O Primeiro Mandamento - Capítulo 07
—Aqui está. Vou pegar na casa ao lado.
—Você vai implorar isso na casa ao lado?
—A mulher é farmacêutica. Você…
No escuro, os olhos azuis de Yuri brilharam com uma tonalidade púrpura.
—Depois que você se tornou um ômega, paguei adiantado para estar preparado, caso precisasse. Você não precisa se preocupar com a possibilidade dessa informação vazar. Parece que a farmacêutica entendeu errado.
Embora não gostasse do tratamento de Yuri como se ele fosse um ômega, desta vez era difícil discutir. Yuri tinha preparado algo que ele não havia considerado, então era certo agradecer.
Alexei umedeceu os lábios secos enquanto olhava diretamente para ele, houve um silêncio. Yuri era o único que cuidava dele assim, mas ele nunca tinha ido tão longe. Ele nunca se importou com como Alexei lidava com Rut, porque isso era uma questão de alfa.
Quando o silêncio se prolongou, Yuri soltou um suspiro baixo, os dois mantiveram os olhares fixos, separados por apenas um passo. A tensão aumentou de repente. Yuri não disse nada em particular, mas os feromônios que tocavam a pele de Alexei provocavam arrepios. Sua bunda que já estava formigando ficou cada vez mais inquieta. Alexei sentiu um peso na parte inferior do corpo e, de repente, uma mudança ocorreu no seu corpo.
Ele estava molhado.
Era uma sensação clara.
O corpo de Alexei reagiu instintivamente aos feromônios de outro alfa, e uma vez que a umidade começou, a resposta se intensificou assustadoramente. Alexei trincou os dentes e fechou o punho. Apenas ficar lá, olhando para o outro, fez seu buraco começar a se contorcer. Seu interior ficou escorregadio e o líquido pegajoso escorreu pelas suas coxas, enquanto sua mente ficava momentaneamente em branco, como uma tontura, de forma vertiginosa.
Se ele perdesse a razão por um momento, poderia ter corrido para Yuri. A excitação foi instantânea. Yuri percebeu a mudança rapidamente, era impossível não perceber. O odor corporal de um ômega que está no cio é o elemento ao qual o alfa reage com mais sensibilidade. Alexei também sabia disso. Ele sabia porque já tinha sido um alfa.
—Alyosha.
A voz grave, cheia de emoções complicadas, soou nos ouvidos de Alexei. Ao ouvir a voz de Yuri, ele ficou ainda mais molhado. Alexei, com os lábios completamente secos, respondeu com dificuldade.
—O que está fazendo aí? Você disse que ia pegar o supressor.
Ele finalmente conseguiu falar. O silêncio foi quebrado, no entanto, a tensão ainda estava presente. Era um tipo de tensão que ele nunca havia sentido, mesmo sempre estando ao lado de Yuri. Era desconfortável.
—…Certo.
—Vou dar uma olhada na geladeira.
Alexei se virou, fingindo estar calmo. Seu corpo estava em alvoroço. Ele caminhou rapidamente até a geladeira, não se sentindo familiarizado com seu corpo excitado, deixando o alfa que ainda estava bem na sua frente. Sentiu o olhar de Yuri cravado em suas costas por um bom tempo, até que finalmente ouviu o som dele abrindo e fechando a porta.
—Ha…
Finalmente relaxando, ele encostou a testa na geladeira. O toque frio trouxe-lhe um pouco de clareza. Aquilo foi realmente perigoso. Eu, com Yuri? Ele ficou perplexo com o próprio pensamento e cobriu a boca. Batendo a testa na geladeira, ele olhou ao redor da casa. Se ficasse ali com Yuri por mais alguns segundos, sabia que poderia fazer uma loucura, independentemente da sua vontade. Fazer isso com Yuri era a última coisa que ele queria.
Yuri é um amigo.
Desenhando uma linha mais firme do que aquela que tinha com sua própria família, Alexei se virou. Dirigindo-se à porta dos fundos por onde Yuri saiu, ele foi até o beco. Abriu a porta do carro, mas no momento em que ele estava prestes a entrar, seu braço foi agarrado.
—Onde você vai?
O local tocado se arrepiou. Com um som abrupto, Alexei puxou seu braço. Yuri estava ali, ofegante, olhando para ele. Seu cabelo, que geralmente estava impecavelmente arrumado, estava todo despenteado.
—Eu preciso ir para casa.
—Alyosha.
—Eu já vou.
Ele não tinha cabeça para se desculpar. Ele subiu no carro como se estivesse fugindo, então Yuri segurou a porta que estava se fechando com firmeza.
—Você está louco…! Quase que você se machucou!
Ele quase prendeu a mão de Yuri na porta. Repreendendo-o, ele segurou a mão de Yuri, que olhou para ele. Uma sombra caiu sobre o rosto do homem, dificultando a visualização de sua expressão.
—Leve o inibidor.
Yuri entregou o inibidor lentamente. Alexei, olhando para ele através da porta, estendeu a mão e agarrou a pequena caixa de comprimidos, tomando cuidado para não tocar os dedos dele.
