo ver agora.
Hyewon arregalou bem os olhos diante dos comentários confusos de Dohan. Seus olhos negros brilharam com calor e os cantos de sua boca, que até pouco tempo atrás estavam cheios de preocupação e vergonha, se elevaram lentamente sem que ele percebesse. No entanto, como estava coberta por sua mão, foi completamente invisível para Dohan.
—Então, agora você já sabe.
Dohan queria encerrar rapidamente essa conversa ridícula, mas quando Hyewon não disse nada, ele balançou a cabeça, pegou a bolsa de medicamentos em sua mão e se virou.
Dohan, que havia levantado a mão para jogar a bolsa de remédios no lixo, olhou para Hyewon quando ele agarrou seu pulso.
—Eu quero experimentar…
—O quê?
Hyewon surpreendeu muito Dohan.
—Quero ver se é verdade que você só consegue fazer sexo comigo.
Dohan, que estava olhando para Hyewon completamente confuso, percebeu o que ele estava dizendo um segundo depois e ficou vermelho até a raiz do cabelo. De repente, seu corpo maldito parecia prestes a explodir! Dohan olhou para ele mais uma vez, se perguntando se o Kang Hyewon, que agora segurava seu pulso, estava são ou não.
—Eu quero ver se você realmente gosta tanto quando eu faço isso com você.
—Ah…
A boca de Dohan se abriu ao máximo diante de suas palavras. Ele se afastou um pouco de Hyewon, que ainda segurava seu pulso, e então colocou as costas de sua mão na testa do homem. Mesmo que apenas sentisse uma vaga sensação de calor em sua testa, suas bochechas estavam tão vermelhas que ele pensou que poderia desmaiar ou que o resfriado realmente estava afetando-o.
Dohan abriu a boca porque queria perguntar se isso realmente estava certo:
—Então pare de falar e tire minha roupa.
Mas as palavras que saíram de sua boca foram completamente diferentes das que ele havia imaginado. Embora tenha sido uma resposta mais honesta do que qualquer outra que ele já teve no passado.
Hyewon, que não esperava que Dohan respondesse dessa forma, ficou atordoado, mas mesmo assim suas mãos seguiram as ordens do outro e foram até sua camiseta.
—Você realmente não precisa do remédio?
—Haha. É você, não eu, quem deve tomar remédio.
Quando Hyewon, que olhava para a bolsa de remédios que Dohan ainda segurava em sua mão, perguntou isso, Dohan apertou os dentes e respondeu que definitivamente não precisava. No entanto, ele ainda não conseguia esquecer que Hyewon tinha saído mais cedo hoje porque não estava se sentindo bem. Na verdade, ele estava procurando algo para o resfriado dele antes e provavelmente ainda precisava agora. Ele entregou o envelope.
—Talvez você devesse tomar isso primeiro…
—Eu tenho algo mais importante para fazer…
Os olhos negros de Hyewon olharam para Dohan através dos óculos levemente tortos antes de se aproximar dele com o rosto quente como o inferno. Dohan, sem perceber, deu um passo para trás e caiu na cama quando ele tocou suas panturrilhas. Alguns diriam que ele era ascético e insensível, mas para Dohan, Hyewon parecia terrivelmente sedutor.
—O que você está esperando, doutor?
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°
Continua…