—Nós falamos amanhã. Desculpe.
Sem saber pelo que estava se desculpando, ele disse isso. Em vez de obter uma resposta, Alexei fez um gesto para Yuri recuar. A mão do Alfa soltou a porta do carro e com um clique, a porta se fechou.
Alexei dirigiu descontroladamente enquanto engolia três comprimidos do inibidor. A dose era de um comprimido, mas, como havia passado um dia sem tomá-lo, pensou tomar apenas um não que seria suficiente. O que havia acabado de acontecer foi tão estranho que ele se sentia enjoado. Alexei nunca tinha pensado em Yuri dessa maneira. Provavelmente, Yuri também não…
Provavelmente…
Sentindo que seus pensamentos estavam se complicando, Alexei decidiu parar de pensar. Apenas viver e manter Valery ao seu lado já tornava sua vida suficientemente complicada. Decidindo ignorar o que acabara de acontecer, ele entrou no elevador. Sentia saudades de Valery. Sentia falta dos olhos verdes gentis que pediam para ele voltar rapidamente.
Assim que o elevador abriu, ele correu para abrir a porta com a chave. Mas no momento de abrir a porta, um medo repentino o atingiu. Ele mesmo havia dito a Valery para sair, mas e se ele não tivesse voltado? E se ele não voltasse?
Como se zombasse de seu medo, a porta se abriu sem esperar. Alexei, ofegante, olhou ao redor. Trancou a porta e mal conseguiu tirar os sapatos. A sala estava vazia. Que silêncio. Apenas o feromônio de Valery pairava no ar.
—Lerusha?
Nada.
Como temia, Valery não estava lá. Ao olhar o relógio, percebeu que só tinham se passado três horas desde que se separaram. Não, não. Está tudo bem. Faz muito tempo que ele não pratica, então talvez demore um pouco mais para voltar. Mesmo pensando assim, Alexei vasculhou a casa como se tivesse perdido Valery. Cada vez que inalava o cheiro de Valery, sentia-se simultaneamente calmo e ansioso. Era contraditório.
Consumido por uma ansiedade insuportável, Alexei voltou para a entrada. Sabia que parecia uma obsessão louca, mas se pudesse pelo menos ver Valery no centro, se sentiria melhor. Com esse pensamento, ele estava prestes a calçar os sapatos quando a porta se abriu.
—…Alyosha?
Ele levantou a cabeça. Viu um rosto com cabelos platinados levemente úmidos de suor caindo sobre a testa. Olhos verdes como um bosque capturaram seu olhar. Uma leve preocupação atravessou o rosto pálido e inexpressivo, mas rapidamente desapareceu, como se não quisesse mostrar.
—Lerusha.
Não importa. Alexei abraçou Valery com força. Abraçando-o firmemente, ele enterrou a testa no pescoço que exalava um cheiro de ar fresco e inalou profundamente. Sentiu uma onda de alívio. Com o som do coração batendo suavemente, ele se sentiu vivo. Como se não se vissem há muito tempo, ele o abraçou, e uma mão hesitante tocou levemente suas costas.
—O que aconteceu…?
Valery parou de falar. A mão que estava nas costas de Alexei se moveu para a frente e segurou seu queixo, a grande mão segurou seu rosto. Era tão grande que quase cobria todo o seu rosto. Surpreso com o tamanho que superava em muito o que lembrava, Alexei levantou os olhos. Os olhos verdes que encontrou estavam distorcidos, diferente de antes. Um olhar de raiva.
—…Lerusha?
Será que está com enoja? Pensando nisso, sentiu a mão em seu rosto apertar. Viu as sobrancelhas douradas e delicadas se franzirem, os lábios vermelhos se abriram e uma pergunta inesperada saiu.
—Por que você está com o cheiro daquele cara?
Era algo que ele nem tinha imaginado. Valery, que sempre o tratava com desprezo ou indiferença, nunca havia reagido dessa forma antes. Era novo e estranho. Uma sensação peculiar começou a surgir.
—Talvez seja porque eu trabalho com Yuri.
Não podia contar o que realmente havia acontecido. Aquilo também era uma situação confusa para ele e não queria falar mais sobre isso. Ele deu uma explicação que fazia algum sentido, mas Valery não relaxou a expressão. Pelo contrário, se aproximou ainda mais.
Tão perto que seus longos cílios quase se tocaram, Alexei observou os olhos de Valery. Diferente do normal, as pupilas estavam de um verde intenso, parecia que ele havia perdido um pouco da sanidade. Apesar de já terem feito inúmeras coisas juntos, Alexei pela primeira vez percebeu que Valery era um alfa. A sensação que teve anteriormente voltou. Sua espinha formigava. Um arrepio desceu por seu corpo, e ele sentiu um desconforto na parte inferior do abdômen.
—Se é só isso, então por que está por toda parte?
Valery inclinou a cabeça. Sem soltar a mão de sua bochecha, ele encostou o nariz no pescoço de Alexei. Movia-se como um animal farejando. A elegante e pronunciada linha do nariz roçou em seu pescoço. O leve sopro dos lábios rosados fazia cócegas em sua pele.
—Primeiro, aqui. —Valery abaixou mais a cabeça. Seus lábios tocaram o ombro de Alexei enquanto desciam pela curva do pescoço. Ele se enfiou dentro da camisa levemente aberta. —E aqui também.
O som de sua respiração era estranhamente sedutora. Embora fosse inexperiente, Valery sabia o que estava fazendo. Ele estava espalhando seu próprio feromônio sobre o corpo de Alexei, como se quisesse eliminar qualquer vestígio do feromônio de Yuri. Isso era perceptível. O corpo de Alexei começou a esquentar.
—Valery…
A excitação aumentou gradualmente. O inibidor não está funcionando? Esse pensamento passou brevemente pela sua mente, mas logo perdeu o sentido. Um ômega tocado por um alfa inevitavelmente ficaria excitado. Mas não era qualquer um que o deixava assim. Ele sentiu uma rejeição por Yuri e achou os feromônios de T-mac desagradável. Mas Valery não.
—Agora, Alyosha, é minha responsabilidade. Não é certo estar com o cheiro de outro.
Valery, ao sobrepor seu feromônio sobre o de Yuri, se aproximou cada vez mais. A mão que segurava seu rosto desceu pelo corpo. Uma grande mão acariciou sua coluna de maneira áspera até alcançar suas nádegas. Dedos longos e exploradores se moveram, invadindo através do tecido fino da roupa social. Os dedos circularam perto da abertura.
—Você já está molhado?
Com essas palavras, ele pressionou o dedo contra a abertura. O forro da roupa foi empurrado para dentro, junto com o tecido da cueca. A sensação de ser penetrado quase o fez gozar. Só de ser tocado ali, a excitação aumentou assustadoramente, involuntariamente, Alexei apertou Valery com mais força. As roupas se amassaram em suas mãos.
—Não… não estou molhado.
Ele disse isso para acalmar Valery, que estava visivelmente irritado, mas não funcionou.
—Sua calça está completamente úmida.
Valery estava certo. A área onde o dedo tocava estava úmida em um formato circular. Pensou que poderia ser por ter ficado molhado inesperadamente na casa de Yuri, mas balançou a cabeça. Mas naquela hora, não parecia tão molhado assim, só agora que isso começou a ficar pior. Assim que os dedos de Valery tocaram, o líquido começou a fluir de dentro. Sua respiração ficou cada vez mais pesada.
—Você é meu ômega.
Essas palavras foram um detonador para sua excitação. Alexei ainda se considerava um alfa e não tinha intenção de deixar ninguém tratá-lo como um ômega, mas era enlouquecedoramente bom que Valery demonstrasse esse desejo por ele. Não tinha cabeça para se importar se gostava ou não da palavra “ômega”. A posse expressa na palavra “meu” era eletrizante. Sentia-se como se estivesse sendo recompensado por todos esses anos.
Com a sensação de algo reprimido se soltando, Alexei se aproximou de Valery. Esfregando a parte inferior do corpo excitada no outro, ele sussurrou, implorando, enquanto roçava os lábios no pescoço de Valery.
—Porque você, haa, porra, me toca desse jeito… está me deixa molhado.
Essas palavras fizeram os dedos de Valery pararem, o feromônio dele oscilava como se fosse explodir. A mente de Alexei ficou em branco.O sentimento de rejeição que sentiu na casa de Yuri não foi encontrado em lugar nenhum. Ele precisava fazer algo, imediatamente.
—Haah, querido, você, huh…
À beira da loucura, Alexei baixou rapidamente a mão. Descendo a mão que acariciava e esfregava as costas de Valery, ele abriu o zíper das calças dele. A calça jeans foi retirada. O corpo de Valery ainda estava quente, provavelmente porque ele havia acabado de terminar os treinos.
—Assim…?
O tom baixo, muito mais baixo do que antes, sussurrou. Com isso, Valery enfiou a mão ainda mais no buraco. A roupa parecia que ia entrar completamente. A angústia estava quase enlouquecendo-o.
—Ah, mm…!
Alexei piscou os olhos. Precisava desesperadamente enfiar algo em seu buraco imediatamente. Fazia muito tempo que ele não se sentia assim, desde a primeira vez que ficou cego de desejo por causa do Rut. Nem se comparava a quando ele atacou Valery durante seu Rut. Agora ele sabia como Valery era, sabia exatamente que tipo de prazer ele poderia proporcionar.
—E bom? Assim?
Os longos dedos davam a impressão de que iriam penetrar o tecido até o fundo. A sensação de estar sendo penetrado, mas não completamente, era desesperadora.
—Ah, ha, hã… sim, caralho, ah, mmm!
Alexei xingou enquanto metia a mão na cueca de Valery. A sensação do pênis preenchia sua mão, o fez sentir um arrepio involuntário. Um gemido escapou dos seus lábios. — Uhuuuuuu— Segurar algo que não era possível pegar completamente com uma mão só só aumentava sua euforia. Não havia espaço para pensar no trabalho ou qualquer outra coisa. Ele queria urgentemente ser penetrado por aquele enorme pênis.
Felizmente, ou talvez naturalmente, o membro de Valery estava ereto ao máximo. O órgão rosado era firme e a ponta ligeiramente curva, facilitando a perfuração por dentro. Apenas inseri-lo já faria a próstata de Alexei ser estimulada, e isso por si só era enlouquecedor. Como foi que nasceu assim? Ao acariciá-lo desesperadamente, Valery o deteve. Seu corpo foi levantado repentinamente.
—Isso não vai rolar.
Valery ergueu facilmente o alto Alexei, que nunca se deixava vencer. Sentindo-se como se estivesse flutuando, ele foi apoiado pelos braços musculosos e duros de Valery. Sim, ele tinha esse corpo perfeito. As coisas que não pôde apreciar na primeira vez estavam passando por sua mente, uma a uma.
O corpo de Valery era coberto por músculos incrivelmente definidos, quase como uma estátua bem esculpida. Sem esforço, ele se movia com grande facilidade como se suportar o peso de Alexei não fosse um problema. Ele pressionou o ômega contra a porta de entrada, empurrando seu corpo contra o dele. A mochila de Valery caiu ao chão, e seus olhos, que pareciam tão fora de si quanto os de Alexei, o encaravam intensamente.
—Você está coberto com o cheiro de outro alfa, mas, ahhh, o que há de especial nele para você deixá-lo entrar?
O peito de Valery subia e descia pesadamente. Percebendo que agora ele tinha a vantagem, Valery, embora visivelmente excitado, agiu instintivamente. A percepção dessa reação provocou um arrepio em Alexei. Será que Valery realmente está me aceitando, mesmo que apenas um pouco? Mesmo depois de ter sido solto, ele voltou para casa e estava demonstrando um desejo possessivo. Era inacreditável, mas talvez fosse realmente o caso.
Assim que fez essa suposição, a vergonha desapareceu. Alexei implorou sem hesitar.
—Eu não vou fazer isso, não vou deixar o cheiro de outros alfas em mim, ah… coloque….
Não havia nada do que se envergonhar porque ele queria estar com seu irmão mais novo. Com uma voz desordenada, diferente do habitual, Valery também soltou um suspiro animalesco. Ele sustentou Alexei com um ímpeto que parecia querer empurrá-lo até o topo da porta, logo se afastou um pouco e expôs suas nádegas. Ele apoiou Alexei com apenas uma mão e removeu metade da calça do terno com a outra. O ar quente da respiração dos dois homens cheios de tesão se misturou.
— Como eu posso confiar em você? Você fez todo tipo de coisa comigo.
Mesmo com o desejo visivelmente explodindo enquanto seu pênis duro se esfregava no corpo do outro, Valery estava resistindo. Alexei não sabia como resolver a desconfiança de longa data em Valery que se revelou neste momento. Ele gemeu de dor e arqueou as sobrancelhas, parecia que iria morrer se não fosse penetrado pelo membro quente imediatamente. Não aguentava mais aquela sensação insuportável. Lágrimas formaram-se levemente em seus olhos, e enquanto mordia os lábios, Alexei finalmente sussurrou com uma voz trêmula.
—Eu sou, ahh, seu ômega…
Tudo o que fez foi repetir o que havia dito, mas Valery emitiu um gemido. Suas sobrancelhas douradas se contorceram e os olhos brilhavam cheios de desejo. Ele parecia estar consumido pela luxúria. A abordagem urgente e sem estratégia de Alexei estava o enlouquecendo.
—Isso é verdade?
Apesar de já ter chegado tão longe, Valery precisava dessa última confirmação, como se ainda estivesse em dúvida. O pênis parou pouco antes de entrar, a sensação de calor e rigidez estava quase insuportável. Bastava um pouco mais de força, e então, então seria suficiente.
—Se não fosse com você, eu….., por que, eu faria algo assim… ah, hein? Então, vamos lá coloque logo… ah!
Finalmente, Valery entrou. Sem conseguir terminar a frase, Alexei abriu a boca. A sensação tão esperada penetrou-o com força. O pênis, que era grande demais para ser totalmente absorvido, penetrou e expandiu o interior úmido e escorregadio. A enorme ereção, auxiliada pelo líquido pré-seminal, deslizou pesadamente pelas paredes internas.
—É sério, Alyosha… eu vou enlouquecer vendo você agir assim!
Valery pressionou seu torso contra o corpo de Alexei. O calor intenso através das roupas intensificou ainda mais a excitação. Sentindo isso, Alexei agarrou fortemente os ombros de Valery para inalar seu cheiro. Não havia espaço para pensar se ele estava agindo de maneira apropriada, a única coisa que ele desejava era se fundir completamente com aquele Alfa para nunca mais se separar. Assim, ele nunca sairia de seu lado.
—Haa, ha, ugh, Lerusha, haa, coloque, mais, mais fundo….!
Apesar de o interior estar úmido, aceitar Valery de uma vez era extremamente difícil, mas Alexei ainda o encorajou a se aprofundar ainda mais. Sua voz baixa e ofegante fez com que o membro de Valery se movesse de um jeito insistente dentro dele. A glande avançava mais e mais, com a intenção de alcançar o fundo do útero, que na verdade ele não tinha. A sensação era incrivelmente boa. A parede interna parecia apertar o membro instintivamente, envolvendo-o com um desejo primal.
Ele agarrou-se ao alfa como se não fosse soltá-lo, Alexei esfregou a testa no pescoço de Valery. —Ugh.— Soltando um gemido suave, ele abriu os lábios e mordeu o pescoço branco e firme, queria deixar marcas. Ele queria deixar um sinal de que Valery era seu. Sim, Valery era seu. Seu irmão mais novo. Sua família. Ninguém no mundo poderia amar Valery tanto quanto Alexei.
—Ah, ugh!
No momento em que Alexei cravou os dentes em sua nuca, revelando sua possessividade oculta, Valery mordeu o lábio e engoliu um gemido. O estímulo da mordida fez com que o alfa começasse a se mover com mais intensidade. Com um estrondo, o corpo foi empurrado mais uma vez contra a porta da entrada. A fria porta de ferro ficou morna apenas na área que seu corpo aquecido tocou.
—Ah, ah, Al- Alyosha…!
O som profundo e sussurrante quase como o de um animal era assustador. Por que isso é tão bom? É só ele chamando meu nome. Não, é exatamente por isso que é bom. Porque é Valery que está dizendo.
—Sim, mmm, ah, ah, Lerusha, mais, mais, ah!
Alexei respondeu continuando a morder o pescoço. Os títulos e os nomes se misturavam, tornando impossível distinguir quem estava chamando quem. A cada impulso de Valery dentro de Alexei, a porta da entrada fazia um barulho estrondoso. O longo e grosso pênis pressionava a próstata de Alexei a cada movimento. A cada retirada, o líquido lubrificante escorria pela coluna do pênis passava pelos grandes testículos, formando poças no chão onde caía.
—Você é meu, ômega, certo?
Com a pergunta feita novamente, ele acenou com a cabeça. Ergueu os dedos que abraçavam seus ombros e amassou sua roupa.
—Ah, ah, sim, sou seu… ah, hum, Lerusha…! Tão, bom, mmm…!
Como se estivesse se o estivesse recompensado, o membro de Valery pressionou fortemente o interior de Alexei. Ele sentia claramente que Valery estava cada vez mais hábil em fazer isso. O alfa começou a se concentrar apenas em estimular a parte que ele mais gostava, como se estivesse marcando aquele lugar no corpo de Alexei. Seus olhos estavam completamente nublados. Seu canal interno estava sendo preenchido e apertado.
—Hmh, ah…!
A saliva escorreu pelo seu queixo. Antes, ele não havia percebido adequadamente, mas a força com que Valery estava movendo o quadril era brutal além do esperado. A sensação de estar sendo preenchido até o fundo era um pouco dolorosa. Quando sua próstata foi esmagada a ponto de doer, fez com que suas coxas se fechassem involuntariamente. Era uma sensação estranha e intensa.
—Muito…, ah, forte, Lerusha,… ah, ah, mais devagar…!
—Da última vez, ah, quando fizemos assim… você ficou tão louco de prazer.
Valery murmurou essas palavras, repetindo o que Alexei havia dito anteriormente. Eram palavras que ele não costumava usar, mas havia aprendido muito rápido.
—Não, ah, ah, mmm!
Um gemido escapou sem controle. Os movimentos se tornaram-se cada vez mais intensos. O atrito com a virilha e o abdômen de Valery estava deixando sua bunda vermelha. A breve dor rapidamente se transformou em um prazer estimulante e o cheiro de feromônio se espalhou por todo o corpo de Alexei.
—Mesmo agora,…. ah, ainda está fazendo isso.
Valery estava agindo de forma maliciosa, como se tivesse aprendido coisas que não deveria. O som molhado do movimento de suas peles se misturava e parava abruptamente. Valery retirou metade do pênis de dentro de Alexei que olhou para ele com uma expressão de ressentimento, como se estivesse prestes a enlouquecer. A franja que ficou desgrenhada devido ao vento agitado e frenético cutucou levemente seus olhos.
—Haa, por que você não faz, haa, ha, vamos lá, meta logo isso, ok?
Ele apertou o pênis parcialmente dentro de seu corpo. Os lindos olhos de Valerie ficaram estranhamente distorcidos. Alexei sentiu uma onda de satisfação ao ver aquele olhar. Será que sou a única pessoa a ver esse tipo de expressão em Valery? Como pagamento por sempre ver Valery irritado e desdenhoso, essa é minha recompensa? A mente confusa de Alexei estava cheia de pensamentos estranhos. Mas ele sentia uma profunda sensação de satisfação.
Valery manteve o olhar fixo. Seus olhos examinavam com intensidade.
—Você gosta disso?
Depois de fazer essa pergunta, ele começou a cutucar por dentro com o pau. Sua boca se abriu. A maneira como ele movia os quadris parecia tão natural, como se não fosse a primeira vez.
—Hmh, ah, hmm, mmm, está bom, está bom…!
Seu corpo estava tremendo. As coxas se contraíam e as panturrilhas estavam completamente tensas. Os dedos dos pés de Alexei se encolhiam desordenadamente. O líquido lubrificante escorria pelas bordas entre o pênis e de buraco, e o som de gotas caindo no chão era constante.
—E aqui?
Dessa vez, Valery pressionou um lado diferente da próstata. Embora não fosse desagradável, não era tão intenso quanto antes. Ele gostava mais quando era pressionado bem no fundo.
—Não aí, ah, aí não, ah… faça do outro jeito, ah…
—Então, aqui é onde você gosta?
Valery acertou novamente ao focar apenas na próstata, e sua visão ficou turva. Alexei ergueu o queixo ao bater com a nuca na porta. O orgasmo chegou de forma repentina e intensa.
—Ah, ah aaaaah…!
—Isso mesmo.
Desta vez, Valery mordeu o pescoço de Alexei. Embora ele não tenha mordido com suas presas afiadas, foi a primeira vez que Valery marcou claramente seu território. Ele me deixou um sinal em um lugar visível para todos, mesmo que fosse apenas meu irmão mais novo…
—Se você se concentrar só aqui, você vai perder o controle.
Era tão bom que parecia normal morrer de prazer.
—Ah, mmm, ah, ah, Lerusha, ah, ah…!
O corpo de Alexei tremeu e experimentou um clímax intenso. Sem parar, de mover o pênis de Valery continuava estimulando seu corpo. Todo o corpo de Alexei estava tenso. As veias no pescoço pálido estavam salientes e a musculatura do abdômen estava firme. As nádegas levantadas estavam claramente marcadas com manchas vermelhas, o líquido escorria entre eles. Foi um prazer indescritível.
Intoxicado no êxtase, euAlexei agarrou o cabelo de Valery enquanto ele mordia seu pescoço e o puxou para frente. Seus olhares se encontraram. O rosto do Alfa lindo, tingido de desejo, olhando para ele era uma visão maravilhosa. Este é era meu irmão, meu alfa, meu único Lerusha.
É meu.
Pensando assim, Alexei se moveu impulsivamente. O ciclo de calor provavelmente fez com que Alexei quase enlouquecesse. Ele inclinou a cabeça e beijou os lábios cor-de-rosa de Valery, que estavam olhando para cima. Com os dentes afiados, ele mordeu os lábios do alfa e inseriu a língua. Ele viu os olhos verdes de Valery se arregalarem, isso foi satisfatório.
Você nunca o beijei assim? Deve ser isso.
Apesar de estarem sempre juntos, Alexei não tinha lembranças de beijos. Havia uma sensação de aversão, um incômodo na ideia de beijar um membro da família. Mas agora, naquele momento, ele queria sentir Valery enquanto misturavam suas línguas. Seu coração estava prestes a explodir de tanta emoção.
As línguas se entrelaçaram de maneira desajeitada. Valery estava confuso, excitado e desajeitado. Ele soltou suspiros enquanto abraçava Alexei com força, tentando acompanhá-lo. A língua de Valery era tão quente e longa quanto o pênis, e estava ardente.
À medida que as línguas se entrelaçavam mais profundamente, o pênis endureceu mais ainda. Enquanto apertava freneticamente os órgãos genitais de Valery por trás, Alexei sentiu outra mudança ocorrendo em seu abdômen. A sensação de estar prestes a explodir foi substituída pelo prazer, que percorreu sua espinha e se acumulou na ponta do seu pênis órgãos genitais. Era uma sensação nova para ele, mas ele sentia que compreendia o que era.
Esse tipo de prazer era algo que Alexei também nunca havia experimentado antes. Nunca tinha feito isso com ninguém.
Seu pênis começou a inchar consideravelmente. O pilar e a extremidade incharam juntos. A glande estava firmemente enrolada como um nó e pulsava descontroladamente. A sensação era como se seu cérebro estivesse derretendo. Alexei empurrou a língua mais fundo e puxou Valery para perto. Vendo a mudança na expressão dele, Valery olhou brevemente para baixo, e seus longos cílios platinados tremeram. Ele parecia surpreso.
O pênis, cujo formato havia mudado completamente, logo começou a ejacular sêmen. O líquido branco escorreu pela glande em um fluxo espesso. A mesma umidade que escorria de trás começou a sujar as roupas de ambos. Ao mesmo tempo em que sentia a temperatura morna encharcando suas roupas, Valery soltou um suspiro forte, como se não aguentasse mais. E então.
Como se quisesse imitar Alexei, o pênis de Valery começou a aumentar de tamanho dentro dele. O membro se expandiu a ponto de quase rasgar o interior do Omega, e a sensação de ser preenchido com um sólido pedaço de pedra e o líquido espesso que permeiava sua parede interna era clara. O líquido lubrificante e o sêmen se misturaram. O cheiro metálico e forte se espalhou.
Era adorável.
Alexei, incapaz de conter o calor do desejo, abraçou Valery com força. Misturou ainda mais suas línguas. Era como se ele realmente tivesse se tornado o ômega de Valery.
***
Alexey havia perdido a consciência durante o sexo e, depois de transar uma vez na entrada e novamente no sofá da sala, seu raciocínio começou a voltar. A sensação abaixo da cintura estava ausente devido ao impacto intenso, e ele achava a experiência de se sentir tão exausto após o sexo algo curioso, algo que nunca havia experimentado antes. Quando ele tentou se levantar, foi difícil encontrar força suficiente para se mover, então permaneceu deitado então Valery lhe pergunto com cuidado:
—……Você está bem?
Era adorável ver Valery, que antes o havia fodido sem reservas, agora se mostrando preocupado quando Alexey recobrou um pouco da consciência. Ao mesmo tempo, havia a sensação de que a fronteira incerta entre eles havia desaparecido um pouco. Se antes parecia que Valery estava tentando de maneira obrigatória perdoá-lo, agora parecia que o garoto realmente o estava aceitando.
“Você é meu ômega.”
Ao se lembrar dessas palavras, Alexey sentiu um turbilhão em seu estômago, como se pequenas borboletas estivessem voando dentro dele. Ele se acomodou de lado, se apoiou parcialmente no corpo de Valery, e olhou para ele. O rosto do garoto, que estava olhando para baixo com uma expressão preocupada, estava repleto de um sentimento de cuidado.
Mesmo depois de analisá-lo de vários ângulos, Valery era um homem bonito. Suas sobrancelhas douradas e seus olhos abaixo delas eram delicados e belos, e seu nariz proeminente e mandíbula afiada formavam uma imagem marcante de beleza. A combinação desses traços criava um equilíbrio perfeito que parecia saído de uma peça de teatro. Era uma pena que alguém com tal aparência estivesse se apodrecendo aqui, em um lugar que não valorizava sua beleza.
Por outro lado, se Valery se tornasse famoso, muitas pessoas poderiam reconhecer e lembrar desse belo rosto. Alexei sabia que já havia fãs muito apaixonados por aí, e se ele se tornasse mais famoso, esses fãs provavelmente aumentariam. Ele pensou enquanto olhava nos olhos de Valery. As sobrancelhas de Valery arquearam ligeiramente enquanto seus olhares se encontraram.
—……Dói, não é? Desculpe. Eu fui um pouco mais rude do que deveria. Tentei me controlar, mas……
Você se conteve? Alexei ergueu uma sobrancelha.
—Você quer dizer que pode me foder com mais força do que antes?
Ao ouvir essas palavras, os lóbulos da orelha de Valery ficaram levemente avermelhados. Era fofo ver que ele, mesmo repetindo o que aprendeu, ainda ficava envergonhado com essas coisas. Ele é completo: bonito, bom de cama e, além de tudo, ainda é fofo. E sabe cozinhar também.
Não sei quem vai te conquistar, mas, sem dúvida, vai ser um ômega sortudo. Alexei nunca havia pensado nisso antes, mas a ideia repentina o incomodou. Talvez devido à necessidade de sobrevivência, ele nunca havia imaginado a si mesmo ou a Valery estabelecendo uma vida com alguém. Era algo que deveria ter considerado, mas nunca o fez.
—…Sim. Eu me controlei com medo de te machucar.
Se ele estava se controlando e ainda assim foi daquela maneira, como seria se ele usasse toda a sua força? Alexei franziu um olho enquanto estendia a mão para tocar o rosto de Valery. Foi uma ação inconsciente. Mesmo surpreso com o toque, Valery não recuou. Ele piscou seus longos cílios, olhando fixamente para Alexei, como um cachorrinho esperando por um elogio.
—Da próxima vez, não se contenha.
Então Alexei se atreveu a dizer isso. Usar a palavra “próxima” e dizer para ele não se controlar causou uma leve tensão. Ele engoliu seco. No entanto, Valery, como um milagre, não o rejeitou, assim como não o fez antes. Em vez disso, piscou e perguntou:
—…Sério?
—Sim.
Valery, visivelmente desconcertado, desviou o olhar. Uma emoção tímida passou por seus olhos verdes, hesitante, ele perguntou:
—Você gostou?
Ao ouvir isso, Alexei foi tomado por uma emoção difícil de descrever. Ele cuidadosamente enterrou o rosto no peito de Valery. Inalando profundamente o cheiro que ansiava, ele sentiu como se seu buraco fosse ficar molhado novamente. Embora gostasse do sexo, apreciava ainda mais aquela paz e decidiu se conter um pouco.
—Gostei.
Um sentimento de alívio se espalhou pelo rosto de Valery. Alexey estava genuinamente curioso. O que você estava pensando agora? Será que ele finalmente relaxou completamente? Será que realmente acredita que sou ômega completo, e está me aceitando dessa maneira? Ele queria saber até onde podia ir, até onde podia tocar e sentir, desejando que as expressões que Valery lhe mostrava fossem sinceras.
Ao esfregar a bochecha, ansioso, o braço de Valery o abraçou firmemente. Sentiu-se protegido. Ele era alguém que Alexei deveria proteger, afinal ele era muito mais jovem.
—Eu também… gostei.
Valery disse, talvez sentindo que também precisava responder. Alexei piscou, surpreso com a resposta inesperada. Estava satisfeito apenas por não ter sido repugnante para Valery, então ouvir que ele gostou do sexo, mesmo que por influência dos feromônios, era surpreendente.
—Gostou?
Perguntou incrédulo, e Valery o abraçou mais forte, como se afirmando sua posse.
—Sim.
Alexei sempre acreditou que, sendo um ômega modificado artificialmente, ele seria diferente dos ômegas normais, mas Valery parecia genuinamente satisfeito. Foi uma sensação estranha. Tendo vivido toda a vida como um alfa e ainda se vendo como um alfa, isso era algo inesperado.
—Por dentro do seu buraco, é muito quente… e apertado.
Ao ouvir isso, Alexei ficou surpreso pela primeira vez em sua vida. Normalmente, ele não reagiria a tais palavras, mas as palavras cuidadosas de Valery fizeram a nuca dele esquentar.
—Onde você aprendeu a dizer isso?
—Na última vez, você disse, Alyosha…
Valery parou de falar ali. A primeira vez que fizeram sexo era uma lembrança desagradável para ele, então Alexei também ficou em silêncio. O silêncio repentino apertou seu peito. Sem saber o que fazer, Alexei falou.
—Desculpe.
Foi só depois de dizer isso que Alexei percebeu que estava pedindo desculpas a Valery pela primeira vez. De fato, em todos aqueles anos, ele nunca havia se desculpado adequadamente com seu irmão.
Surpreendentemente, Valery pareceu igualmente atônito, ficando rígido. Ele se sentiu vulnerável. Talvez fosse porque suas barreiras emocionais estavam caindo, ou talvez a solidão o tivesse enfraquecido, ou talvez fossem apenas os feromônios. Seja qual for a razão, Alexei continuou a pedir desculpas, algo que não tinha conseguido fazer antes.
—Sinto muito por ter forçado você daquele jeito, Lerusha. Não fiz isso porque queria ver você sofrer. O que mais tenho medo no mundo é perder você… —Sentindo-se estranho por revelar seus verdadeiros sentimentos, Alexei continuou falando devagar. Incapaz de encarar Valery, ele esfregou a testa em seu peito e sussurrou, apertando firmemente as mãos. —Tudo isso é culpa minha, mas eu fiz essas coisas porque tinha medo de que você tomasse uma decisão extrema. Você não precisa perdoar.
Ele tinha muito mais a dizer. As palavras que surgiram de uma vez obstruíram sua garganta, causando-lhe falta de ar. Minha respiração ficou difícil devido à sensação de sufocamento. Veias azuis sobressaltaram-se nas costas das suas mãos.
—Eu realmente não consigo expressar isso. Como você disse, sou um criminoso e as únicas pessoas ao meu redor são assim, então eu sei que não sou normal. Eu realmente só queria te proteger, mas nunca quis fazer você sofrer. Eu estraguei tudo.
Valery não disse nada. O único som na sala era o dos seus corações batendo rapidamente. De repente, sentindo medo, Alexei finalmente levantou a cabeça. Seus olhos se encontraram. Valery estava franzindo a testa, como se estivesse reprimindo suas emoções. Por um momento, Alexei teve medo de que pudesse ser raiva.
Nunca tive medo da morte, mas agora isso me assusta.
No mundo de Alexei, fraqueza não leva à compaixão. Isso se torna uma desculpa para a morte. Com medo de ter seu coração vulnerável rejeitado, Alexei finalmente entendeu os sentimentos de Valery, que sempre tentava fugir e afastá-lo. No momento em que ele tentou soltar a mão que segurava Valery com força, Valery falou.
—Você nunca me odiou?
Sua voz estava tão temerosa quanto a de Alexei. Ele balançou a cabeça.
—Nunca.
—Mesmo depois de tudo o que eu disse?
—Tudo isso foi por causa dos meus erros.
Valery mexeu os lábios. Olhando para ele com olhos incertos, ele sussurrou lentamente.
—As coisas que meu irmão fez… são difíceis de justificar. Eu não quero esquecer tudo e fingir que nunca aconteceu. —Era a verdade, e isso fez Alexei se sentir ainda pior. Seus olhos se contorceram, mas Valery continuou. —Mas é melhor amar meu irmão do que odiá-lo.
A mão de Valery cobriu a de Alexie, que estava em seu braço. As mãos, agora maiores do que as dele, eram firmes e quentes.
—Obrigado por pedir desculpas.
—Valery entrelaçou seus dedos com os dele. Sem saber o que dizer, Alexei se sentiu grato por aquelas palavras. Ele não poderia ter dito o mesmo.
Sentindo-se triste por ter empurrado uma pessoa tão boa para esta situação, Alexei permaneceu em silêncio. Em vez de falar, ele apertou a mão entrelaçada e se aninhou no peito de Valery.
Ele finalmente encontrou paz.
Como se tivesse voltado para casa.
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Continua…